Sífilis gestacional: um estudo epidemiológico no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16001Palavras-chave:
Sífilis gestacional; Sistema de informação em saúde; Vigilância epidemiológica; Saúde pública.Resumo
Esse estudo objetivou avaliar a incidência dos casos notificados de mulheres infectadas com sífilis durante a gestação e que residiam na região Nordeste do Brasil, no período de 2013-2020. Tratou-se de uma pesquisa de cunho epidemiológico, transversal e descritivo que empregou dados obtidos do Sistema de Informação de Agravo de Notificações (SINAN), disponibilizados na plataforma eletrônica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Entre os anos de 2013 a 2020 foram notificados 63.908 casos de sífilis gestacional na região Nordeste do país, tendo o ano de 2018 com maior número de casos. Verificou-se que a sífilis apresentou maior incidência em mulheres gestantes jovens, entre 20-29 anos, de cor parda e de baixa escolaridade, o que mostrou que a doença acomete principalmente as populações mais vulneráveis, com reduzido acesso à saúde, educação e a informação. A menor incidência ocorreu em mulheres com idade acima de 40 anos, mulheres de raça/cor indígena e amarela, e as que possuem ensino superior completo. O Ministério da Saúde vem evoluindo no controle da sífilis gestacional, criando estratégias para fortalecer as redes de atenção à saúde, e esse empenho é percebido a partir do ano 2019, com a queda expressiva de notificações comparada aos anos anteriores. E esse esforço precisa ser mantido, com ajuda de toda população, para que não só a região Nordeste, mas todo o Brasil consiga controlar e diminuir cada vez mais a incidência dessa doença em mulheres gestantes.
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