Potencial alelopático de extratos etanólicos e pó de folhas de Tapirira obtusa na germinação e formação de plântulas de diferentes espécies-alvo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13841Palavras-chave:
Alelopatia; Anacardiaceae; Bio-herbicidas; Compostos fenólicos; Pau-pombo.Resumo
Objetivou-se neste estudo realizar a fitoquímica das folhas de Tapirira obtusa e testar seu potencial alelopático na germinação e formação de plântulas de três espécies-alvo. Extratos foram utilizados nas concentrações de 25, 50, 100, 150 e 200 mg mL-1 para sementes de alface e tomate e, 100 e 200 mg mL-1 para fedegoso, em câmara de germinação, sendo avaliadas a porcentagem, índice de velocidade, tempo médio de germinação e formação de plântulas. Em casa de vegetação, utilizou-se o pó das folhas em proporções de 5, 10 e 20%, avaliando-se o crescimento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, aplicando-se a análise de variância. A análise fitoquímica revelou alta intensidade de compostos fenólicos e triterpenos e média intensidade de flavonoides e taninos. Os extratos interferiram na germinação e crescimento em câmara de germinação e casa de vegetação, com o forte efeito alelopático, indicando o potencial de uso da espécie no controle de espécies indesejadas.
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