Propriedades físicas de um Argissolo após 17 anos de florestamento com Eucalyptus spp.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14424

Palavras-chave:

Hematita; Suscetibilidade magnética; Área superficial específica.

Resumo

A expressiva expansão do setor florestal no Brasil tem dado evidencia a estudos que direcionam suas ações de investigação para a preservação e utilização racional dos recursos naturais. A pesquisa tem demonstrado que mudanças no uso do solo, alteram as suas condições pedoambientais. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo principal investigar ações antrópicas de longa duração sobre área do bioma Pampa no Rio Grande do Sul: Efeito nos atributos físicos de solo com substituição do uso sob campo para o uso do solo com florestamento comercial de Eucalyptus spp. Amostras de um Argissolo Vermelho Distrófico foram coletadas em horto florestal, em triplicata e em cinco profundidades e também foi coletado um solo de controle, vegetado com campo natural. Não houve alteração na distribuição granulométrica do solo. Após 17 anos de florestamento foi observado um incremento no teor de hematita nos solos da floresta e rizosfera da floresta, aumento nos valores da suscetibilidade magnética e diminuição da área superficial específica das partículas em profundidade.

Referências

Ageflor. (2020). A indústria de base florestal no Rio Grande do Sul 2020. http://www.ageflor.com.br/noticias/wp-content/uploads/2020/12/O-Setor-de-Base-Florestal-no-Rio-Grande-do-Sul-2020-ano-base-2019.pdf

Almeida, J. Á., Torrent, J. & Barrón, V. (2003). Cor de solo, formas do fósforo e adsorção de fosfatos em Latossolos desenvolvidos de basalto do extremo-sul do Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 27, 985- 1002.

Amaral, F. H. C., Cabral Neto, A., Curi, N., Inda, A. V. & Araujo, E. F. (2015). Produtividade de Eucalyptus grandis e sua relação com a cinética de liberação de macronutrientes. Scientia Forestalis (IPEF), 43 (108), 979-991.

Araújo, M. A. et. al. (2004). Efeitos da escarificação na qualidade física de um Latossolo Vermelho Distroférrico após treze anos de semeadura direta. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28, (3), 495-504.

Azevedo, A. C., Kämpf, N. & Bohnen, H. (1996). Alterações na dinâmica evolutiva de Latossolo Bruno pela calagem. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 20, 191-198.

Bahia, A. S. R. S., Marques Jr., J. & Siqueira, D. S. (2015). Procedures using diffuse reflectance spectroscopy for estimating hematite and goethite in Oxisols of São Paulo, Brazil. Geoderma Regional, 5, 150–156.

Barrón, V., Mello, J. W. V. & Torrent, J. (2000). Caracterização de óxidos de ferro em solos por espectroscopia de reflectância difusa. In Novais, R. F., Alvarez, V. H. & Schaefer, C. E. G. R. (Eds.), Tópicos em ciência do solo. (139-162) Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Bertolazi, V. T., Inda, A. V., Caner, L., Martins, A. P., Vaz, M. A. B., Bonnet, M., Anghioni, I. & Carvalho, P. C. F. (2017). Impact of an integrated no-till soybean–beef cattle production system on Oxisol mineralogy in southern Brazil. Applied Clay Science, 149 (1), 67-74.

Bigham, J. M., Fitzpatrick, R. W. & Schulze, D. G. (2002). Iron Oxides. In J. B. Dixon and D. G. Schulze (Ed.), Soil Mineralogy with Environmental Applications. (pp. 323-366). Madison, WI: Soil Science Society America Book Series.Cavenage, A., Moraes, M. L. T., Alves, M. C., Carvalho, M. A. C.,

Freitas, M. L. M. & Buzetti, S. (1999). Alterações nas propriedades físicas de um Latossolo vermelho-escuro sob diferentes culturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 23 (4), 997-1003.

Chaves, E., Pedron, F. A., Melo, V. F. & Dalmolin, R. S. D. (2015). Reserva mineral de K por diferentes métodos em Argissolos subtropicais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 39, 1088-1099.

Clark, R. N. & Roush, T. L. (1984). Reflectance spectroscopy: Quantitative analysis techniques for remote sensing applications. Journal of Geophysical Research, 89, 6329–6340.

