Avaliação da virulência in vitro de isolados clínicos e ambientais de fungos dermatófitos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15699Palavras-chave:
Dermatofitose; Dermatopatia; Tinea; Patogenicidade; Micologia ambiental.Resumo
Os dermatófitos são fungos queratinofílicos relacionados a dermatofitoses em animais e pessoas. Na patogenia desta doença, destacam-se enzimas como DNase, gelatinase, lipase, queratinase, elastase e colagenase. Neste trabalho, objetivou-se verificar a produção destas enzimas por isolados clínicos e ambientais de dermatófitos. As cepas ambientais foram obtidas pela técnica de Vanbreuseghem (1952), utilizando amostras de solo de diferentes localidades do Brasil. As amostras clínicas foram oriundas de pelos e crostas de animais enviadas ao Serviço de Diagnóstico Microbiológico Veterinário/UFRRJ. A avaliação enzimática dos dermatófitos foi feita por leituras de absorbância em espectrofotômetro (colagenase, elastase e queratinase), formação de halo de degradação em placas (DNase e lipase) e liquefação em tubos (gelatinase). Os isolados clínicos foram Microsporum canis (11), Nannizzia gypsea (7), N. nana (2), Trichophyton mentagrophytes (4) e Trichophyton spp. (6). Os isolados ambientais foram N. gypsea (25), N. nana (1) e Trichophyton spp. (4). Não houve diferença estatística significativa na produção de queratinase, elastase, lipase e gelatinase entre os grupos de isolados clínicos e ambientais. Houve diferença significativa estatisticamente na produção de colagenase e DNase. Conclui-se que tanto os dermatófitos oriundos de amostras clínicas de animais, quanto os do solo são capazes de produzir enzimas relacionadas à infecção dermatofítica.
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