A importância da microbiota intestinal e seus efeitos na obesidade
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16086Palavras-chave:
Microbiota intestinal; Obesidade; Disbiose; Probióticos; Prebióticos.Resumo
Introdução: A microbiota intestinal humana possui um papel fundamental na manutenção da saúde e prevenção de doenças como por exemplo a Obesidade. Sabe-se que há correlação entre ambas, visto que esta condição clínica acarreta a Disbiose Intestinal. E, a terapêutica envolve também a modulação intestinal com prebióticos e probióticos. Objetivo: Descrever a importância do equilíbrio da microbiota intestinal na prevenção e tratamento da obesidade. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem descritiva. Resultados: A partir do estudo de literatura foi possível observar que além da influência de fatores anatômicos e fisiológicos, existem causas multifatoriais que levam o indivíduo a obesidade, como o desequilíbrio da microbiota intestinal, bem como hábitos alimentares ruins. Discussão dos resultados: Apresentou-se a existência efetiva de uma correlação entre a Microbiota Intestinal e a Obesidade ocasionada pelo tipo de alimentação do indivíduo, uso indevido de fármacos, alimentos ricos em FODMAPs e que se pode tratar com mudanças no estilo de vida e modulação intestinal. Conclusão: Através dos estudos realizados foi possível comprovar a importância de manter o equilíbrio microbiano intestinal a fim de evitar complicações clínicas e melhorar o prognóstico do indivíduo obeso.
Referências
Amarante, D. (2013). Aspectos nutricionais na população de pacientes com síndrome do intestino irritável atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 93f. Dissertação (Mestrado em Ciências em Gastroenterologia) - Faculdade de Medicina do estado de São Paulo, São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-09082013-120311/publico/DaianaAmarante.pdf.
Arora, T., Anastasovska, J., Gibson, G., Tuohy, K., Sharma, R., & Bell, J. (2012). Effect of Lactobacillus acidophilus NCDC 13 supplementations on the progression of obesity in diet- induced obese mice. Br J Nutr, [S.l.], 108, 1382-1389.
Barbosa, F. et al. (2010). Microbiota indígena do trato gastrintestinal. Revista de Biologia e Ciência da Terra, Aracaju, 10(1), 78-93.
Barrett, J. S. (2013). Extending our knowledge of fermentable, short-chain carbohydrates for managing gastrointestinal symptoms. Nutr Clin Pract, [S.l.], 28(3), 300-6.
Barrett, J. S., & Gibson, P. R. (2012). Fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols (FODMAPs) and nonallergic food intolerance: FODMAPs or food chemicals? Therapeutic Advances in Gastroenterology, 5(4), 261-268.
Bello, D., Laboy, D. J., Shen, N., Cox, L. M., González, A., Bokulich, N. A., Canção, S. J., Hoashi, M., Rivera, V. J. I., Mendez, K., Cavaleiro, R., & Clemente, J. C. (2016). Partial restoration of the microbiota of children born by cesarean section via vaginal microbial transfer. Nat Med, 22(3). 250-3.
Bernhard, F. et al. (2013). Functional relevance of genes implicated by obesity genome-wide association study signals for human adipocyte biology. Diabetologia, 56, 311.
Bervoets, L. et al. (2013). Differences in gut microbiota composition between obese and lean children: a cross-sectional study. Gut Pathogens, 5(1)1, 10.
Brasil. (2018). Ministério da Saúde. VIGITEL BRASIL 2017: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde. https://sbpt.org.br/portal/wp-content/uploads/2019/01/VIGITEL-2017-18.pdf.
Brito, J. et al. (2014). Probiótico, prebiótico e simbiótico na alimentação de não-ruminantes. Revista Eletrônica Nutrime, Viçosa, 11(1), 3070-3084.
Brown, K. et al. (2012). Diet: Induced Dysbiosis of the intestinal microbiota and the effects on immunity and disease. Nutrients, [S.l.], 4(8), 1095-1119.
Clarker, S. F., & Murphy, E. F. et al. (2012). The gut microbiota and its relationship to diet and obesity: New insights. Gut Microbes, [S.l.], 3(3), 186-202.
De Souza, M. V. O., & Fernandes, L. A. B. (2015). Nutrição funcional aplicada na disbiose intestinal. In: Congresso de iniciação científica-UNIFEV, Votuporanga. Anais... UNIFEV, Votuporanga. 397-398.
El-salhy, M., & Gundersen, D. (2015). Diet in irritable bowel syndrome. Nutrition Journal, [S.l.], 14, 2-11.
FAO. WHO. (2001). Health and Nutritional Properties of Probiotics in Food including Powder Milk with Live Lactic Acid Bacteria. ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/009/a0512e/a0512e00.pdf.
Ferreira, G. S. (2014). Disbiose intestinal: Aplicabilidade do probiótico e dos prebióticos na recuperação e manutenção da microbiota intestinal. 33f. Monografia (Graduação em Farmácia) - Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas-TO. https://ulbra-to.br/bibliotecadigital/uploads/document55e9f4b59e0bd.pdf.
