Selênio plasmático e sua relação com parâmetros de risco cardiovascular em mulheres obesas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i12.1734Palavras-chave:
Deficiências Nutricionais; Doenças Crônicas; Metabolismo dos LipídeosResumo
O presente estudo tem por objetivo avaliar a relação entre a concentração plasmática de selênio e o risco cardiovascular em mulheres obesas. Trata-se de um estudo caso-controle, envolvendo 67 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos: grupo controle (mulheres eutróficas, n=42) e grupo caso (mulheres obesas n=25). Foram analisados selênio plasmático e perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, HDL-colesterol, LDL-colesterol e VLDL-colesterol). Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS for Windows 22.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob número de parecer 2.014.100. Quanto aos resultados, observou-se concentrações menores de selênio plasmático para o grupo composto pelas obesas, com diferença estatística significativa entre os grupos (p<0,001). Paralelamente, encontrou-se concentrações maiores de colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol e índices de Castelli I e II entre as mulheres obesas, em comparação com as eutróficas, com diferença estatística significativa (p<0,05). Para o resultado da análise de correlação entre as variáveis, verificou-se que houve correlação moderada negativa entre o selênio plasmático, colesterol total e LDL-colesterol (p<0,05). Diante dos resultados obtidos, o estudo mostra a provável influência do selênio sobre parâmetros do perfil lipídico e, consequentemente, na redução do risco cardiovascular, a exemplo da relação inversa evidenciada entre a concentração plasmática do mineral, colesterol total e LDL-colesterol.
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