Interface entre exposição química e riscos à saúde da criança: Conhecimento de graduandos de Enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i5.14796Palavras-chave:
Enfermagem; Saúde ambiental; Pediatria.Resumo
Introdução: O avanço nas políticas de prevenção e pesquisas em saúde ambiental infantil exige a qualificação de profissionais de saúde com conhecimentos e habilidades sobre riscos à saúde da criança da exposição a contaminantes químicos ambientais. Objetivo: Avaliar se estudantes de enfermagem identificam a relação entre fatores de exposição química e riscos à saúde da criança e se este conhecimento difere conforme o ano de graduação. Método: Estudo transversal com questionário aplicado a 120 estudantes do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal Fluminense, campus Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Brasil. A análise estatística envolveu o teste Qui-quadrado, exato de Fisher e Kruskal-Wallis. Resultados: Evidenciou-se diferença significativa no conhecimento dos estudantes entre os cinco anos de graduação sobre os seguintes fatores de exposição: amamentação, uso de drogas durante a gestação e solo com a presença de pesticidas. Destaca-se que, um número maior de alunos do terceiro ano concordou com as assertivas sobre tais fatores. Apesar do conhecimento sobre metilmercúrio ter se diferenciado estatisticamente entre os estudantes dos cinco anos, 44,9% não souberam opinar sobre este xenobiótico. Conclusão: Os participantes dos últimos anos do curso de graduação em enfermagem avaliado não demonstraram conhecimento adequado sobre alguns fatores de exposição química infantil indicando que o contexto formativo não tem ofertado atividades de ensino sobre este tema. Tal desconhecimento dos estudantes revela que a inclusão de conteúdos relativos à saúde ambiental infantil, especialmente da toxicologia, no currículo da enfermagem é fundamental.
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