Géis de quitosana e Aloe vera como agentes de cicatrização pós-episiotomia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.14895

Palavras-chave:

Episiotomia; Regeneração tecidual; Gel vaginal; Quitosana; Aloe vera.

Resumo

A episiotomia é uma técnica obstétrica que consiste na execução de uma incisão no períneo durante o parto vaginal, com o intuito de facilitar a saída do feto. Após o parto, a região perineal é suturada com fios absorvíveis para cicatrização do corte. Entretanto, são frequentes os relatos de dor, infecções e dispaurenia após a execução desse procedimento, cuja incidência é maior em primíparas. Nesse contexto, o uso dos biomateriais tem se mostrado relevante no sentido de possibilitar o reparo mais rápido e seguro dos tecidos, tornando-se uma alternativa atrativa para o processo cicatricial da episiotomia. Sabendo-se das propriedades físico-químicas e biológicas da quitosana e da Aloe vera, essa pesquisa teve como objetivo desenvolver um gel vaginal para uso pós-episiotomia, visando sua aplicação como agente coadjuvante no processo de regeneração tecidual e controle de infecções. As composições foram preparadas a partir de uma solução de quitosana (5% m/v), dissolvida em solução aquosa de ácido acético (2% v/v). Após extração e processamento da mucilagem, a polpa da folha de Aloe vera foi adicionada ao gel de quitosana nas proporções de 1, 2 e 3% (v/v). Todas as formulações foram neutralizadas pela técnica do gotejamento lento de uma solução neutralizante de hidróxido de sódio (2 M). As composições foram analisadas em função de seu aspecto organoléptico, microscopia óptica, espalhabilidade, potencial hidrogeniônico, espectroscopia de absorção, citotoxicidade e comportamento reológico. Com base nos resultados obtidos foi possível concluir que géis produzidos exibem potencial para serem utilizados como géis vaginais.

Referências

Bonferoni, M. C., Giunchedi, P., Scalia, S., Rossi, S., Sandri, G., & Caramella, C. (2006). Chitosan Gels for the Vaginal Delivery of Lactic Acid: Relevance of Formulation Parameters to Mucoadhesion and Release Mechanisms. Aaps Pharmscitech, 7(4), 141-147.

Campos, L. M., Lemos, A. S. O., Cruz, L. F., Araújo, M. G. F., Botti, G. C. R. M., Reis Júnior, J. L., Rocha, V. N., Denadai, Â. M. L., Silva, T. P., & Tavares, G. D (2020). Development and in vivo evaluation of chitosan-gel containing Mitracarpus frigidus methanolic extract for vulvovaginal candidiasis treatment. Biomedicine & Pharmacotherapy, 130, 110609.

Denari, N. S. M. (2014). Biomateriais binários de quitosana/amido e quitosana/gelatina em L-ácido lático. Masters dissertation. Universidade de São Paulo.

Eghdampour, F., Jahdie, F., Kheyrkhah, M., Taghizadeh, M., Naghizadeh, S., & Hagani, H. (2013). The Impact of Aloe vera and Calendula on Perineal Healing after Episiotomy in Primiparous Women: A Randomized Clinical Trial. Jornal Of Caring Sciences, 2(4), 279-286.

Fernando, R. J., Sultan, Ab., H., Kettle, C., & Thakar, R. (2013). Methods of repair for obstetric anal sphincter injury. The Cochrane Database Of Systematic Reviews, 8(12), 1-45.

Jalalvandi, E., & Shavandi, A. (2018). In situ-forming and pH-responsive hydrogel based on chitosan for vaginal delivery of therapeutic agents. Journal Of Materials Science: Materials in Medicine, 29(10), 1-11.

Kalis, V., Laine, K., Leeuw, J., Ismail, K. M., & Tincello, D. G. Classification of episiotomy: towards a standardisation of terminology. Bjog: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, 119(5), 522-526.

Khoshgozaran-Abras, S., Azizi, M. H., Hamidy, Z., & Bagheripoor-Fallah, N. (2012). Mechanical, physicochemical and color properties of chitosan based-films as a function of Aloe vera gel incorporation. Carbohydrate Polymers, 87(3), 2058-2062.

Liu, C, Chen, X., & Park, H. (2005). Self-assembled nanoparticles based on linoleic-acid modified chitosan: stability and adsorption of trypsin. Carbohydrate Polymers, 62(3), 293-298.

Llanos, J. H. R., VERCIK, L. C. O., & VERCIK, A. (2015). Physical Properties of Chitosan Films Obtained after Neutralization of Polycation by Slow Drip Method. Journal Of Biomaterials And Nanobiotechnology, 06(04), 276-291.

Mastropietro, D. J. (2013). Rheology in Pharmaceutical Formulations-A Perspective. Journal Of Developing Drugs, 2(2), 1-6.