Gagliardi, A. et al. (2018). Rebuilding the Gut Microbiota Ecosystem. Int J Environ Res Public Health, 15(8).
Galdino, J. J., Oselame, G. B., Oselame, C. S., & Neves, E. B. (2016). Questionário de rastreamento metabólico voltado a disbiose intestinal em profissionais de enfermagem. RBONE - Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, [S.l.], 10(57), 117-122, http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/422.
Gibson, P. R., & Shepherd, S. J. (2010). Evidence-based dietary management of functional gastrointestinal symptoms: The FODMAP approach. J Gastroenterol Hepatol, [S.l.], 25(2), 252-258. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20136989/.
Gomes, V. T. S. et al. (2017). Benefícios da biomassa de banana verde à saúde humana. Revista Univap, 22(40), 655.
Gritz, E. C., & Bhandari, V. (2015). The human neonatal gut microbiome: a brief review. Front Pediatr, [S.l.], 3(17). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25798435/.
Hartstra, A. V., Bouter, K. E. C., Bäckhed, F., & Nieuwdorp, M. (2015). Insights into the Role of the Microbiome in Obesity and Type 2 Diabetes. Diabetes Care, [S.l.], 38(1), 159-165.
Hill, C. et al. (2014). The international scientific association for probiotics and prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, [S.l.], 11, 506-514.
Hill, P.; Muir, J. G., & Gibson, P. R. (2017). Controversies and Recent Developments of Low-FODMAP Diet. Gastroenterology & Hepatology, [S.l.], 13(1).
Jumpertz, R., Le, D. S., Turnbaugh, P. J., Trinidad, C.; Bogardus, C., Gordon, J. I., & Krakoff, J. (2011). Energy-balance studies reveal associations between gut microbes, caloric load, and nutrient absorption in humans. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, 94(1), 58-65.
Kercher, K. K. O., & Garcia, M. C. R. (2016). Correlação da disbiose intestinal e obesidade: uma revisão bibliográfica. In: seminário de iniciação científica, 24, Rio Grande do Sul. 1-4.
Li, M.; Wang, M., & Donavan, S. M. (2014). Early development of the gut icrobiome and immune-mediated childhood disorders. Seminars in Reproductive Medicine, New York, 32(1), 74-86.
Lomer, M. C. E. (2014). Review article: the aetiology, diagnosis, mechanisms and clinical evidence for food intolerance. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, [S.l.], 41(3), 262-275.
Ludimilla, A. P., & Fabiola, F. S. C. (2015). Colonização da microbiota intestinal e sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da Saúde, 14(1), 85-96. https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/3629.
Matamoros, S., Gras-Leguen, C., Le Vascon, F., Potel, G., & De La Cochetiere, M. F. (2013). Development of intestinal microbiota in infants and its impact on health. Trends Microbiol, [S.l.], 21(4), 167-73. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23332725/.
Million, M. et al. (2013). Correlation between body mass index and gut concentrations of Lactobacillus reuteri, Bifidobacterium animalis, Methanobrevibacter smithii and Escherichia coli. International journal of obesity, [S.l.], 37(11), 1460-1466.
Moraes, F. C. A. (2016). Análise da Microbiota intestinal em adultos com hábitos alimentares distintos e de associação com a inflamação e resistência à insulina. 115f. Tese (Doutorado em Nutrição em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, USP, São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-03052016-144159/publico/AnaCarolinaFrancoDeMoraesREVISADArestrita.pdf.
Murphy, E. F. et al. (2010). Composition and energy harvesting capacity of the gut microbiota: relationship to diet, obesity and time in mouse models. Gut, [S.l.], 59(12), 1635-42. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20926643/.
Nogueira, J. C. R.; Gonçalves, R. C. M. (2011). Probióticos - Revisão da Literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, [S.l.], 15(4), 487-92.
Oliveira, J. M. S., Santos, G. M., Saldanha, N. M. V. P., Sousa, P. V. L., & Carvalho, A. C. S. (2017). Efeitos de probióticos no tratamento da obesidade. Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, 10(21), 154-165.
OMGE. Organização mundial de gastroenterologia. (2011). Guias Mundiais da WGO: Probióticos e Prebióticos. https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/probiotics-portuguese-2011.pdf.
Ostgaard, H., Hausken, T., Gundersen, D., & El-Salhy, M. (2012). Diet and effects of diet management on quality of life and symptoms in patients with irritable bowel syndrome. Mol Med Rep, [S.l.], 5(6), 1382-90.
Paludo, N. (2017). Desenvolvimento e caracterização de kombucha obtida a partir de chá verde e extrato de erva-mate: processo artesanal e escala laboratorial. (Monografia)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Porto Alegre.
