Ver, ouvir e a atitude fenomenológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.14154

Palavras-chave:

Fenomenologia; Ver; Ouvir; Diálogo.

Resumo

Este artigo é uma reflexão sobre nossa condição compreensiva no mundo, enfocando dois modos possíveis de entender, se relacionar e agir no mundo, com base nas metáforas do ver e ouvir. O ver associado com a atividade, com o controle, posse, fragmentação e domínio sobre as coisas. O ouvir, por outro lado, caracteriza a atitude receptiva, acolhedora, integradora, que deixa-ser. Mostramos que na tradição ocidental há primazia da visão em relação à escuta, de forma que nos esforçamos gradativamente para colocar a realidade dentro dos limites de nossos projetos e representações, ou seja, objetificamos o mundo, as coisas e  nós mesmos. Aquilo que conhecemos como fenomenologia no século XX é uma consciência da possibilidade de voltarmos para a experiência viva e integrada das coisas. Não se trata de um apelo para a negação e supressão da nossa atitude predominante, mas o desenvolvimento de uma disposição para deixar as coisas elas mesmas pronunciarem sua palavra, de forma a propiciar um diálogo entre as aquisições culturais historicamente disponíveis e o que se oferece aqui e agora, na sua ocasionalidade e no fluxo e interconexão da vida no mundo. Um diálogo entre as representações e as próprias coisas; entre o ver e ouvir.

Referências

Referências

Alvim, M. B., Araújo, D. V., Baptista, C. S., Barroso, F. T., Queiroz, K. M. F., & da Silva, T. C. D. (2012). Corpo, fala e expressão: diálogos entre a Gestalt-terapia e a filosofia de Merleau-Ponty Body, speech and expression: dialogues between Gestalt therapy and Merleau-Ponty. IGT na Rede, 9 (17).

Aristóteles. (2002). Metafísica. Loyola.

Bíblia. (1996). Tradução Ecumênica. Edições Loyola e Paulinas.

Binswanger, L. (2019). Psicoterapia e análise existencial. Via Vérita.

Capra, F. (2013). O Tao da Física. Cultrix.

Dahlke, R. (2007). A doença como linguagem da alma. Cultrix.

Descartes, R. (2001). Discurso do Método. Martins Fontes.

D’Acri, G.; Lima, P. & Orgler, S. (2007) Dicionário de Gestalt-terapia: “Gestaltês”. São Paulo : Summus Editorial.

Eckhart, M. (2016). A nobreza da alma humana e outros textos. Vozes.

Evangelista, P. E. R. A. (2016). Psicologia fenomenológica existencial. A prática psicológica à luz de Heidegger. Juruá.

Flickinger, H. (2010). A caminho de uma pedagogia hermenêutica. Editores Associados.

Fromm, E. (2014). Ter ou Ser? LTC.

Gadamer, H. (2011). Verdade e Método II. Petrópolis: Vozes, Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco.

Heidegger, M. Serenidade. (1999). Instituto Piaget.

Heidegger, M. (2006). Sein und Zeit. Tübingen: Max Niemeyer Verlag.

Heisenberg, W. (1996). A parte e o todo: encontros e conversas sobre física, filosofia, religião e política. Rio de Janeiro: Contraponto.

Husserl, E. (2012). Investigações Lógicas. Forense.

Krishnamurti, J. (1994). Sobre a aprendizagem e o conhecimento. Cultrix.

Meneghetti (2011). O que é um Ensaio-Teórico? Documentos e Debates:RAC, 15(2), 320-332.

Nagel, T. (2004). Visão a partir de lugar nenhum. Martins Fontes.

Nunes, Benedito. (1992). Passagem para o poético – filosofia e poesia em Heidegger. Ática.

Ortega e Gasset, J. (1961). Que é filosofia. Livro Íbero-Americano Ltda.

Perls, F. S. (1977). Yo, Hambre Y Agresion. Fondo de Cultura Econômica.

Perls, F.; Hefferline, R. F. & Goodman, P. (1997) Gestalt-Terapia. Summus.

Pimentel, A (2003). Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia. Summus.

Pimentel, A. & Castro, E. H. B. (2019). Ajustamento criativo e enfrentamento a subalternidade por mulheres negras e lésbicas. Pluralidades em Saúde Mental, Curitiba, 8(1), 113-126.

Polster, E. (1991). Ensaios sobre Heidegger e outros. Instituto Piaget.

Polster, E. & Polster, M. (2001). Gestalt-terapia integrada. Summus.

Rorty, R. (1994). A filosofia e o espelho da natureza. Relume-Dumará.

Santos, B. S. (2010). Um discurso sobre as ciências. Cortez.

Stein, E. (1997). A caminho de uma fundamentação pós-metafísica. Edipucrs.

Downloads

Publicado

06/04/2021

Como Citar

SEIBT, C. L.; PIMENTEL, A. do S. G. .; SILVA, M. de N. R. M. de O. . Ver, ouvir e a atitude fenomenológica. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 3, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.14154. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14154. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais