Esterco bovino como agente dispersor de plantas daninhas e exóticas invasoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.16833

Palavras-chave:

Banco de sementes; Perda econômica; Impacto ambiental.

Resumo

A fertilização é o ato de adicionar fertilizantes ao solo com o objetivo de fornecer nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas cultivadas. No entanto, o uso de esterco bovino pode atuar como fonte de propágulos de plantas daninhas, incluindo espécies não nativas. Dada a importância e a escassez de pesquisas sobre o tema, o objetivo do presente estudo foi avaliar o banco de sementes presente em esterco bovino utilizado por produtores rurais do município de Itabaiana, SE. Para tanto, foram coletadas amostras de esterco bovino em 10 propriedades rurais do município de Itabaiana, SE. A avaliação do banco de sementes foi realizada por meio da contabilização de plantas emergidas. Índices fitossociológicos usuais foram calculados para cada espécie. Ao todo foram amostradas 35 espécies, sendo 28 nativas e sete não nativas. A espécie nativa com maior valor de importância foi Euphorbia hirta, por apresentar a maior densidade (DA = 1122 ind.m-²) e estar presente em 28 unidades amostrais. A espécie não nativa com maior valor de importância foi Eleusine indica, por apresentar a terceira maior densidade (DA = 171,2 m²) e estar presente em 21 unidades amostrais. Os resultados obtidos revelam que o esterco bovino possui um elevado número de plantas daninhas, o que é bastante preocupante, pois são espécies que geram importantes impactos ambientais e econômicos.

Biografia do Autor

Daniel Oliveira Reis, Universidade Federal de Sergipe

Sou graduando no curso Ciências Biológicas na Universidade Federal de Sergipe (UFS) desde 2017. Atualmente sou estagiário do Laboratório de Ecologia e Conservação da Biodiversidade (LECoB). Tenho na área de Ecologia, com estudos desenvolvidos nas seguintes linhas de pesquisa: Ecologia de Populações Vegetais, Invasão Biológica, Florística e Fitossociologia, plantas daninhas e Restauração de experiência Áreas Degradadas.

Josias Gomes Junior, Universidade Federal de Sergipe

Graduando no Curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Sergipe (UFS) desde ano 2017. No momento atual, sou estagiário do Laboratório de Ecologia e Conservação da Biodiversidade (LeCoB). Apresento experiência na área de Ecologia, principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: Ecologia de Populações Vegetais, Invasão Biológica , Florística e Fitossociologia , Biologia da Conservação e Restauração de Áreas Degradadas.Ademais,atualmente sou responsavél pela pesquisa : Estudo do banco de sementes de sítios com condições biológicas distintas no PARNA Serra de Itabaiana, (Sergipe).

Juliano Ricardo Fabricante, Universidade Federal de Sergipe

Sou graduado em Ciências - Habilitação em Biologia (2000-2004), Mestre (2005-2007) e Doutor (2007-2010) em Agronomia com área de concentração em Ecologia Vegetal e Meio Ambiente. Realizei Pós-Doutorado (2011-2014) com projeto de pesquisa desenvolvido na área de Ecologia. Desde 2015 sou Professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Itabaiana, SE, responsável pelas disciplinas de Biologia da Conservação, Ecologia de Populações e de Comunidades, Ecologia de Ecossistemas e da Paisagem e Educação Ambiental do Curso de Graduação em Ciências Biológicas, Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais e Coordenador do Laboratório de Ecologia e Biologia da Conservação (LECoB). Tenho experiência na área de Ecologia, com estudos desenvolvidos nas seguintes linhas de pesquisa: Ecologia de Populações Vegetais, Invasão Biológica, Florística e Fitossociologia, Biologia da Conservação e Restauração de Áreas Degradadas.

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Publicado

05/07/2021

Como Citar

MENDONÇA, D. de A. .; REIS, D. O. .; GOMES JUNIOR, J.; FABRICANTE, J. R. Esterco bovino como agente dispersor de plantas daninhas e exóticas invasoras. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 8, p. e9410816833, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i8.16833. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16833. Acesso em: 4 ago. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas