É normal dar à luz em casa: A busca pela revalorização do ambiente domiciliar como espaço adequado para o momento do parto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14598Palavras-chave:
Parto domiciliar; Humanização do parto; Assistência ao parto.Resumo
Objetivou-se com o presente estudo evidenciar a revalorização do ambiente domiciliar como espaço adequado para o momento do parto. Trata-se de uma revisão de literatura do tipo bibliográfica/narrativa, fundamentada na dimensão exploratória. As fontes para busca dos referenciais envolveram a base de dados Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o buscador eletrônico Google Scholar. O domicílio enquanto local de cuidado no parto traz vários elementos que favorecem um dos principais requisitos para o resgate da humanização no processo de nascimento: a autonomia da mulher. No domicílio ela se torna sujeito ativo de seu parto, resgatando para si o próprio parto e o controle sobre seu corpo, tendo a oportunidade de atuar, de fazer suas escolhas com segurança, sem se inibir. No domicílio a mulher se sente segura, rodeada de pessoas que a amam, podendo expressar seus sentimentos e ser autêntica nos seus comportamentos e condutas. Com esta revisão verifica-se que o domicílio pode ser singular e importante espaço para o cuidado, pois a partir do conhecimento das características específicas deste ambiente e de seus membros é possível que os profissionais que assistem a gestante/parturiente desenvolvam ações de cuidado mais contextualizadas e efetivas.
Referências
Barros, W. L. L., Costa, E., Boeckmann, L. M. M., Reis, P. E. D., Leon, C. G. R. M. P., & Funghetto, S. S. (2011). Humanizing delivery: a reality in a birth center? Revista de Enfermagem da UFPE, 5(1), 67-74.
Brasil (2015). Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. Diretrizes de atenção à gestante: a operação cesariana. Brasília: Ministério da Saúde.
Brasil (2010). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais: o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais e experiências exemplares. Brasília: Ministério da Saúde.
Brasil (2017). Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal. Brasília: Ministério da Saúde.
Cardoso, M. A. S., & Nascimento, R. (2019). O dom e a dádiva entre parteiras do Amapá: uma abordagem etnográfica. Saúde e Sociedade, 28(1), 235-249.
Cursino, T. P.; & Benincasa, M. (2020). Parto domiciliar planejado no Brasil: uma revisão sistemática nacional. Ciência & Saúde Coletiva, 25(4), 1433-1444.
Davim, R. M. B., & Menezes, R. M. P. (2001). Assistência ao parto normal no domicílio. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 9(6), 62-68.
Denipote, A. G. M., Lacerda, M. R., Selleti, J. D. N., Tonin, L., & Souza, S. R. R. K. (2020). Parto domiciliar planejado no Brasil: onde estamos e para onde vamos? Research, Society and Development, 9(8), e837986628.
Dias, M. A. B., & Deslandes, S. F. (2006). Expectativas sobre a assistência ao parto de mulheres usuárias de uma maternidade pública do Rio de Janeiro, Brasil: os desafios de uma política pública de humanização da assistência. Cadernos de Saúde Pública, 22(12), 2647-2655.
Fabrizzio, G. C., Schmalfuss, J. M., Silveira, L., Peiter, C. C., Santos, J. L. G., Erdmann, A. L. (2019). Práticas obstétricas de uma parteira: contribuições para a gestão do cuidado de enfermagem à parturiente. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 9, e2892.
Frank, T. C., & Pelloso, S. M. (2013). A percepção dos profissionais sobre a assistência ao parto domiciliar planejado. Revista Gaúcha de Enfermagem, 34(1), 22-29.
Kappaun, A., & Costa, M. M. M. (2020). A institucionalização do parto e suas contribuições na violência obstétrica. Revista Paradigma, 29(1), 71-86.
Kruno, R. B.; & Bonilha, A. L. L. (2004). Parto no domicílio na voz das mulheres: uma perspectiva à luz da humanização. Revista Gaúcha de Enfermagem, 25(3), 396-407.
Lessa, H. F., Tyrrell, M. A. R., Alves, V. H., Rodrigues, D. P. (2018). A opção pelo parto domiciliar planejado: uma opção natural desmedicalizada. Revista Online de Pesquisa Cuidado é Fundamental, 10(4), 1118-1122.
