Estudo morfoanatômico de Clidemia hirta (L.) D. Don.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16159

Palavras-chave:

Clidemia; Melastomataceae; Morfoanatomia; Plantas medicinais.

Resumo

Os objetivos do presente trabalho foram: realizar o estudo morfológico da Clidemia hirta (L.) D. Don, o estudo anatômico das folhas e caule jovem e triagem fitoquímica do pó das folhas. As folhas foram coletadas no Bosque Auguste de Saint-Hilaire, Unidade de Conservação no Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás mensalmente, por 12 meses. A espécie foi identificada e uma exsicata depositada no herbário da UFG n° 66.872. A análise morfoanatômica foi realizada de acordo com técnicas convencionais. Na triagem fitoquímica foram pesquisados: heterosídeos antraquinônicos, amido; alcaloides; heterosídeos flavonoides e heterosídeos saponínicos. A lâmina foliar possui epiderme uniestratificada revestida por cutícula delgada nas faces adaxial e abaxial. O pecíolo é constituído por epiderme uniestratificada e parênquima cortical formado por 4-6 camadas de células. O mesofilo é dorsiventral, o parênquima paliçádico apresenta 1 camada de células e parênquima lacunoso apresenta 3 camadas de células. A nervura mediana é convexa-côncava, parênquima cortical tem 5-6 camadas de células e feixes vasculares bicolaterais. O caule jovem tem epiderme uniestratificada e cutícula delgada, o parênquima cortical é formado por 6-8 camadas de células. Verificou-se a presença de flavonoides, saponinas, fenóis e amido. O teor de umidade foi de 8,343%, de cinzas totais de 4,193%, de flavonoides de 3,13%, de fenóis totais de 6,74% e saponinas de 166,7. O presente estudo contribui para a identificação taxonômica e forneceu parâmetros para o controle de qualidade da C. hirta.

Referências

Araujo, C. M. L. R., & Lima, R. B. (2013). Melastomataceae na Área de Proteção Ambiental Tambaba, Litoral Sul da Paraíba, Brasil. Rodriguésia, 64(1), 137-149. https://doi.org/10.1590/S2175-78602013000100012

Barroso, I. C. E., & Oliveira, F. (2009). Caracterização farmacognóstica dos frutos de Cordia sellowiana Cham. e de Cordia myxa L. (Boraginaceae Jussieu). Revista Brasileira de Farmacognosia, 19 (2a), 458-470. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2009000300021

Baumgratz, J. F. A., & Ferreira, G. L. (1980). Estudo da nervação e epiderme foliar das Melastomataceae do município do Rio de Janeiro. Gênero Miconia Ruiz et Pavon. Seção Miconia. Rodriguésia, 32, 61-169. https://doi.org/10.1590/2175-78601980325411

Bomfim, E. M. S., Santos, T. G., Carneiro, A. S. O., Silva, M. S., Marques, E. J., & Vale, V. L. C. (2020). Antimicrobial, antioxidant and cytotoxic activites and chemical profile of species of Miconia Ruiz & Pav., Clidemia D. Don and Tibouchina Aubl. (Melastomataceae). Journal of Medicinal Plants Research, 14(1), 1-6. https://doi.org/10.5897/JMPR2019.6846

Brasil (2010). Farmacopéia Brasileira. (5th ed.), Editora Atheneu.

Brasil (2019). Farmacopeia Brasileira (6th ed.). Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Caldas, C. G. S., Akusue, G., & Oliveira, F. (1986). Caracterização farmacognóstica da droga e do extrato fluído de Vernonia polyanthes (Spring.) Less. Revista Brasileira de Farmacognosia, 1, 52, 1986.

Cassiano, D. S. A., Branco, A., Silva, T. R. S., & Santos, A. K. A. (2010). Caracterização morfoanatômica de folhas e caules de Microlicia hatschbachii Wurdack, Melastomataceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, 20(4), 529-535. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2010000400011

Cogniaux, A. (1891). Melastomataceae. In A. Candolle, & C. Candolle (Eds.) Monographiae phanerogamarum (p. 1-1256). Paris: G Masson.

