Percepção de tutores quanto à resposta clínica de cães braquicefálicos portadores de estenose de narinas submetidos a rinoplastia com o uso do laser de diodo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13941Palavras-chave:
Síndrome braquicefálica; Qualidade de vida; Questionários.Resumo
Objetivando avaliar a resposta clínica de cães braquicefálicos portadores estenose de narinas submetidos a rinoplastia com o uso do laser de diodo, 62 tutores de cães braquicefálicos portadores de estenose de narinas foram entrevistados por meio de questionários aplicados presencialmente. Trinta e dois (51,6%) cães eram da raça Buldogue francês, 19 (30,6%) da raça Pug, 6 (9,7%) eram Buldogues ingleses e 5 (8,1%) Shih tzus. Quarenta cães (64,5%) eram machos e 22 (35,5%) fêmeas, com idade média de 29 meses. Ronco dormindo foi o sinal clínico mais relatado, 62/62 (100%), seguido de ronco acordado, 57/62 (92%), intolerância ao exercício, 50 (80%), apneia do sono, 30/62 (48%), e cianose 21/62 (34%). Espirro reverso, espirro e tosse foram citados por 49 (79%), 38 (61%) e 27 (43%) dos responsáveis, respectivamente. Foi constatado ainda que 82% (51/62) dos animais apresentavam flatulência, 80% (50/62) engasgo, 74% (46/62) vômito, 71% (44/62) regurgitação e 29% (18/62) disfagia. Uma redução acentuada dos sinais clínicos comuns à síndrome braquicefálica foi averiguada 30 dias após rinoplastia com laser de diodo, observando-se diminuição de 15% na ocorrência de ronco dormindo, 23% de ronco acordado, 22% de intolerância ao exercício, 30% de apneia, 48% de espirro reverso, 39% de espirro, 28% de tosse e 28% de cianose. Do mesmo modo, após a cirurgia, observou-se decréscimo de 14% na ocorrência de flatulência, 41% de engasgo, 45% de vômito, 39% nos casos de regurgitação e 19% de disfagia. O uso do laser de diodo mostrou-se eficaz na realização da rinoplastia em cães braquicefálicos portadores de estenose de narinas, promovendo redução dos sinais clínicos, com bons resultados estéticos e funcionais.
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