Ver, ouvir e a atitude fenomenológica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.14154Palavras-chave:
Fenomenologia; Ver; Ouvir; Diálogo.Resumo
Este artigo é uma reflexão sobre nossa condição compreensiva no mundo, enfocando dois modos possíveis de entender, se relacionar e agir no mundo, com base nas metáforas do ver e ouvir. O ver associado com a atividade, com o controle, posse, fragmentação e domínio sobre as coisas. O ouvir, por outro lado, caracteriza a atitude receptiva, acolhedora, integradora, que deixa-ser. Mostramos que na tradição ocidental há primazia da visão em relação à escuta, de forma que nos esforçamos gradativamente para colocar a realidade dentro dos limites de nossos projetos e representações, ou seja, objetificamos o mundo, as coisas e nós mesmos. Aquilo que conhecemos como fenomenologia no século XX é uma consciência da possibilidade de voltarmos para a experiência viva e integrada das coisas. Não se trata de um apelo para a negação e supressão da nossa atitude predominante, mas o desenvolvimento de uma disposição para deixar as coisas elas mesmas pronunciarem sua palavra, de forma a propiciar um diálogo entre as aquisições culturais historicamente disponíveis e o que se oferece aqui e agora, na sua ocasionalidade e no fluxo e interconexão da vida no mundo. Um diálogo entre as representações e as próprias coisas; entre o ver e ouvir.
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