Perfil epidemiológico, hematológico e bioquímico em cães com Dirofilaria sp. no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17252Palavras-chave:
Dirofilariose; Hematologia; Marcadores Bioquímicos; Cães.Resumo
A dirofilariose é uma importante zoonose considerada endêmica no Brasil, cuja transmissão acontece principalmente por meio de mosquitos vetores dos gêneros Culex, Aedes e Anopheles e que tem o cão doméstico como hospedeiro. Apesar da maioria dos animais serem assintomáticos, a doença pode afetar diversos órgãos, culminando em possíveis alterações em diagnósticos laboratoriais. Pode ser empregado diversos diagnósticos , sendo a visualização de microfilárias de Dirofilaria spp. em esfregaço sanguíneo o mais utilizado. O objetivo do trabalho foi verificar o perfil hematológico e bioquímico de cães diagnosticados com microfilárias de Dirofilaria immitis na cidade de Fortaleza, Ceará. Foram selecionadas amostras sanguíneas no período de agosto de 2014 a junho de 2018. Nas amostras em que houve positividade para a presença de microfilárias no esfregaço sanguíneo foi realizado um levantamento das alterações encontradas nos exames hematológicos e bioquímicos. Em 2.400 amostras de sangue analisadas, 26 apresentaram microfilárias (1,1%), com 46% de anemia e 46% com sinais de regeneração eritrocitária, 42% apresentaram trombocitopenia e 46% hiperproteinemia, com linfopenia em 61% dos casos. No perfil bioquímico, foram observadas discretas alterações abaixo do normal, exceto para albumina, que foi reduzida em 62% dos casos. A maioria dos analitos apresentaram valores normais, indicando que não havia uma hiperfunção ou hiperatividade dos órgãos. Logo, a dirofilariose influenciou na imunologia canina e, provavelmente, induziu a uma redução no número de plaquetas e aumento nas proteínas totais pelo estímulo inflamatório gerado.
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