Clausing, G., & Renner, S. S. (2001). Molecular phylogenetics of Melastomataceae and Memecylaceae: implications for character evolution. American Journal of Botany, 88, 486-498. https://doi.org/10.2307/2657114

Costa, A. F. (2001). Farmacognosia: Farmacognosia Experimental (3rd ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Cruz, A.V. M. & Kaplan, M. A. C. (2004). Estudo comparativo do perfil químico e do uso popular de espécies das famílias Myrtaceae e Melastomataceae. Revista Floresta e Ambiente, 11(1), 47-52.

Cunha, A. P. (2009). Farmacognosia e Fitoquímica (2nd ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Defilipps, R. A., Maina, S. L., & Crepin, J. (2007). Medicinal plants of the Guianas (Guyana, Surinam, French Guiana). National Museum of Natural History, Smithsonian Institution.

Duarte, M. R., & Lopes, J. F. (2005). Leaf and stem morphoanatomy of Petiveria alliacea. Fitoterapia, 76, 599–60. https://doi.org/10.1016/j.fitote.2005.05.004

Edwards, P. J., & Wratten S. D. (1981). Ecologia das interações entre insetos e plantas. In P. J.Edwards & S. D. Wratten (Eds.), Temas de Biologia (p.71). São Paulo: EDUSP.

Farias, M. R. (2004). Avaliação da qualidade de matérias-primas vegetais. In C. M. O. Simões (Ed.). Farmacognosia da planta ao medicamento (p. 263-288). Porto Alegre: Editora da UFRGS.

França, F., Lago, E. L., &. Marsden, P. D. (1996). Plants used in the treatment of leishmanial ulcers due to Leishmania (Viannia) braziliensis in an endemic area of Bahia, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 29 (3), 229-232. https://doi.org/10.1590/S0037-86821996000300002

Giada, M. L. R., & Mancini Filho, J. (2006). Importância dos compostos fenólicos da dieta na promoção da saúde humana. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas e da Saúde, 12 (4), 7-15. https://doi.org/ 10.5212/Publ.Biologicas.v.12i4.0001

Giraldi, M., & Hanazaki, N. (2010). Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 24, 395-406. https://doi.org/10.1590/S0102-33062010000200010

Goldenberg, R., Souza, C. M. F., & Dequech, H. B. (2005). Clidemia, Ossaea e Pleiochiton (Melastomataceae) no estado do Parana, Brasil. Hoehnea, 32, 453-466.

Goldenberg, R., Baumgratz, J. F. A., & Souza, M. L. D. R. (2012). Taxonomia de Melastomataceae no Brasil: retrospectiva, perspectivas e chave de identificação para os gêneros. Rodriguésia, 68, 145-161. https://doi.org/10.1590/S2175-78602012000100011.

Graciano-Ribeiro, D., Hashimoto, D. Y. C., Nogueira, L. C., Teodoro, D., Miranda, S. F., & Nassar, N. M. A. (2009). Internal phloem in an interspecific hybrid of cassava, an indicator of breeding value for drought resistance. Genetics and Molecular Research, 8 (3), 1139-1146. https://doi.org/10.4238/vol8-3gmr629.

Güçlü-Ustündağ, O., & Mazza, G. J. (2007). Saponins: properties, applications and processing. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 47 (3), 231-58. https://doi.org/10.1080/10408390600698197

Huber, L. S., & Rodriguez-Amaya, D. B. (2008). Flavonóis e flavonas: fontes brasileiras e fatores que influenciam a composição em alimentos. Alimentos e Nutrição, 19 (1), 97-108.

Johansen, D. A. (1940). Plant microtechnique. McGraw-Hill Book.

Keating R. C. (1984). Leaf histology and its contribution to relationships in the Myrtales. Annals of the Missouri Botanical Garden, 71 (3), 801-823. https://doi.org/10.2307/2399163.

Kraus, J. E. & Arduin, M. (1997). Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Ed. Universidade Rural.

Kuhlmann, P. (2016). Estratégias de dispersão de sementes no bioma cerrado: considerações ecológicas e filogenéticas. Universidade de Brasília.