CPRM - Serviço geológico do Brasil. (2006). Relatório anual 2013. CPRM.

Dearing, J. A. (1999). Environmental magnetic susceptibility: Using the Bartington MS2 system (2a ed.). Chi Publishing.

Fink, J. R., Inda, A. V., Almeida, J. A., Bissani, C. A., Giasson, E. & Nascimento, P. C. (2014). Chemical and mineralogical changes in a Brazilian Rhodic Paleudult under different land use and managements. Revista Brasileira de Ciência do Solo (Impresso), 38, 1304-1314.

Gama-Rodrigues, E. F. & Gama-Rodrigues, A. C. (2008). Biomassa microbiana e ciclagem de nutrientes. In: Santos, G. A., Silva, L. S., Canellas, L. P. & Camargo, F. O. (Eds.), Fundamentos da matéria orgânica do solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. (pp. 1-12). (2a ed.), Metropole Editora LTDA.

Gattullo, C. E., Pii, Y., Allegretta, I., Medici, L., Cesco, S., Mimmo, T. & Terzano, R. (2018). Iron mobilization and mineralogical alterations inducedby iron-deficient cucumber plants (Cucumis sativusL.) in a calcareous soil. Pedosphere, 28, 59–69.

Gmach, M. R., Cherubin, M. R., Kaiser, K. & Cerri, C. E. P. (2020). Processes that influence dissolved organic matter in the soil: a review. Scientia Agricola, 77 (3), e20180164.

Hubert, F. et al. (2009). Advances in characterization of soil clay mineralogy using X‐ray diffraction: from decomposition to profile fitting. European Journal of Soil Science, 60 (6), 1093-1105.

Hubert, F., Caner, L., Meunier, A. & Ferrage, E. (2012). Unraveling complex < 2 μm clay mineralogy from soils using X-ray diffraction profile modeling on particle-size sub-fractions: Implications for soil pedogenesis and reactivity. American Mineralogist, 97 (2-3), 384-398.

Inda, A. & Kämpf, N. (2005). Goethite and hematite variability via reductive dissolution in soils from tropical and subtropical regions. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 29, 851-866.Inda, A. V., Torrent, J., Barrón, V. & Bayer, C. (2010). Aluminum hydroxy-interlayered minerals and chemical properties of a subtropical Brazilian Oxisol under no-tillage and conventional tillage. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34 (1), 33-41.

Inda, A. V., Torrent, J., Barrón, V., Bayer, C. & Fink, J. R. (2013). Iron oxides dynamics in a subtropical Brazilian Paleudult under long-term no-tillage management. Scientia Agricola, 70, 48-54.

Kämpf, N. & Curi, N. (2000). Óxidos de ferro: Indicadores de ambientes pedogênicos e geoquímicos. In R. N. Novais, V. H. Álvarez, & C. E. G. R. Schaefer (Eds.), Tópicos em ciência do solo (pp.107–138). Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Kämpf, N. & Curi, N. (2003). Argilominerais em solos brasileiros. In: Curi, N. & Kämpf, N. (Eds.), Tópicos em ciência do solo. (pp. 1-54) Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Kochargin, J., Bortoluzi, E. C., Mortele, D. F., Petry, C. & Caner, L. (2019). Evidences of soil geochemistry and mineralogy changes caused by eucalyptus rhizosphere. Catena, 175, 132–143.

Laird, D. A. et al. (1991) Chemistry of smectitic and illitic phases in interstratified soil smectite. Soil Science Society of America Journal, Madison, 55 (5), 1499-1504.

Leite, L. F. C. (2002). Compartimentos e dinâmica da matéria orgânica do solo sob diferentes manejos e sua simulação pelo Modelo Century. Tese (doutorado em solos e nutrição de plantas) Universidade Federal de Viçosa.

Lopes, S. E. et al. (2006). Compactação de um Latossolo Submetido ao Tráfego do Clambunk. Scientia Forestalis, 2006, 72, 23–28.

Maluf, J. R. T. (2000). Nova classificação climática do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia, 8 (1), 141-150.

Mazurana, M., Levien, R., Inda, A. V., Conte, O., Bressani, L. A. & Müller, J. (2017). Soil susceptibility to compaction under use conditions in southern Brazil. Ciência e Agrotecnologia, 41, 60-71.

