Estudo dos fatores ambientais e individuais das doenças autoimunes na microrregião de Águas Formosas-Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i4.14138Palavras-chave:
Prevalência; Autoimune; Incidência; Baixa renda.Resumo
As doenças autoimunes levam a várias condições limitantes. Sabe-se que sua incidência e prevalência são afetadas por vários fatores; e há uma ausência de dados em áreas de vulnerabilidade econômica. O objetivo deste estudo foi acessar o perfil epidemiológico das doenças autoimunes no sistema público de saúde da microrregião de saúde de Águas Formosas, e avaliar os possíveis fatores envolvidos no desenvolvimento dessas doenças. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, do tipo survey, descritivo e exploratório. Todos os pacientes foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão, sendo realizada entrevista individual em visita domiciliar para aplicação de questionário sociodemográfico com 20 variáveis associadas a doenças autoimunes. Neste estudo, observou-se que os municípios de Machacalis, Umburatiba e Crisólita exibiram prevalências de doenças autoimunes acima de 90 casos por 10.000 habitantes, e os demais municípios apresentaram prevalências entre 50 e 60 casos. Na microrregião, foram observados 407 casos de doenças autoimunes, distribuídos em 24 doenças diferentes, com prevalência geral de 673,69 / 100.000 na população. Tireoidite de Hashimoto, Doença de Graves, Vitiligo, Artrite Reumatoide, Psoríase, Diabetes Mellitus tipo 1 e Lúpus Eritematoso Sistêmico representam 47% dos casos. Este foi o primeiro estudo que abordou a prevalência de doenças autoimunes na microrregião. A falta de registro ou diagnóstico é um fator que precisa ser superado em novos estudos para aprimorar o conhecimento das doenças autoimunes nessa região.
Referências
Amador-Patarroyo, M. J.; Rodriguez-Rodriguez, A. & Montoya-Ortiz, G. (2012). How does age at onset influence the outcome of autoimmune diseases? Autoimmune diseases, 2012, 251730.
Bogdanos, D. P.; Smyk, D. S.; Rigopoulou, E. I.; Mytilinaiou, M. G.; Heneghan, M. A.; Selmi, C. & Gershwin, M.E. (2012). Twin studies in autoimmune disease: genetics, gender and environment. Journal of autoimmunity, 38 (2-3), J156–J169.
Codella, R., Luzi, L., Inverardi, L., & Ricordi, C. (2015). The anti-inflammatory effects of exercise in the syndromic thread of diabetes and autoimmunity. European review for medical and pharmacological sciences, 19 (19), 3709–3722.
Cooper, G. S., & Stroehla, B. C. (2003). The epidemiology of autoimmune diseases. Autoimmunity reviews, 2(3), 119–125.
Correa, E., Paredes, V., & Martínez, B. (2016). Prevalence of multiple sclerosis in Latin America and its relationship with European migration. Multiple sclerosis journal - experimental, translational and clinical, 2, 2055217316666407.
Costa, C. C. B.; Medeiros, M.; Watanabe, K.; Martin, P. & Skare, T. L. (2014). Tireoidite de Hashimoto pode estar associada a um subgrupo de pacientes de esclerose sistêmica com hipertensão pulmonar. Revista Brasileira de Reumatologia, 54 (5), 366-370.
Cutolo, M., Capellino, S., Sulli, A., Serioli, B., Secchi, M. E., Villaggio, B., & Straub, R. H. (2006). Estrogens and autoimmune diseases. Annals of the New York Academy of Sciences, 1089, 538–547.
Doria, A., Zampieri, S., & Sarzi-Puttini, P. (2008). Exploring the complex relationships between infections and autoimmunity. Autoimmunity reviews, 8 (2), 89–91.
Gleicher, N., & Barad, D. H. (2007). Gender as risk factor for autoimmune diseases. Journal of autoimmunity, 28 (1), 1–6.
Guimarães, L. E., Baker, B., Perricone, C., & Shoenfeld, Y. (2015). Vaccines, adjuvants and autoimmunity. Pharmacological research, 100, 190–209.
Horimoto, A. M. C.; Silveira, A. F. C. & Costa, I. P. (2016). Autoimunidade familial e poliautoimunidade em 60 pacientes portadores de esclerose sistêmica da região Centro-Oeste do Brasil. Revista Brasileira de Reumatologia, 56 (4), 314-322.
IBGE (2016). Cidades Minas Gerais. Brasil https://cidades.ibge.gov.br
Jackson, Y., Pula, D., Finckh, A., Chizzolini, C., & Chappuis, F. (2018). Chagas disease and systemic autoimmune diseases among Bolivian patients in Switzerland. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, 113 (4), e170383.
Jacobson, D. L., Gange, S. J., Rose, N. R., & Graham, N. M. (1997). Epidemiology and estimated population burden of selected autoimmune diseases in the United States. Clinical immunology and immunopathology, 84 (3), 223–243.
Khan, M. F., & Wang, H. (2020). Environmental Exposures and Autoimmune Diseases: Contribution of Gut Microbiome. Frontiers in immunology, 10, 3094.
Koche, J. C. (2011). Fundamentos de metodologia científica. Vozes
Krawczak, K., Donskow-Łysoniewska, K., & Doligalska, M. (2017). Regulatory function of parasites in autoimmune disease – outcome from experimental model infection. Annals of parasitology, 63 (1), 7–14.
Lamb, M. M.; Miller, M.; Seifert, J. A.; Frederiksen, B.; Kroehl, M.; Rewers, M. & Norris, J. M. (2015). The effect of childhood cow's milk intake and HLA-DR genotype on risk of islet autoimmunity and type 1 diabetes: the Diabetes Autoimmunity Study in the Young. Pediatric diabetes, 16 (1), 31–38.
Ludke, M. & Andre, M. E. D. A. (2013). Pesquisas em educação: uma abordagem qualitativa. E.P.U.
Mak, A., & Tay, S. H. (2014). Environmental factors, toxicants and systemic lupus erythematosus. International journal of molecular sciences, 15(9), 16043–16056.
Milo, R., & Kahana, E. (2010). Multiple sclerosis: geoepidemiology, genetics and the environment. Autoimmunity reviews, 9(5), A387–A394.
Moroni, L., Bianchi, I., & Lleo, A. (2012). Geoepidemiology, gender and autoimmune disease. Autoimmunity reviews, 11 (6-7), A386–A392.
Pordeus, V., Szyper-Kravitz, M., Levy, R. A., Vaz, N. M., & Shoenfeld, Y. (2008). Infections and autoimmunity: a panorama. Clinical reviews in allergy & immunology, 34 (3), 283–299.
Quintero, O. L., Amador-Patarroyo, M. J., Montoya-Ortiz, G., Rojas-Villarraga, A., & Anaya, J. M. (2012). Autoimmune disease and gender: plausible mechanisms for the female predominance of autoimmunity. Journal of autoimmunity, 38 (2-3), J109–J119.
Ribeiro, E. M. & Galizoni, F. M. (2002). Água, população rural e políticas de gestão: o caso do vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Ambiente & Sociedade, 5 (2), 129-146.
Roberts, M. H., & Erdei, E. (2020). Comparative United States autoimmune disease rates for 2010-2016 by sex, geographic region, and race. Autoimmunity reviews, 19 (1), 102423.
Rose N. R. (2017). Negative selection, epitope mimicry and autoimmunity. Current opinion in immunology, 49, 51–55.
Shukla, S. K., Singh, G., Ahmad, S., & Pant, P. (2018). Infections, genetic and environmental factors in pathogenesis of autoimmune thyroid diseases. Microbial pathogenesis, 116, 279–288.
Toussirot, É., & Bereau, M. (2015). Vaccination and Induction of Autoimmune Diseases. Inflammation & allergy drug targets, 14 (2), 94–98.
Ulmanen, I., Halonen, M., Ilmarinen, T., & Peltonen, L. (2005). Monogenic autoimmune diseases - lessons of self-tolerance. Current opinion in immunology, 17(6), 609–615.
Wahren-Herlenius, M., & Dörner, T. (2013). Immunopathogenic mechanisms of systemic autoimmune disease. Lancet (London, England), 382 (9894), 819–831.
Yang, S. H., Gao, C. Y., Li, L., Chang, C., Leung, P., Gershwin, M. E., & Lian, Z. X. (2018). The molecular basis of immune regulation in autoimmunity. Clinical science (London, England: 1979), 132 (1), 43–67.
Yin, R. K. (2015). O estudo de caso. Bookman.
Zangirolami-Raimundo, J., Echeimberg, J. O., & Leone, C. (2018). Research methodology topics: Cross-sectional studies. Journal of Human Growth and Development, 28(3), 356-360.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Dilceu Silveira Tolentino Junior; Sandra Bertelli Ribeiro de Castro; Ana Carla Amorim; André Lopes Frisso; João Victor Leite Dias; Alessandra de Paula Carli; Caio César de Souza Alves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
