Dores Osteomusculares em Idosos de um Município do Sul do Brasil: Prevalência e fatores associados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16532Palavras-chave:
Idoso; Dor musculoesquelética; Dor; Atenção primária à saúde.Resumo
A dor osteomuscular nos idosos afeta a capacidade funcional e influência o incremento da fragilidade, das comorbidades e da mortalidade. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de dor osteomuscular e os fatores associados na população idosa. Trata-se de um estudo transversal, com dados oriundos do Projeto Coorte de idosos de Bagé-RS: situação de saúde e relação com a Estratégia de Saúde da Família (ESF), realizado no acompanhamento de 2016/2017. A amostra foi constituída por 735 idosos, com 68 anos ou mais de idade, residentes na área de abrangência dos serviços de atenção básica à saúde da zona urbana do município de Bagé/RS. O Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) foi utilizado para analisar a prevalência de dor nos membros superiores, na coluna e nos membros inferiores. Para verificar os fatores associados foram utilizadas as informações sobre a sintomatologia nessas regiões do corpo. A maioria dos idosos eram do sexo feminino (65,4%) com idade entre 68 e 79 anos (68,7) e com cor da pele branca (82,2%). A prevalência de dor osteomuscular na coluna foi de 42,5%, de 33,7% nos membros superiores e 31,0% nos membros inferiores. Na análise bruta e ajustada manteve-se a associação da dor com a presença de multimorbidade, maior satisfação com a saúde e utilização de serviço de emergência no último ano. Os resultados deste estudo reforçam o padrão de dor e sintomas osteomusculares em idosos e justifica a necessidade de capacitação dos profissionais e serviços de saúde para atender esta crescente parcela da população.
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