Mehra, O. P. & Jackson, M. L. (1960). Iron oxide removal from soils and clays by a dithionite-citrate system buffered with sodium bicarbonate. Clays and Clay Minerals, 7, 317- 327.

Officer, S. J., Tillman, R. W., Palmer, A. S. & Whitton, J. S. (2006). Variability of clay mineralogy in two New Zealand steep-land topsoils under pasture. Geoderma, 132 (3-4), 427-440.

Quirk, J. P. (1955). Significance of surface areas calculated from water vapour sorption isotherms by use of the Bet equation. Soil Science, 80 (6), 423-430.

R Core Team. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing. Vienna: 2015. Available at: https://www.R-project.org/.

Ramos, P. V., Inda, A. V., Barrón, V., Teixeira, D. D. B., & Marques Jr., J. (2121). Magnetic susceptibility in the prediction of soil attributes in southern Brazil. Soil Science Society of America Journal, 1–15.

Reichert, J. M., Suzuki, L. E. A. S., & Reinert, D. J. (2007). Compactação do solo em sistemas agropecuários e florestais: identificação, efeitos, limites críticos e mitigação. Tópicos em ciência do solo (pp 49-134), Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Sampietro, J. A., & Lopes, E. S. (2016). Compactação de um Cambissolo causada por máquinas de colheita florestal espacializada com geoestatística. Floresta, 46, 307-314.

Santos, H. G. et al. (2018). Sistema brasileiro de classificação de solos. (5a ed.), Embrapa.

Schwertmann, U. (1991). Solubility and dissolution of iron oxides. Plant and Soil, 130, 1-25.

Severo, F. F., Aita, N. T., Marques, L. G. & Silva, L. S. (2017). Isotopic abundance of 13 C and contribution of eucalyptus biomass to soil organic matter conversion. Ciência Rural, 47: 1-7.

Silva Neto, L. F., Inda, A. V., Bayer, C., Dick, D. P. & Tonin, A. T. (2008). Óxidos de ferro em Latossolos tropicais e subtropicais brasileiros em plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 32: 1873-1881.

Silva, S. R., Barros, N. F., Costa, L. M., Mendonça, E. S., & Leite, F. P. (2007). Alterações do solo influenciadas pelo tráfego e carga de um forwarder nas entrelinhas de uma floresta de eucalipto. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 31 (2), 371-377.

Silva, M. A., Silva, M. L. N., Curi, N., Oliveira, A. H., Avanzi, J. C. & Norton, L. D. (2014). Water erosion risk prediction in eucalyptus plantations. Ciência e Agrotecnologia, 38 (2), 160-172.

Tomasi, C. A, Inda, A. V. & Dick, D. P. (2012a). Substâncias húmicas em Latossolo subtropical de altitude sob usos e manejos distintos. Ciencia Rural, 42 (12), 2180- 2184.

Tomasi, C. A., Inda, A. V., Dick, D. P., Bissani, C. A. & Fink, J. R. (2012b). Atributos químicos e área superficial específica em Latossolo subtropical de altitude sob usos e manejos distintos. Ciência Rural, 42, 2172-2179.

Vezani, F. M & Mielniczuk, J. (2009). Uma visão sobre qualidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 33 (4), 743-755.

Vezzani, F. M. & Mielniczuk, J. (2011). O solo como sistema. Ed. Dos autores.

Wang, C., Masoudi, A., Wang, M., Yang, J., Yu, Z. & Liu, J. (2021). Land-use types shape soil microbial compositions under rapid urbanization in the Xiong'an New Area, China. Science of the Total Environment, 777, 145976.

Yuxing X. B., Apeng, D., Zhichao, W., Wankuan, Z., Chao, L. & Lichao, W. (2020). Effects of different rotation periods of Eucalyptus plantations on soil physiochemical properties, enzyme activities, microbial biomass and microbial community structure and diversity. Forest Ecology and Management. 456, 117683.

Downloads

Publicado

17/05/2021

Como Citar

CHAVES, E.; SANTOS, C. V. dos; RAMOS, P. V. .; INDA JUNIOR, A. V. .; CANER, L. Propriedades físicas de um Argissolo após 17 anos de florestamento com Eucalyptus spp. . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e58610514424, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i5.14424. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14424. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas