Endometriose, dificuldades no diagnóstico precoce e a infertilidade feminina: Uma Revisão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15661

Palavras-chave:

Endometriose; Diagnóstico precoce; Infertilidade; Tratamento.

Resumo

A endometriose é uma patologia que afeta milhares de mulheres no mundo, isso se deve à presença de tecido endometrial extrauterino, que responde à estimulação hormonal e pode causar uma reação inflamatória resultando em sintomas como dor pélvica crônica severa e infertilidade. No Brasil, cerca de 7 milhões de mulheres sofrem com a doença, cujo diagnóstico, prontuário e pesquisas são altamente deficientes, o que dificulta a recuperação das pacientes. Desse modo, este estudo teve como objetivo investigar as dificuldades no diagnóstico precoce da endometriose e sua relação com a infertilidade feminina por meio de uma revisão narrativa. Foram realizadas buscas bibliográficas nas seguintes bases de dados: SciELO, PubMed/MEDLINE e BVS, por se tratarem de bases de dados que concentram publicações de excelência voltadas para a área da saúde. A seleção dos estudos publicados nas bases de dados foi compreendida entre os anos de 2001 a 2021, utilizando os descritores reconhecidos pelos DECs: “Endometriosis”, “Early Diagnosis”, “Infertility Female” e “Treatmet Alternatives”. Assim, obtivemos resultados de estudos que abordam aspectos envolvidos na dificuldade de se obter o diagnóstico precoce da endometriose, além dos tratamentos disponíveis. Evidenciamos que a endometriose ainda é uma doença de etiopatogenia incerta, e que essa incerteza contribui para a dificuldade de diagnóstico da doença, na qual a falta de informações se destaca como um dos principais fatores que dificultam o diagnóstico precoce da endometriose.

Biografia do Autor

Joabe Lima Araújo, Universidade de Brasília

Departamento de Genética e Morfologia da Universidade de Brasília - UnB

Referências

Araújo, F. W. C.; Schmidt, D. B. (2020). Endometriose um problema de saúde pública: revisão de literatura. Revista Saúde e Desenvolvimento, 14(18), 25-37.

Barbosa, D. A. de S., & de Oliveira, A. M. (2015). Endometriose e seu impacto na fertilidade feminina. Saúde & Ciência Em Ação, 1(1), 43-56.

Bassi, M. A. (2011). Cinética celular na endometriose profunda infiltrativa de reto-sigmoide: estudo anátomo-clínico (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-23112011-191633/en.php>.

Bellelis, P., Dias Jr, J. A., Podgaec, S., Gonzales, M., Baracat, E. C., & Abrão, M. S. (2010). Epidemiological and clinical aspects of pelvic endometriosis: series of cases. Revista da Associacao Medica Brasileira, 56(4), 467-471. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302010000400022

Bernardo, W. M., Nobre, M. R. C., & Jatene, F. B. (2004). A prática clínica baseada em evidências: parte II-buscando as evidências em fontes de informação. Revista Brasileira de Reumatologia, 44(6), 403-409. https://doi.org/10.1590/S0482-50042004000600003

Bianco, B., Christofolini, D. M., de Souza, Â. M. B., & Barbosa, C. P. (2010). O papel dos desreguladores endócrinos na fisiopatologia da endometriose: revisão da literatura. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, 35(2), 1-8. https://doi.org/10.7322/abcs.v35i2.95

Borges, A. J. S. (2018). Aspectos atuais da endometriose. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão. Disponível em: http://hdl.handle.net/123456789/2363.

Borghese, B., Zondervan, K. T., Abrao, M. S., Chapron, C., & Vaiman, D. (2017). Recent insights on the genetics and epigenetics of endometriosis. Clinical genetics, 91(2), 254-264. https://doi.org/10.1111/cge.12897

Bricou, A., Batt, R. E., & Chapron, C. (2008). Peritoneal fluid flow influences anatomical distribution of endometriotic lesions: why Sampson seems to be right. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 138(2), 127-134. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2008.01.014

Caldeira, T. D. B., Serra, I. D., Inácio, L. D. C., & Terra, I. B. N. (2017). Infertilidade na endometriose: etiologia e terapêutica. HU Revista, 43(2), 173-178. https://doi.org/10.34019/1982-8047.2017.v43.2677

Da Matta, A. Z., & Muller, M. C. (2006). Uma análise qualitativa da convivência da mulher com sua endometriose. Psicologia, saúde e doenças, 7(1), 57-72.

De Souza, G. K. T., Costa, J. R. G., de Oliveira, L. L., & de Lima, L. R. (2017). Endometriose x infertilidade: revisão de literatura. Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), 3(1), 1-4.

Denny, E., & H Mann, M. C. (2007). A clinical overview of endometriosis: a misunderstood disease. British journal of nursing, 16(18), 1112-1116. https://doi.org/10.12968/bjon.2007.16.18.27503

Donatti, L., Ramos, D. G., Andres, M. D. P., Passman, L. J., & Podgaec, S. (2017). Pacientes com endometriose que utilizam estratégias positivas de enfrentamento apresentam menos depressão, estresse e dor pélvica. Einstein (São Paulo), 15(1), 65-70. https://doi.org/10.1590/s1679-45082017ao3911

Gao, X., Yeh, Y. C., Outley, J., Simon, J., Botteman, M., & Spalding, J. (2006). Health-related quality of life burden of women with endometriosis: a literature review. Current medical research and opinion, 22(9), 1787-1797. https://doi.org/10.1185/030079906X121084

Gomes, N. A., & Alves, K. (2018). A ressonância magnética no diagnóstico de endometriose profunda com acometimento intestinal: relato de caso. UNILUS Ensino e Pesquisa, 15(38), 25-39.

Hughes, C. L., Foster, W. G., Agarwal, S. K., & Mettler, L. (2015). The impact of endometriosis on the health of women. BioMed Research International, 365951.

Kennedy, S., Bergqvist, A., Chapron, C., D’Hooghe, T., Dunselman, G., Greb, R., ... & Saridogan, E. (2005). ESHRE guideline for the diagnosis and treatment of endometriosis. Human reproduction, 20(10), 2698-2704. https://doi.org/10.1093/humrep/dei135

Koltermann, K. C., Schlotmann, A., Schröder, H., Willich, S. N., & Reinhold, T. (2016). Economic burden of deep infiltrating endometriosis of the bowel and the bladder in Germany: The statutory health insurance perspective. Zeitschrift für Evidenz, Fortbildung und Qualität im Gesundheitswesen, 118, 24-30. https://doi.org/10.1016/j.zefq.2016.09.006

Krina, T. Z., Christian, M. B., & Stacey, A. M. (2020). Endometriosis. New England Journal of Medicine, 382, 1244-56.

Marqui, A. B. T. D. (2014). Endometriose: do diagnóstico ao tratamento. Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde, 97-105.

Minson, F. P., Abrão, M. S., Sardá Júnior, J., Kraychete, D. C., Podgaec, S., & Assis, F. D. (2012). Importância da avaliação da qualidade de vida em pacientes com endometriose. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 34(1), 11-15. https://doi.org/10.1590/S0100-72032012000100003

Missmer, S. A., & Cramer, D. W. (2004). METHODOLOGIC ISSUES. Endometriosis in Clinical Practice, 66.

MS – Ministério da Saúde. (2006). <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sctie/2006/prt0069_01_11_2006_comp.html>.

MS – Ministério da Saúde. (2010).: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0144_31_03_2010.html>.

Nácul, A. P., & Spritzer, P. M. (2010). Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento da endometriose. Revista Brasileira de ginecologia e obstetrícia, 32(6), 298-307. https://doi.org/10.1590/S0100-72032010000600008

Nnoaham, K. E., Hummelshoj, L., Webster, P., d’Hooghe, T., de Cicco Nardone, F., de Cicco Nardone, C., ... & Study, W. E. R. F. G. (2011). Impact of endometriosis on quality of life and work productivity: a multicenter study across ten countries. Fertility and sterility, 96(2), 366-373. https://doi.org/10.1016/j.fertnstert.2011.05.090

Nogueira, A. C. R., Santiago, M. T., Bahia, C. P., & Soares, H. H. P. (2018). Tratamento da endometriose pélvica: uma revisão sistemática. Revista Científica FAGOC-Saúde, 3(2), 38-43.

Novak, E. (2007). Berek & Novak's gynecology. Lippincott Williams & Wilkins.

Oliveira, M. A. P., Raymundo, T. S., Soares, L. C., Pereira, T. R., & Demôro, A. E. (2017). How to use CA-125 More Effectively in the Diagnosis of Deep Endometriosis?. Journal of Minimally Invasive Gynecology, 24(7), S112-S113. https://doi.org/10.1155/2017/9857196

Podgaec, S., Abrão, M. S., & Aldrighi, J. M. (2005). Aspectos hormonais da endometriose. Endocrinologia ginecológica: aspectos contemporâneos. São Paulo: Atheneu, 221-228.

Rampinelli, H., Milanese, B. C., & Madeira, K. (2013). Perfil epidemiológico das pacientes atendidas em um consultório privado e submetidas à videolaparoscopia para tratamento de endometriose na região de Criciúma. ACM Arq. Catarin. Med, 09-14.

RCOG - Royal College of Obstetricians and Gynecologists (2006). Endometriosis, Investigation and Management (Green-top Guideline No. 24).

Sampson, J. A. (1927). Metastatic or Embolic Endometriosis, due to the Menstrual Dissemination of Endometrial Tissue into the Venous Circulation. The American journal of pathology, 3(2), 93-110.

Santos, T. M. V., Pereira, A. M. G., Lopes, R. G. C., & Depes, D. D. B. (2012). Tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico de endometriose. Einstein (São Paulo), 10(1), 39-43. http://dx.doi.org/10.1590/S1679-45082012000100009

São Bento, P. A. D. S., & Moreira, M. C. N. (2017). A experiência de adoecimento de mulheres com endometriose: narrativas sobre violência institucional. Ciência & Saúde Coletiva, 22, 3023-3032. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.03472017

Silva, A. D. (2012). Endometriose e infertilidade: o papel do tratamento cirúrgico prévio a ciclos de procriação medicamente assistida (Dissertação de Mestrado) Universidade do Porto. Porto, Portugal. Disponível em: https://sigarra.up.pt/icbas/pt/pub_geral.pub_view?pi_pub_base_id=30741

Silva, M. P. C., & de Marqui, A. B. T. (2014). Qualidade de vida em pacientes com endometriose: um estudo de revisão. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 27(3), 413-421. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2014.p413

Sourial, S., Tempest, N., & Hapangama, D. K. (2014). Theories on the pathogenesis of endometriosis. International journal of reproductive medicine, 2014, 179515. https://doi.org/10.1155/2014/179515

Souza, L. G., Barros, A. M. D. A., & Monteiro, M. R. S. (2020). A importância do CA-125 para o diagnóstico precoce da endometriose. Revista de Patologia do Tocantins, 7(1), 66-70. https://doi.org/10.20873/uft.2446-6492.2020v7n1p66

Tomás, C., & Metello, J. L. (2019). Endometriose e infertilidade-onde estamos?. Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa, 13(4), 235-241.

Viganò, P., Parazzini, F., Somigliana, E., & Vercellini, P. (2004). Endometriosis: epidemiology and aetiological factors. Best practice & research Clinical obstetrics & gynaecology, 18(2), 177-200. https://doi.org/10.1016/j.bpobgyn.2004.01.007

Vinatier, D., Orazi, G., Cosson, M., & Dufour, P. (2001). Theories of endometriosis. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 96(1), 21-34. https://doi.org/10.1016/S0301-2115(00)00405-X

Downloads

Publicado

21/05/2021

Como Citar

TORRES, J. I. da S. L. .; ARAÚJO, J. L.; VIEIRA, J. A.; SOUZA, C. dos S. .; PASSOS, I. N. G. .; ROCHA, L. de M. . Endometriose, dificuldades no diagnóstico precoce e a infertilidade feminina: Uma Revisão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e6010615661, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.15661. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15661. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão