Impactos na saúde humana e no meio ambiente relacionados ao uso de agrotóxicos: Uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17529Palavras-chave:
Agrotóxicos; Intoxicação; Impactos ambientais e de saúde; Saúde pública.Resumo
Estudos vêm demonstrando o crescente aumento do uso de agrotóxicos na agricultura convencional no Brasil e no mundo, acarretando em uma maior exposição ao produtor rural, ao consumidor e ao meio ambiente. Com essa preocupação, realizou-se uma revisão integrativa acerca desse tema, nas bases da Web of Science e Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), publicadas em português e inglês, entre os anos de 2015 a 2020, que abordaram o tema ‘agrotóxicos’. Foram incluídas 35 publicações que demonstraram os impactos na saúde humana e no meio ambiente relacionados ao uso de agrotóxicos. Dos artigos analisados, 89% foram referentes aos agrotóxicos e efeitos na saúde humana, enquanto apenas 11% se referiram aos impactos ao meio ambiente. Percebeu-se que a literatura consultada trouxe importantes contribuições, especialmente em se tratando da relação do agrotóxico com a saúde e em contrapartida evidenciou-se pesquisas ainda incipientes voltadas ao meio ambiente.
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2017). Programa de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos (Para): relatório de atividades de 2011 e 2012. Brasília: Anvisa. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/agrotoxicos/programa-de-analise-de-residuos-em-alimentos.
Azevedo, M. F. A de. (2018). Prevalência do tremor essencial em população exposta ocupacionalmente a agrotóxicos no estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Neurologia, 54(1), 10-15.
Barbosa, I. M., Sales, D. S., Arregi, M., U., & Rigotto, R. M. (2019). Câncer infantojuvenil: relação com os polos de irrigação agrícola no estado do Ceará, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 24(4), 1563-1570.
Bastos, M. L. A., Carvalho, M. C. L de., Ferreira, M. J. M., Freitas, T. H., & Silva-Junior, G. B da. (2019). Transtornos mentais comuns em trabalhadores cronicamente expostos a agrotóxicos: o caso dos agentes de combate a endemias. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 17(4), 506-510.
Borges, A. M., Bonow, C. A., Silva, M. R. S da., Rocha, L. P., Cezar-Vaz, M.R. (2016). Agricultura familiar e a conservação da saúde humana e ambiental. Revista Brasileira de. Enfermagem, 69(2), 326-334.
Bortolotto, C. C., Hirschmann, R., Martins-Silva T., & Facchini, L. A. (2020). Exposição a agrotóxicos: estudo de base populacional em zona rural do sul do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23, 1-11.
Brust, R. S, Oliveira, L. P. M de., Silva, A. C. S. S da., Regazzi, I, C. R., Aguiar, G. S de., Knupp, V. M de, A. O. (2019). Epidemiological profile of farmworkers from the state of Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Enfermagem, 72,122-128.
Camponogara, S., Correio, I. L de. L. R., Dias, G. L., Correio, L. N. M., Correio, C. M. V. & Correio, J. D. M. (2017). Implicações do uso de agrotóxicos: Percepções de familiares de crianças portadoras de neoplasia. Revista Online de Pesquisa: Cuidado é Fundamental, 9(3), 786-794.
Corcino, C. O., Teles, R. B. de A., Almeida, J. R. G. da S., Lirani, L. da S., Araújo, C. R. M., Gonsalves., A. de A., & Maia, G. L. de A. (2019). Avaliação do efeito do uso de agrotóxicos sobre a saúde de trabalhadores rurais da fruticultura irrigada. Ciência & Saúde Coletiva, 24(8), 3117-3128.
Días, P. B., Contreras L. M. (2013). Poluição de águas superficiais por resíduos de pesticidas na Venezuela ou em outros países da América Latina. Revista internacional de contaminação ambiental, 29, 7-23.
Dutra, L. S., Ferreira, A. P. (2017). Malformações congênitas em regiões de monocultivo no estado de Minas Gerais, Brasil. Medicina (Ribeirão Preto), 50(5), 285-296.
Ferreira, V. B, da Silva, T. T. C., Garcia, S. R. M. C., & Srur, A. U. O. S. (2018). Estimativa de ingestão de agrotóxicos organofosforados pelo consumo de frutas e hortaliças - Caderno de Saúde Coletiva, 26 (2), 216-221.
Frank, J. G., Caye, J. L., Mattiazzi, A. L., Battisti, I. D. E. (2019). Alterações auditivas de agricultores expostos a agrotóxicos atendidos em um centro especializado em reabilitação. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 23(4), 471-484.
Instituto Nacional de Câncer. (2019). Ministério da Saúde. Agrotóxicos. Rio de Janeiro: INCA.
Ismael, L. L., & Rocha, E. M. R. (2019). Estimativa de contaminação de águas subterrâneas e superficiais por agrotóxicos em área sucroalcooleira, Santa Rita/PB, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 24(12), 4665-4675.
Klein, B. N., Staudt, K. J., Missio, R., Peruzzi, H. M., & Almeida, I. A. (2018). Análise do impacto do uso de organofosforados e carbamatos em trabalhadores rurais de um município da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Acta Toxicológica Argentina, 26(3).
Lopes, C. V. A., Albuquerque, G. S. C. de. (2018). Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde Debate, 42(117), 518-534.
Magalhães, A. F. A, Caldas, E. D. (2019). Exposição e intoxicação ocupacional a produtos químicos no Distrito Federal. Revista Brasileira de. Enfermagem, 72(suppl 1), 32-40.
Morin, P. V., Stumm, E. M. F. (2018). Transtornos mentais comuns em agricultores, relação com agrotóxicos, sintomas físicos e doenças preexistentes. Psicologia, 49(2), 196-205.
Moura, L. T. R de., Aninger, P. R. L. de C., Barbosa, A. V., Bedor, C. N. G. (2018). Caracterização epidemiológica de trabalhadores com câncer em uma região de fruticultura irrigada. Revista Baiana de Saúde Pública, 42(1), 7-25.
Neves, P. D. M., Mendonça, M. R., Bellini, M., Pôssas, I. B. (2020). Intoxicação por agrotóxicos agrícolas no estado de Goiás, Brasil, de 2005-2015: análise dos registros nos sistemas oficiais de informação. Ciência &.Saúde Coletiva, 25(7), 2743-2754.
Noronha, M. S. de M., Almeida, M. E de. (2017). Saúde do trabalhador e fonoaudiologia: percepções de agricultores irrigantes expostos a produtos ototóxicos. Revista Baiana de Saúde Pública, 41(4), 947-964.
Okuyama, J. H. H., Galvão, T. F., Silva, M. T. (2020). Intoxicações e fatores associados ao óbito por agrotóxicos: estudo caso controle, Brasil, 2017. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23, 1-13.
Oliveira, L. K de., Pignati, W., Pignatti, M. G., Beserra, L., & Leão, L. H da. C. (2018). Processo sócio-sanitário-ambiental da poluição por agrotóxicos na bacia dos rios Juruena, Tapajós e Amazonas em Mato Grosso, Brasil. Saúde e Sociedade, 27(2), 573-587.
Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Mundial da Saúde. (1996). Manual de Vigilância da Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Brasília: Opas/OMS.https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livro2.pdf.
Piccoli, C., Cremonese, C., Koifman, R., Koifman, S., & Freire, C. (2019). Exposição ocupacional a agrotóxicos e alterações hematológicas: estudo transversal em moradores rurais do Sul do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 24(6), 2325-2340.
Pignati, W. A., Lima, F. A. N. de S., Lara, S. S. de., Correa, M. L. M., Barbosa, J. R., Leão, L. H. da C. (2017). Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 22(10), 3281-3293.
Porto, M. F., Soares, W. L. (2012). Modelo de desenvolvimento, agrotóxicos e saúde: um panorama da realidade agrícola brasileira e propostas para uma agenda de pesquisa inovadora. Revista brasileira de saúde ocupacional, 37(125), 17-31.
Queiroz, P. R., Lima, K. C., Oliveira, T. C de., Santos, M. M dos., Jacob, J. F., & Oliveira, A. M. B.M. de. (2019). Sistema de Informação de Agravos de Notificação e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 22, 1-10.
Reis, M. M dos., Oliveira, A. P. N de., Turci, S. R. B., Dantas, R. M., Silva, V dos. S. S. P da., Gross, C., Jensen, T., & Silva, V. L da C. e. (2017). Conhecimentos, atitudes e práticas de agricultoras sobre o processo de produção de tabaco em um município da Região Sul do Brasil. Cadernos de saúde pública,33(sup3), 148-161.
Rigotto, R. M., Aguiar, A. C. P. (2015). Invisibilidade ou invisibilização dos efeitos crônicos dos agrotóxicos à saúde? Desafios à ciência e às políticas públicas in Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas: estudos e análises 2. Brasília, 47-90. http://capacidadeshumanas.org/oichsite/wp-content/uploads/2015/06/03_agrotoxicos-final.pdf
Ristow, L. P., Battisti, I. D. E., Stumm, E. M. F., Montagner, S. E. D. (2020). Fatores relacionados à saúde ocupacional de agricultores expostos a agrotóxicos. Saúde e sociedade, 29(2), 1-11.
Santos, V. C. F dos., Ruiz, E. N. F., Riquinho, D. L., Mesquita, M. O. (2015). Saúde e ambiente nas políticas em municípios que cultivam tabaco no sul do Brasil. Revista Gaúcha de Enfermagem, 36, 215-223.
Silva, J. F. S. da., Silva, A. M. C da., Lima-Luz, L., Aydos, R. D. & Mattos, I. E. (2015). Correlação entre produção agrícola, variáveis clínicas-demográficas e câncer de próstata: um estudo ecológico. Ciência & Saúde Coletiva, 20(9), 2805- 2812.
Silva, S. L de O., Costa E. A. (2018). Intoxicações por agrotóxicos no estado do Tocantins: 2010-2014. Visa em Debate, 6(4), 13-22.
Silvério, A. C. P., Martins, I., Nogueira, D. A., Mello, M. A. S., Loyola, E. A. C de., & Graciano, M. M. de C. (2020). Avaliação da atenção primária à saúde de trabalhadores rurais expostos a praguicidas. Revista de Saúde Pública, 54(9), 1-11.
Souza e Lima, F. A. N de., Pignati, W. A., & Pignatti, M. G. (2020). A extensão do ‘agro’ e do tóxico: saúde e ambiente na terra indígena Marãiwatsédé, Mato Grosso. Cadernos Saúde Coletiva, 28(1), 1-11.
Souza, G. S., da Costa, L. C. A., Maciel, A. C., Reis, F. D. V., & Pamplona, Y. A. P. (2017). Presença de agrotóxicos na atmosfera e risco à saúde humana: uma discussão para a Vigilância em Saúde Ambiental - Ciência & Saúde Coletiva, 22 (10), 3269-3280.
Taveira, B. L. S., Albuquerque, G. S. C de. (2018). Análise das notificações de intoxicações agudas, por agrotóxicos, em 38 municípios do estado do Paraná. Saúde em debate, 42(4), 211-222.
Tejerina G. R. de L. (2018). Intoxicações e óbitos por agrotóxicos no Estado de Goiás, Brasil e inovações legislativas. Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário, 7(1), 229- 249.
Vasconcellos, P. R. O., Rizzotto, M. L. F., Machineski, G. G., Costa, R. M. (2019). Condições da exposição a agrotóxicos de portadores da doença de Parkinson acompanhados no ambulatório de neurologia de um hospital universitário e a percepção da relação da exposição com o adoecimento. Saúde em debate, 43(123), 1084-1094.
Viero, C. M., Camponogara, S., Cezar-Vaz, M. R., Costa, V. Z da., Beck, C. L. C. (2016). Sociedade de risco: o uso dos agrotóxicos e implicações na saúde do trabalhador rural. Escola Anna Nery, 20(1), 99-105.
Zeigelboim, B. S., Malisky, J. S., Rosa, M. R da., Lacerda, A. B. M de., Alcaraz, P. de S. & Fonseca, V. R. (2019). A importância da avaliação otoneurológica em trabalhadores brasileiros expostos a agrotóxicos: Um estudo preliminar. International Archives of Otorhinolaryngology, 23(4), 389-395.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Cristiana Basso; Ana Carolina Fraga Siqueira; Neila Silvia Pereira dos Santos Richards
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
