Comportamento de nidificação de Melipona subnitida (Ducke, 1910) e Frieseomelitta sp. no Seridó oriental do Rio Grande do Norte, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17725Palavras-chave:
Caatinga; Meliponicultura; Nidificação; Melipona subnitida Ducke; Frieseomelitta sp.Resumo
Abelhas indígenas são importantes polinizadores de plantas nativas. Na Caatinga existem cerca de 193 espécies de abelhas pertencentes a 79 gêneros, dos quais 18 são meliponínios. Objetivou-se neste trabalho verificar se existe influência dos pontos cardeais e colaterais na nidificação de abelhas Melipona subnitida Ducke e Frieseomelitta sp. em hospedeiros vegetais da Caatinga. O trabalho foi desenvolvido em Santana do Seridó, estado do Rio Grande do Norte, na Fazenda Morada da Jandaíra (6° 44´ 16´´S e 36° 43´ 13´´W). As medidas de largura e altura dos ninhos foram feitas com o auxílio de uma fita métrica. Utilizou-se um aplicativo de bússola digital para smartphone (iPhone® Model A 1533) para a leitura do posicionamento dos orifícios de nidificação em relação aos pontos cardeais e colaterais. A velocidade do vento, umidade e temperatura foi realizada por uma mini-estação meteorológica Oregon Scientific®, WMR928NX. As análises de frequência absoluta foram feitas no software R v. 2.15 (R Development Core Team, 2005). Foram analisados um total de 136 ninhos de abelhas. Observou-se que as abelhas M. subnitida Ducke e Frieseomelitta sp. nidificam com maior frequência em Commiphora leptophloeos e Poincianella pyramidalis. Quanto a orientação magnética de nidificação, essas abelhas possuem hábitos distintos: a abelha M. subnitida Ducke demonstra maior preferência de nidificação na direção Noroeste (NW), enquanto que a abelha Frieseomelitta sp. possui uma preferência de nidificação abrangente, em qualquer orientação magnética, exceto entre os ângulos 270 e 315º.
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