Sintomas moderados e severos de ansiedade e depressão estão aumentados entre estudantes de medicina do sexo feminino durante a pandemia pelo COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15406Palavras-chave:
COVID-19; Saúde Mental; Estudante de Medicina; Ansiedade; Depressão.Resumo
Histórico: Os transtornos emocionais em estudantes de medicina são frequentes e merecem atenção especial durante a Pandemia pelo COVID-19. Objetivo: Avaliar sintomas de transtornos de ansiedade e depressão entre estudantes de medicina durante a Pandemia COVID-19. Métodos: Estudo transversal em uma faculdade particular de medicina no Brasil, dois meses após a ordem de permanência em casa e aulas online devido à Pandemia pelo COVID-19. A pesquisa entre estudantes de medicina foi realizada em maio de 2020, utilizando questionários sobre status social e demográfico, o questionário GAD-7 para sintomas de ansiedade e o PHQ-9 para sintomas de depressão. Resultados: Um total de 340 de 347 (97,98%) estudantes de medicina participou. A pontuação média do GAD-7 foi de 9,18 ((±4,75), e a pontuação média do PHQ-9 foi de 12,72 (±6,62). Os resultados indicam uma relação positiva relevante entre o escore GAD-7 e sexo feminino (F=5.816 P=.016). Usando uma pontuação de corte de 10 para GAD-7, 157 (46,17%) dos alunos foram identificados com sintomas de ansiedade moderados ou severos. Para a pontuação PHQ-9, utilizando-se um corte de 10 219 (64,41%) dos alunos foram reconhecidos com sintomas moderados ou severos de depressão; os resultados indicam uma relevante relação positiva entre o escore PHQ-9 e estudantes do sexo feminino (F=5.640 P=.018). Conclusão: A análise demonstrou uma prevalência significativamente maior de sintomas moderados e severos de ansiedade e depressão entre estudantes de medicina do sexo feminino durante a Pandemia pelo COVID-19.
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