Park, J. S., Seo, J. H., & Youn, H. S. (2013). Gut microbiota and clinical disease: obesity and nonalcoholic fatty liver disease. Pedriatr Gastroenterol Hepatol Nutri, [S.l.], 16(1), 22-7.
Payne, A. N., Chassard, C., & Lacroix, C. (2012). Gut microbial adaptation to dietary consumption of fructose, artificial sweeteners and sugar alcohols: implications for host-microbe interactions contributing to obesity. Obes Rev, [S.l.], 13(9), 799-809.
Pedersen, N. (2014). Ehealth monitoring in irritable bowel syndrome patients treated with low fermentable oligo-, di-, mono-saccharides and polyols diet. World Journal of Gastroenterology, [S.l.], 20, 21.
Perovano, D. G. (2014). Manual de Metodologia Científica. Paraná: Editora Juruá.
Petschow, B., Doré, J., Hibberd, P., Dinan, T., Reid, G., Blaser, M. et al. (2013). Probiotics, prebiotics, and the host microbiome: the science of translation. Ann N Y Acad Sci, [S.l.], 1306(1), 1-17.
Raizel, R., Santini, E.; Kopper, A. M., & Reis Filho, A. D. (2011). Efeitos de probióticos, prebióticos e simbiótico para o organismo humano. Revista Ciência & Saúde, [S.l.], 4(2). https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/8352.
Rodrigues, A. (2011). Microbiota intestinal e sua possível relação com a obesidade. ABESO, 53(5), 5-7.
Santos, K. E. R., & Ricci, G. C. L. (2016). Microbiota intestinal e a obesidade. Revista Uningá Review, Maringá, 26(1), 74-82.
Santos Moraes, M. et al. (2018). Efeitos funcionais dos probióticos com ênfase na atuação do kefir no tratamento da disbiose intestinal. UNILUS Ensino e Pesquisa, [S.l.], 14(37), 144-156.
Santos, R., & Varavalho, M. (2011). A importância de probiótico para o controle e/ou reestruturação da microbiota intestinal. Revista Científica do ITPAC, São Paulo, 4(1), 40-49.
Silva Junior, V. L., Lopes, F. A. M., Albano, R. M., Souza, M. G. C., Barbosa, C. M. L., Maranhão, P. A. et al. (2017). Obesity and gut microbiota: what do we know so far? Medical Express, [S.l.], 4(1), 1-11.
Silva, S. T., Santos, C. A., Bressan, J. (2013). Intestinal microbiota; relevance to obesity and modulation by prebiotics and probiotics. Nutr Hosp, 28(4), 1039-48.
Spiller, R. (2017). How do FODMAPs work? J Gastroenterol Hepatol, [S.l.], 32(1), 36-39.
Stenman, Lotta K. et al. (2015). Establishing a causal link between gut microbes, body weight gain and glucose metabolism in humans–towards treatment with probiotics. Beneficial Microbes, [S.l.], 7(1), 11-22.
Tremaroli, V., & Bäcked, F. (2012). Functional interactions between the gut microbiota and host metabolim. Nature, 489(7415), 242-9.
Valero, Y., Colina, J., & Herrera, H. (2015). La microbiota intestinal y su rol en la diabetes. Anales Venezolanos de Nutrición: Venezuela, Venezuela, 28(2), 132-144.
Verspreet, J., Damen, B., Broekaert, W. F., Verbeke, K., Delcour, J. A., & Courtin, C. M. (2016). A critical look at prebiotics within the dietary fiber concept. Annu Rev Food Sci Technol, [S.l.], 7, 167-90.
Vieira T. A. (2011). Microbiota, dieta e sistema imune: um diálogo constante via ativação do receptor acoplado à proteína-G 43 (Gpr43). 69f. Tese (Doutorado em Imunologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-9GYKEY.
Vieira, C. R. (2016). Efeito da abordagem nutricional e o uso de probióticos no tratamento da disbiose. 28f. Monografia (Especialização em Nutrição Clínica Funcional) - Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo. https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/af9d0df2dc55dda11238d3104ef6eae2.pdf.
Weiss, G. A., & Hennet, T. (2017). Mechanisms and consequences of intestinal dysbiosis. Cell Mol Life Sci, [S.l.], 74(16), 2959-77.
WHO. (2020) Obesity and overweight. Fact sheet no. 311. Who media center. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/.
Wu, G. D., Chen, J., Hoffmann, C., Bittinger, K., Chen, Y., Sue, A. et al. (2011). Linking long-term dietary patterns with gut microbial enterotypes. Science, [S.l.], 334(6052), 105-8.
Yao, C. K. et al. (2014). Dietary sorbitol and mannitol: food content and distinct absorption patterns between healthy individuals and patients with irritable bowel syndrome. J Hum Nutr Diet, [S.l.], 27(2), 263-75.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cecília Santa Cruz de Souza; Rebecca Carvalho de Souza; Juliana do Nascimento Evangelista; José Carlos de Sales Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