Melo, E. K. S., Carvalho, A. L. M., Borba, V. F. C., Sousa, G. D., Tabosa, M. A. M., & Leal, L. B. (2013). Análise e estudo viscosimétrico de diferentes géis de cetoprofeno 2,5%. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, 34(1), 95-99.

Mendes, M. S. L., Aguiar, K. L. N. P., Pereira, K. A. B., Oliveira, P. F., & Mansur, C. R. E. (2019). Hidrogéis à base de poliacrilamida e quitosana com potencial aplicabilidade no controle de conformidade em reservatórios de petróleo. Revista Eletrônica Perspectivas da Ciência e Tecnologia, 11(1), 1-15.

Ribeiro, M. P., Espiga, A., Silva, D., Baptista, P., Hhenriques, J., Ferreira, C., Silva, J. C., Borges, J. P., Pires, E., & Chaves, P. (2009). Development of a new chitosan hydrogel for wound dressing. Wound Repair And Regeneration, 17(6), 817-824.

Rotta, J., Minatti, E., & Barreto, P. L. M. (2011). Determination of structural and mechanical properties, diffractometry, and thermal analysis of chitosan and hydroxypropylmethylcellulose (HPMC) films plasticized with sorbitol. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 31(2), 450-455.

Sánchez-Sánchez, M. P., Martín-Illana, A., Ruiz-Caro, R., Bermejo, P., Abad, M. J., Carro, R., Bedoya, L. M., Tamayo, A., Rubio, J., & Fernández-Ferreiro, A. (2015). Chitosan and Kappa-Carrageenan Vaginal Acyclovir Formulations for Prevention of Genital Herpes: In Vitro and Ex Vivo Evaluation. Marine Drugs, 13(9), 5976-5992.

Santos, L. M., Santos, L. M. S., Brandão, M. M., Cerqueira, E. A. C., Ramos, M. S. X., & Carvalho, E. S. S. (2018). Associação entre perineorrafia e problemas perineais, atividades habituais e necessidades fisiológicas afetadas. Revista Cuidarte, 9(2), 2233-2244.

Santos, R. C. S., & Santos, R. G. (2016). Fatores relacionados com a prática da episiotomia no Brasil: revisão de literatura. Estação científica (UNIFAP), 6(1), 43-52.

Şenyigit, Z. A., Karavana, S. Y., Eraç, B., Gürsel, Ö., Limoncu, M. H., & Baloğlu, E. (2014). Evaluation of chitosan based vaginal bioadhesive gel formulations for antifungal drugs. Acta Pharmaceutica, 64(2), 139-156.

Sharma, A. (2020). Honey Aloevera loaded electrospun PVA nanofibers as a potential wound dressing material. http://teqip.iith.ac.in/wp-content/uploads/2018/10/Apeksha.pdf

Sioutis, D., Thakar, R., & Sultan, A. H. (2017). Overdiagnosis and rising rate of obstetric anal sphincter injuries (OASIS): time for reappraisal. Ultrasound In Obstetrics & Gynecology, 50(5), 642-647.

Teplicki, E., Qianli, M. A., Castillo, D., Zarei, M., Hustad, A. P., Chen, J., & Li, J. (2018). The Effects of Aloe vera on Wound Healing in Cell Proliferation, Migration, and Viability. Wounds, 30(9), 263-268.

Torres, M. A. (2001). Propriedades viscosas e viscoelásticas de soluções e géis de quitosana. Masters dissertation. Universidade Estadual de Campinas.

Valenta, C. (2005). The use of mucoadhesive polymers in vaginal delivery. Advanced Drug Delivery Reviews, 57(11), 1692-1712.

Verghese, T. S., Champaneria, R., Kapoor, D., & Latthe, P. M. (2016). Obstetric anal sphincter injuries after episiotomy: systematic review and meta-analysis. International Urogynecology Journal, 27(10), 1459-1467.

Wang, H., Zhang, X., Mani, M., Jaganathan, S., Huang, Y., & Wang, C. (2017). Microwave-Assisted Dip Coating of Aloe Vera on Metallocene Polyethylene Incorporated with Nano-Rods of Hydroxyapaptite for Bone Tissue Engineering. Coatings, 7(11), 182-199.

Wu, Q., & Li, L. (2020). Thermal sensitive Poloxamer/Chitosan hydrogel for drug delivery in vagina. Materials Research Express, 7(10), 105401.

Downloads

Publicado

20/05/2021

Como Citar

MACÊDO, M. D. M. .; DANTAS, H. K. B. .; SOUZA, M. F. de .; PEDROSA, T. C. .; AZEVEDO, A. C. S. de .; FERREIRA, V. P. .; LUCENA, B. de M. .; SOUSA, W. J. B. de .; FOOK, M. V. L. . Géis de quitosana e Aloe vera como agentes de cicatrização pós-episiotomia. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e36310614895, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.14895. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14895. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Engenharias