Automedicação entre estudantes de enfermagem em uma universidade privada no sul de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17129Palavras-chave:
Automedicação; Promoção de Saúde; Medicamentos.Resumo
Devido à facilidade para a aquisição de algumas classes de medicamentos, sem a necessidade de prescrição médica e, sob influência de estímulos nocivos dos meios de comunicação, a automedicação tornou-se uma conduta corriqueira que traz graves riscos à saúde e qualidade de vida da população. Este estudo analisou a frequência de automedicação entre alunos do curso de Enfermagem em uma universidade no sul de Minas Gerais, Brasil. Um questionário semiestruturado sobre automedicação foi aplicado aos discentes, em 2018. Entre 110 entrevistados, de 17 a 46 anos de idade, houve predomínio do sexo feminino (78,18%) na faixa etária entre 20-30 anos. Houve alta frequência de estudantes que relataram a prática de automedicação (94,5%), inclusive para medicamentos de uso obrigatório de receitas (venda apenas sob prescrição) e, sendo este hábito, mais comum entre os alunos dos últimos períodos do curso. O reaproveitamento de receitas e medicamentos de tratamentos anteriores foi também comum. Os problemas de saúde mais relatados pelos entrevistados que levaram à automedicação foram: dor de cabeça (87,20%), gripes e resfriados (82,7%), febre (55,4%), alergias (52,7%) e infecções/inflamações (46,3%). As classes de medicamentos mais usadas foram: analgésicos/antipiréticos (86,3%), antigripais/medicamentos para tratar resfriado (84,5%), xaropes (82,7%), anti-inflamatórios (74,5%) e antialérgicos/anti-histamínicos (56,3%). Conclui-se que é alta a frequência de automedicação entre acadêmicos de enfermagem, sendo mais comum este hábito entre os alunos de períodos mais adiantados do curso.
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