Lima, C. M., Pavoski, J., Silvestre, G. C. S. B., Nascimento, G. N. X., Magalhães, D. S. S., Ferro, R. B. C. (2021). Modelo de assistência ao parto normal: atuação das parteiras no Brasil. Enfermagem Brasil, (20)1, 109-123.
Limeira, J. B. R., Souza, G. C., Souza, M. B., Vieira, A. S., Alexandre, A. C. S., & Leite-Salgueiro, C. D. B. (2018). A importância da humanização do parto realizada pelos enfermeiros obstetras para as parturientes: revisão integrativa. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 12(42), 308-321.
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2017). Metodologia do trabalho científico. 8ª ed. São Paulo: Atlas.
Mattos, D. V., Vandenberghe, L., Martins, C. A. (2016). The obstetric nurse in a planned household birth. Revista de Enfermagem da UFPE, 10(2), 568-575.
Medeiros, M. L., Santos, T. M., Oliveira, M. P. L. C., Costa, A. W. S., Oliveira, E. N., Silva, M. A. R., & Oliveira, R. F. (2020). O resgate da cultura dos partos domiciliares: uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and Development, 9(4), e40942792.
Mocheuti, K. N., Zamboni, S. D., Silva, R. A., Rocha, R. P. S., Silvestre, G. C. S. B., & Borges, A. P. (2020). Os significados atribuídos pela mulher ao trabalho das enfermeiras obstetras no parto domiciliar planejado. Research, Society and Development, 9(10), e019108237.
Nascimento, N. M., Progianti, J. M., Novoa, R. I., Oliveira, T. R., & Vargens, O. M. C. (2010). Tecnologias não invasivas de cuidado no parto realizadas por enfermeiras: a percepção de mulheres. Escola Anna Nery, 14(3), 456-461.
Oliveira, T. R., Barbosa, A. F., Alves, V. H., Rodrigues, D. P., Dulfe, P. A. M., & Maciel, V. L. (2020). Assistência ao parto domiciliar planejado: trajetória profissional e especificidades do cuidado da enfermeira obstétrica. Texto & Contexto Enfermagem, 29, e20190182.
Organização Mundial da Saúde (2015). Declaração da OMS sobre taxas de cesáreas. Genebra: OMS.
Possati, A. B., Prates, L. A. Cremonese, L., Scarton, J., Neumaier, J., Alves, C. N., et al. (2017). Humanização do parto: significados e percepções de enfermeiras. Escola Anna Nery, 21(4), 1-6.
Rattner, D. (2009). Humanização na atenção a nascimentos e partos: breve referencial teórico. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, 13(Suppl1), 595-602.
Sanfelice, C. F. O., Abbud, F. S. F., Pregnolatto, O. S., Silva M. G., Shimo, A. K. K. (2014). Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 15(2), 362-370.
Santos, F. S., Sousa, L. C., Siqueira, L. S., Fontoura, I. G., Dias, I. C. C. M., & Santos Neto, M. (2020). Percepções de puérperas sobre a assistência ao parto normal humanizado. Revista Científica de Enfermagem, 10(32), 217-228.
Santos, L. C. (2019). PARTO DOMICILIAR PLANEJADO: uma revisão bibliográfica. Revista Artigos.Com, 3, e1201.
Silva, T. M. A., Góis, G. A. S., Filgueiras, T. F., & Candeia, R. M. S. (2019). Significados e práticas da equipe de Enfermagem acerca do parto humanizado: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 26(1), 90-94.
Silva, T. P. R., Dumont-Pena, E., Moreira, A. D., Camargos, B. A., Meireles, M. Q., Souza, K. V. et al. (2020). Fatores associados ao parto normal e cesárea em maternidades públicas e privadas: estudo transversal. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(Suppl4), e20180996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Rúbia Laniêdja Oliveira Silva; Ilana Maria Brasil do Espírito Santo; Reginaldo Santana Lima; Hallyson Leno Lucas da Silva; Michelinne Shirley Pinheiro dos Santos; Maria de Lourdes Lima Oliveira Cardoso; Maria da Guia Damasceno de Ananias; Aline Stefhane Coutinho Coelho; Aline Sousa da Luz; Elizângela Vieira de Araújo; Izabel Pereira Duarte; Emília Vieira de Holanda Lira; Juliana de Jesus Nogueira dos Santos; Francisco Lucas de Lima Fontes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.