Novas perspectivas no diagnóstico de pediculose ativa em escolares da região sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15793Palavras-chave:
Pediculus capitis; Infestação por piolhos; Saúde pública; Diagnóstico; Saúde da criança.Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência e fatores de risco da pediculose ativa entre escolares do Paraná, além disso, foram comparadas a eficácia e a sensibilidade dos métodos da aspiração, pente-fino e inspeção visual com uma lupa dermatológica, a fim de determinar a melhor metodologia de diagnóstico. Cada criança foi examinada pelos três métodos em sequência. Fatores de risco como características do cabelo, sexo, idade e ambiente foram comparados. Além disso, uma atividade lúdica foi introduzida para aumentar a probabilidade das crianças em participar do estudo. Foram examinados um total de 358 escolares do sul do Brasil. A prevalência de pediculose geral foi de 45,5%, enquanto que a prevalência de pediculose ativa foi de 13,1%. Em relação à pediculose ativa, não houve diferença entre os sexos. Entretanto, meninas de nove anos de idade tiveram maior probabilidade de infestação por pediculose ativa. O método da aspiração foi 5,96 e 11,29 vezes mais eficaz que método da lupa dermatológica e o método do pente-fino, respectivamente, e também obteve maior sensibilidade (74,5%) na detecção da pediculose ativa. Ao considerar as características do cabelo, crianças com cabelos longos e ondulados/cacheados foram mais diagnosticadas pelo método da aspiração do que crianças com cabelos curtos e ondulados/cacheados. A aspiração foi a metodologia mais eficaz e provou ser uma ótima opção para detectar pediculose ativa em escolares, principalmente em crianças de cabelo ondulado/cacheado.
Referências
Birkemoe, T., Lindstedt, H. H., Ottesen, P., Soleng, A., Næss, Ø., & Rukke, B. A. (2016). Head lice predictors and infestation dynamics among primary school children in Norway. Family Practice, 33(1), 23–29. https://doi.org/10.1093/fampra/cmv081.
Borges, R., & Mendes, J. (2002). Epidemiological aspects of head lice in children attending day care centres, urban and rural schools in Uberlandia, central Brazil. Memórias Do Instituto Oswaldo Cruz, 97(2), 189–192. https://doi.org/10.1590/S0074-02762002000200007.
Chongsuvivatwong, V. (2018). EpiDisplay: epidemiological data display package (R package version 3.5. 0.1.). https://CRAN.R-project.org/package=epiDisplay
Cummings, C., Finlay, J. C., & MacDonald, N. E. (2018). Head lice infestations: A clinical update. Paediatrics & Child Health, 23(1), e18–e24. https://doi.org/10.1093/pch/pxx165.
Cunha, P. V. da S., Pinto, Z. T., Liberal, E. F., & Barbosa, J. V. (2008). O discurso dos professores sobre a transmissão de pediculose antes de uma atividade educativa. Journal of Human Growth and Development, 18(3), 298–307.
De Geer, C. (1778). Mémoires pour Servir à l’Histoire des Insectes, vol. 7. Stockholm.
De Maeseneer, J., Blokland, I., Willems, S., Vander Stichele, R., & Meersschaut, F. (2000). Wet combing versus traditional scalp inspection to detect head lice in schoolchildren: observational study. Bmj, 321(7270), 1187–1188. https://doi.org/10.1136/bmj.321.7270.1187
Devera, R. (2012). Epidemiología de la pediculosis capitis en América Latina. SABER. Revista Multidisciplinaria Del Consejo de Investigación de La Universidad de Oriente, 24(1), 25–36.
El-Sayed, M. M., Toama, M. A., Abdelshafy, A. S., Esawy, A. M., & El-Naggar, S. A. (2017). Prevalence of pediculosis capitis among primary school students at Sharkia Governorate by using dermoscopy. Egyptian Journal of Dermatology and Venerology, 37(2), 33. http://doi.org/10.4103/ejdv.ejdv_47_16
Gordon, S. C. (2007). Shared vulnerability: a theory of caring for children with persistent head lice. The Journal of School Nursing, 23(5), 283–292. https://doi.org/10.1177/10598405070230050701
Heukelbach, J., Wilcke, T., Winter, B., & Feldmeier, H. (2005). Epidemiology and morbidity of scabies and pediculosis capitis in resource‐poor communities in Brazil. British Journal of Dermatology, 153(1), 150–156. https://doi.org/10.1111/j.1365-2133.2005.06591.x
Jahnke, C., Bauer, E., Hengge, U. R., & Feldmeier, H. (2009). Accuracy of diagnosis of pediculosis capitis: visual inspection vs wet combing. Archives of Dermatology, 145(3), 309–313. https://doi.org/10.1001/archdermatol.2008.587
Jamani, S., Rodríguez, C., Rueda, M. M., Matamoros, G., Canales, M., Bearman, G., Stevens, M., & Sanchez, A. (2019). Head lice infestations in rural Honduras: the need for an integrated approach to control neglected tropical diseases. International Journal of Dermatology, 58(5), 548–556. https://doi.org/10.1111/ijd.14331
Karim, T., Musa, S., Khanum, H., & Mondal, D. (2015). Occurrence of Pediculus humanus capitis in relation to their personal hygiene and social behaviour among the children in Dhaka City. Bangladesh Journal of Zoology, 43(2), 327–332. https://doi.org/10.3329/bjz.v43i2.27403
Kurt, O., Tabak, T., Kavur, H., Muslu, H., Limoncu, E., Bilaç, C., Balcioğlu, I. C., Kaya, Y., Ozbel, Y., & Larsen, K. (2009). Comparison of two combs in the detection of head lice in school children. Acta Parasitologica Turcica / Turkish Society for Parasitology, 33(1), 50–53.
Lustosa, B. P. R., Haidamak, J., Oishi, C. Y., Souza, A. B. de, Lima, B. J. F. de S., Reifur, L., Shimada, M. K., Vicente, V. A., Aleixandre, M. A. V., & Klisiowicz, D. do R. (2020). Vaccuuming method as a successful strategy in the diagnosis of active infestation by Pediculus humanus capitis. Revista Do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo, 62. https://doi.org/10.1590/s1678-9946202062007
Mendes, G. G., Borges-Moroni, R., Moroni, F. T., & Mendes, J. (2017). Head lice in school children in Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil. Journal of Tropical Pathology, 46(2), 200–208. https://doi.org/10.5216/rpt.v46i2.47572
Moosazadeh, M.., Afshari, M.., Keianian, H., Nezammahalleh, A., & Enayati, A. A. (2015). Prevalence of Head Lice Infestation and Its Associated Factors among Primary School Students in Iran: A Systematic Review and Meta-analysis. Osong Public Health and Research Perspectives, 6(6), 346–356. https://doi.org/10.1016/j.phrp.2015.10.011
Mumcuoglu, K. Y., Friger, M., Ioffe‐Uspensky, I., Ben‐Ishai, F., & Miller, J. (2001). Louse comb versus direct visual examination for the diagnosis of head louse infestations. Pediatric Dermatology, 18(1), 9–12. https://doi.org/10.1046/j.1525-1470.2001.018001009.x
Mumcuoglu, K.Y., Pollack, R.J., Reed, D.L., Barker, S.C., Gordon, S., Toloza, A.C., Picollo, M.I., Taylan‐Ozkan, A., Chosidow, O., Habedank, B., Ibarra, J., Meinking, T.L. and Vander Stichele, R.H. (2020), International recommendations for an effective control of head louse infestations. International Journal of Dermatology, 60, 272-280. https://doi.org/10.1111/ijd.15096
Neira, P. E., Molina, L. R., Correa, A. X., Américo Muñoz, N. R., & Oschilewski, D. E. (2009). Utilidade do pente metálico com dentes microcanaliculados no diagnóstico da pediculose. Anais Brasileiros de Dermatologia, 84(6), 615–621. https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000600007
Pilger, D., Khakban, A., Heukelbach, J., & Feldmeier, H. (2008). Self-diagnosis of active head lice infestation by individuals from an impoverished community: High sensitivity and specificity. Revista Do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo, 50(2), 121–122. https://doi.org/10.1590/S0036-46652008000200011
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2013). Atlas do desenvolvimento humano no Brasil: árvore do IDHM., Organização das Nações Unidas, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/arvore/municipio/anicuns_go_2010/municipio/penaforte_ce_2010/
Silva, L., Alencar, R. de A., & Madeira, N. G. (2008). Survey assessment of parental perceptions regarding head lice. International Journal of Dermatology, 47(3), 249–255. https://doi.org/10.1111/j.1365-4632.2008.03570.x
Stevenson, M., Nunes, T., Heuer, C., Marshall, J., Sanchez, J., Thornton, R., Reiczigel, J., Robison-Cox, J., Sebastiani, P., Solymos, P., & Yoshida, K. (2019) epiR: Tools for the Analysis of Epidemiological Data. R package version 1.0-4. Available from: https://CRAN.R-project.org/package=epiR
Toloza, A. C., Laguna, M. F., Ortega-Insaurralde, I., Vassena, C., & Risau-Gusman, S. (2018). Insights about head lice transmission from field data and mathematical modeling. Journal of Medical Entomology, 55(4), 929–937. https://doi.org/10.1093/jme/tjy026
Willems, S., Lapeere, H., Haedens, N., Pasteels, I., Naeyaert, J. M., & De Maeseneer, J. (2005). The importance of socio-economic status and individual characteristics on the prevalence of head lice in schoolchildren. European Journal of Dermatology, 15(5), 387-392.
World Health Organization. (2020). Ending the neglect to attain the Sustainable Development Goals: a road map for neglected tropical diseases 2021–2030. Geneva: World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/332094
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Bruno Paulo Rodrigues Lustosa; Larissa Reifur; Juciliane Haidamak ; Marielly Ospedal Batista; Adelino Tchilanda Tchivango; Bruna Jacomel Favoreto de Souza Lima; Camila Yumi Oishi Kampmann; Vania Aparecida Vicente; Maria Adela Valero; Márcia Kyoie Shimada; Debora do Rocio Klisiowicz

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.