Tijolos de solo-cimento com inserção de rejeito da scheelita: Comportamento mecânico e avaliação físico-química da água de amassamento
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15412Palavras-chave:
Solo-cimento; Rejeito da Scheelita; Tijolos Ecológicos; Pavimento Intertravado; Água do dreno de ar condicionado.Resumo
Através da perspectiva ambiental em produzir novos materiais de construção com inclusão de rejeitos ou resíduos que melhorem suas propriedades e, ao mesmo tempo, promovam uma prática mitigadora dos impactos ambientais, objetiva-se com esse trabalho diagnosticar o efeito da incorporação do rejeito da extração da scheelita como agregado reciclado em tijolos maciços de solo-cimento substituindo parcialmente o solo, buscando viabilizar seu uso em pavimentos intertravados, bem como, estudar as propriedades físico-químicas da água de amassamento utilizada na confecção dos tijolos de solo-cimento, oriunda dos drenos de ar condicionado do IFPB Campus Campina Grande. Os tijolos produzidos utilizaram cimento de classe CP II Z-32, solo de recorte de aterro para descarte, rejeito mineral da scheelita, e água de amassamento proveniente de drenos de ar condicionado do IFPB Campus Campina Grande. A conformação foi realizada manualmente com o auxílio de prensa hidráulica, com posterior cura à temperatura ambiente e molhagem periódica durante os 7 primeiros dias de hidratação do cimento (estabilizador alcalino), até atingirem as idades de realização dos testes laboratoriais de resistência à compressão axial (28 dias) e flexão direta (180 dias). Notou-se que os resultados de resistência à compressão axial superaram os limites mínimos da ABNT NBR 10834:2013, como também, os resultados do teste de flexão demonstraram que a resistência mecânica dos tijolos é superior quando incorporado o rejeito mineral, fenômeno também notado através do teste de compressão axial. A qualidade da água utilizada para fabricar os tijolos, além de assegurar melhor potencial químico na reação de hidratação com base no estado da arte, promove a redução do uso da água do abastecimento público, que advém de manancial com aporte hídrico relativamente reduzido.
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