Lopez, T., Corbina, C., Falguieres, A., Doussot, J., Montguillon, J., Hagège, D., Hano, C., & Lainé, E. (2016). Secondary metabolite accumulation, antibacterial and antioxidant properties of in vitro propagated Clidemia hirta L.extracts are influenced by the basal culture medium. Comptes Rendus Chimie, 19 (9), 1071-1076. https://doi.org/10.1016/j.crci.2016.03.012

Matsumoto, K. & Martins, A. B. (2009). Aciotis D. Don. In M .G. L.Wanderley, G. J Shepherd, T. S.Melhem, A. M. Giulietti & S. E. Martins (Eds.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo:FAPESP.

Metcalfe, C. R., & Chalk, L. (1950). Anatomy of the dicotyledons. Oxford University Press.

Michelangeli, F. A., & Reginato, M. (2015). Clidemia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Retrieved from http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB9442.

Mole, S., & Waterman, P. G. (1887). A critical analysis of techniques for measuring tannins in ecological studies. Oecologia, 72 (1), 137–147. https://doi.org/10.1007/BF00385058

MMA/SBF. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas (2011). Guia de campo: vegetação do Cerrado 500 espécies. Brasília: MMA/SBF.

Narasimham, D., Bindu, Y. H., Vemana, Y., Cheriyamundath, S., Raghavan, R., Kumari, M. K., Thummala Chandrasekhar, T., & Madassery J. (2017). Evaluation of in vitro anticancer and antioxidant activities from leaf extracts of medicinal plant Clidemia hirta. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, 9 (4), 149-153. https://doi.org/10.22159/ijpps.2017v9i4.16843

Peterson, J. D. (1998). Flavonoids: Dietary occurrence and biochemical activity. Nutrition Research, 18 (12), 1995-2018.

Reginato, M., Boeger, M. R. T., & Goldenberg, R. (2009). Comparative anatomy of the vegetative organs in Pleiochiton A. Gray (Melastomataceae), with emphasis on adaptations to epiphytism. Flora, 204 (10), 782-790. https://doi.org/10.1016/j.flora.2008.11.006

Rego, C. A. R. M., Rocha, A. E., Oliveira, C. A., & Pacheco, F. P. F (2016). Levantamento etnobotânico em comunidade tradicional do assentamento Pedra Suada, do município de Cachoeira Grande, Maranhão, Brasil. Acta Agronómica, 65, 284-291. http://dx.doi.org/10.15446/acag.v65n3.50240

Reis, C., Proenca, S. L., & Sajo, M. G. (2004). Vascularização foliar e anatomia do pecíolo de Melastomataceae do cerrado do Estado de São Paulo, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 18 (4), 987-999. https://doi.org/10.1590/S0102-33062004000400029

Reis, C., Bieras, A. C., & Sajo, M. G. (2005). Anatomia foliar de Melastomataceae do cerrado do Estado de São Paulo. Brazilian Journal of Botany, 28 (3), 451-466. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042005000300004

Rocha, K. C. J., Goldenberg, R., Meirelles, J., & Viana, P. L. (2017). Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Melastomataceae. Rodriguésia, 68 (3), 997-1034. http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860201768336.

Rolim, A., Maciel, C. P., Kaneko, T. M., Consiglieri, V. O., Salgado-Santos, I. M., & Velasco, M. V. (2005). Validation assay for total flavonoids, as rutin equivalents, from Trichilia catigua Adr. Juss (Meliaceae) and Ptychopetalum olacoides Bentham (Olacaceae) commercial extract. Journal of AOAC International, 88 (4):1015–1019. http://dx.doi.org/10.1093/jaoac/88.4.1015

Romero, R., & Martins, A. B. (2002). Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Brazilian Journal of Botany, 25 (1), 19-24. https://doi.org/10.1590/S0100-84042002000100004

WHO (World Health Organization) (1998). Quality control methods for medicinal plant materials. WHO.

Wurdack, J. J., Morley, T., & Renner, S. (1993). Melastomataceae. In A. R. A. Görts van Rijn (Ed.). Flora of the Guianas (pp 1-425). Koeltz Scientific Books.

Downloads

Publicado

11/06/2021

Como Citar

SILVA, T. M. da .; FERREIRA, H. D.; PAULA, J. R. de; FIUZA, T. de S. Estudo morfoanatômico de Clidemia hirta (L.) D. Don. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 7, p. e1310716159, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i7.16159. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16159. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas