Percepção e condição de saúde bucal de pessoas com deficiência visual no Município de São José do Rio Preto - SP
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17499Palavras-chave:
Pessoas com deficiência visual; Saúde bucal; Epidemiologia; Qualidade de vida.Resumo
Objetivou-se avaliar as condições e percepções de saúde bucal de pessoas com deficiência visual. Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório, quantitativo, realizado com 72 portadores de deficiência visual em instituto para cegos do interior do estado de São Paulo. Foram aplicados os questionários OHIP-14 para adultos, CPQ-11-14 para crianças e índice CPOD para avaliar a condição de saúde bucal. Variáveis sociodemográficas foram consideradas. Os dados foram analisados de forma descritiva, através de frequências relativas, absolutas e analíticas. Variáveis categóricas foram comparadas por meio dos testes Qui-quadrado e teste exato de Fisher, significância 5%. O CPOD médio foi 12,8 para a idade média 34,5 anos, 50% eram totalmente cegos e 65,3%, do sexo masculino. Grande parte relatou necessidade de ir ao dentista (66,7%), apresentando significância estatística associada à percepção de saúde bucal (p = 0,024). Entre os grupos cegueira total e baixa visão, a dimensão desconforto psicológico foi estatisticamente significativa (p = 0,0008), demonstrando maior impacto na qualidade de vida do grupo cegueira total. Conclui-se que os indivíduos com deficiência visual possuem boa percepção de sua saúde bucal e condição bucal compatível com a média populacional brasileira. No entanto, ainda são necessárias ações de promoção da saúde bucal específicas para atender suas carências.
Referências
Al Sarheed, M., Bedi, R., Alkhatib, M. N. & Hunt, N. P. (2006). Dentists attitude and practices towards provision of orthodontic treatment for children with visual and hearing impairments. Spec Care Dentist, 26 (1), 30-6. doi:10.1111/j.1754-4505.2006.tb01507.x
Amorim, E. G., Medeiros Neta, O. M. de & Guimarães, J. (2020). Para uma nova arte de viver: os espaços e as práticas de reabilitação da pessoa com deficiência visual. Research, Society and Development, 9 (8), e310985445. doi: 10.33448/rsd-v9i8.5445.
Ayres, M., Ayres Júnior, M., Ayres, D.L. & Santos, A. S. dos. (2007). BioEstat 5.0: aplicações estatísticas nas áreas das Ciências Biológicas e Médicas. Belém, PA: Sociedade Civil Mamirauá.
Barbosa, T. S. & Gavião, M. B.D. (2011). Qualidade de vida e saúde bucal em crianças - parte II: versão brasileira do Child Perceptions Questionnaire. Ciência & Saúde Coletiva, 16 (7) 3267-3276.
Batista, C. G., Turrini, C. C., Moraes, A. B. A. & Rolim, G. S. (2003). A odontologia e as pessoas com deficiência visual. Jornal Brasileiro de Odonto-Psicologia e Odontologia para Pacientes Especiais, 1 (2), 170-174.
Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Brasília: Ministério da Saúde.
Brasil. (2011). Decreto nº 7.612 de 17 de Novembro, 2011. Estabelece o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência: Plano Viver Sem Limites. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
Brasil. (2013). Viver Sem Limite: Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos.
Brasil. (2017). Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Seção Suplemento, 61-192.
Brasil. (2012) Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde.
Brown, D. (2008). An observational study of oral hygiene care for visually impaired children. Tese. Glasgow (UK): University of Glasgow.
Cui, T. Q., Lin, H. C., Lo, E. C. M., Tao, Y., Zhou, Y. & Zhi, Q. H. (2017). Randomized clinical trial on the efficacy of electric and manual toothbrushes in plaque removal and gingivitis control in visually impaired school students. Quintessence Int, 48 (6), 481-486. doi: 10.3290/j.qi.a38126. PMID: 28439574.
Fundação Dorina Nowill para Cegos. (2021). https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/estatisticas-da-deficiencia-visual/>
Gabardo, M. C. L., Moysés, S. T. & Moysés, S. J. (2013). Autopercepção de saúde bucal conforme o Perfil de Impacto da Saúde Bucal (OHIP) e fatores associados: revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica, 33 (6), 439-445.
Gil, N. (2000). Deficiência visual. Secretaria de Educação a Distância Ministério da Saúde. Brasília: MEC.
Gomes, R., Nascimento, E. F. do. & Araújo, F. C. de. (2007). Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúd Publ, 3 (3), 565-574. doi: 10.1590/S0102-311X2007000300015.
Guerra, M. J. C., Greco, R. M., Leite, I. C. G., Ferreira, E. F. & Paula, M. V. Q. (2014). Impact of oral health conditions on the quality of life of workers. Ciênc Saúde Coletiva, 19 (12), 4777-4786. doi: 10.1590/1413-812320141912.21352013.
Honneth, A. (2013). O eu no nós: reconhecimento como força motriz de grupos. Sociologias, 15 (33), 56-80.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE. (2010). Censo Demográfico. Recuperado de: biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=264529
Jokovic, A., Locker, D., Stephens, M., Kenny, D. & Thompson, B. (2003). Measuring parental perceptions of child oral health-related quality of life. J Public Health Dent, 63 (2), 67-72. doi: 10.1111/j.1752-7325.2003.tb03477.x. PMID: 12816135.
Kumar, S., Konde, S., Raj, S. & Agarwal, M. (2012). Effect of oral health education and fluoridated dentifrices on the oral health status of visually impaired children. Contemp Clin Dent, 3 (4), 398-401. doi: 10.4103/0976-237X.107425. PMID: 23633797; PMCID: PMC3636850.
Lima, N. C. de, Baptista, T. W. F. & Vargas, E. P. (2017). Ensaio sobre ‘cegueiras’: itinerário terapêutico e barreiras de acesso em assistência oftalmológica. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 21 (62), 615-627.
Maciel, M. A. S., Cordeiro, P. M., d’Ávila, S., Godoy, G. P., Alves, R. D. & Lins, R. D. A. U. (2009). Assessing the oral condition of visually impaired individuals attending the Paraíba Institute of the Blind. Rev Odonto Ciênc, 24 (4),354-360.
Magill, R. A. (2000). Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher.
Oliveira, A. X. da S., Silva, A. G. da, Dias, E. C. S. C. & Martins, L. de A. R. (2020). Inclusão Escolar e baixa visão: um Relato de Experiência. Research, Society and Development, 9 (1), e195911769. doiI: 10.33448/rsd-v9i1.1769.
Oliveira, B. H. & Nadanovsky, P. (2005). Psychometric properties of the Brazilian version of the Oral Health Impact Profile-short form. Community Dent Oral Epidemiol, 33 (4), 307-14. doi: 10.1111/j.1600-0528.2005.00225.x
Rath, I. B. S., Bosco, V. L., Almeida, I. C. S. & Moreira, E. A. M. (2001). Atendimento odontológico para crianças portadoras de deficiência visual. Arquivos em odontologia, 37 (2), 183-8, 2001.
Santos, M. L. M. F., Cruz, S. S., Gomes Filho, I. S., Soares, J. S. P., Figueiredo, A. C. M. G. & Coelho, C. M. (2015). Satisfação dos usuários adultos com a atenção em saúde bucal na estratégia de saúde da família. Cad Saúde Coletiva, 23 (2), 163-171. doi: 10.1590/1414-462X201500020057.
Shetty, V., Hegde, A. M., Bhandary, S. & Rai, K. (2010). Oral health status of the visually impaired children: a South Indian. J Clin Pediatr Dent, 34 (3), 213–216. doi: 10.17796/jcpd.34.3.j4781g2w8891848u
Silva, L. de P., Marcelino, J. F. de Q., Gagliardo, H. G. R. G., Santos, K. C. B. M. dos & Albuquerque, R. C. (2020). Habilidades de interação social e o brincar de crianças com cegueira ou baixa visão em contexto escolar. Research, Society and Development, 9 (9), e135996559. doi: 10.33448/rsd-v9i9.6559.
Singh, A., Dhawan, P., Gaurav, V., Rastogi, P. & Singh, S. (2017). Assessment of oral health-related quality of life in 9-15 year old children with visual impairment in Uttarakhand, India. Dent Res J, 14 (1), 43–49.
Slade, G. D. (1997). Derivation and validation of a short-form oral health impact profile. Community Dent Oral Epidemiol, 25 (4), 284-290. doi: 10.1111/j.1600-0528.1997.tb00941.x
Souza Filho, M. D., Nogueira, S. D. M. & Martins, M. C. C. (2010). Avaliação da saúde bucal de deficientes visuais em Teresina-PI. Arq Odontol, 45 (2), 66-74.
Tagelsir, A., Khogli, A. E. & Nurelhuda, N. M. (2013). Oral health of visually impaired schoolchildren in Khartoum State, Sudan. BMC Oral Health, 13, 33. doi: 10.1186/1472-6831-13-33
Teixeira, L. A. (2006). Controle motor. Barueri: Manole.
World Health Organization. (2013). Oral health surveys: basic methods. 5th ed. Geneva: WHO.
Yalcinkaya, S. E. & Atalay, T. (2006). Improvement of oral hygiene knowledge in a group of visually impaired students. Oral Health Prev Dent, 4 (4), 243-253.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cléa Adas Saliba Garbin; Aretuza Marques Bottós; Mariana Martins Ortega; Artênio José Ísper Garbin; Suzely Adas Saliba Moimaz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.