Ensino Remoto Emergencial: Implantação e resultados na percepção de estudantes universitários
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17744Palavras-chave:
Ensino superior; Aprendizagem; Política governamental; Desigualdade social.Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar a percepção dos estudantes de um Curso de Nutrição de uma Universidade Pública do Brasil ao Ensino Remoto Emergencial (ERE). Foi realizado um estudo transversal em dois momentos, no início e após implementação do ERE, considerando-se os alunos segundo sistema de acesso à Universidade, por meio de Ações Afirmativas (AA) ou Ampla Concorrência (AC). Inicialmente, participaram 351 ingressos, 159 por AA e 192 por AC, via Google Forms, com o intuito de compreender dificuldades e facilidades em relação à implementação do ERE. No segundo momento, foi aplicado um formulário eletrônico atitudinal do tipo Likert, contemplando aspectos pedagógicos e de ambiente de estudo. A comparação entre os escores dos estudantes ingressos por AA e AC foi realizada pelo teste t de Student. Os dados provenientes do formulário foram apresentados em medianas e intervalos-interquartis e as variáveis categóricas, expressas em frequências absolutas e relativas. A associação entre as variáveis categóricas foi verificada pelo teste qui-quadrado de independência. O nível de significância foi de 5%. Indivíduos AA apresentaram dificuldades significativas de acesso e do sinal de Internet, na aquisição de equipamentos e pior qualidade do ambiente de estudo no domicílio. Com o auxílio institucional, os estudantes julgaram que o ERE foi necessário e atendeu as exigências educacionais advindas da pandemia no primeiro semestre de implantação. A continuidade do ERE irá demandar, por parte das gestões das Unidades Acadêmicas, monitoramento dos aspectos acadêmicos e resolução das dificuldades junto às demais instâncias envolvidas com o ensino superior.
Referências
Al Samaraee, A. (2020). The impact of the COVID-19 pandemic on medical education. British Journal of Hospital Medicine, 81(7), 1-4. https://doi.org/10.12968/ hmed.2020.0191
Appenzeller, S., Menezes, F. H., Santos, G. G., Padilha, R. F., Graça, H. S., & Bragança, J. F. (2020). Novos Tempos, Novos Desafios: Estratégias para Equidade de Acesso ao Ensino Remoto Emergencial. Revista Brasileira de Educação Médica, 44(sup 1), e0155. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200420
Brasil. (2012). Lei Nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. http://portal.mec.gov.br/cotas/docs/lei_12711_29_08_2012.pdf
Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep. (2015). Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância. http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2015/instrumento_avaliacao_cursos_graduacao_presencial_distancia.pdf
Cardoso, J. A. (2020). Pandemia e o regime especial de aulas não presenciais: analisando o modelo da Secretaria de Educação do Estado de Goiás – SEDUC. Revista Aproximação, 2(5), 33-45.
Chaturvedi, K., Vishwakarma, D. K., & Singh, N. (2021). COVID-19 and its impact on education, social life and mental health of students: A survey. Children and Youth Services Review, 121, 105866. https://doi.org/10.1016/j.childyouth.2020.105866
Conselho Federal de Nutricionistas (2020). Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas no 646, de 18 de março de 2020. Suspende até o dia 31 de agosto de 2020 o disposto no artigo 36 da Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas no 599, de 25 de fevereiro de 2018, que aprova o Código de Ética e de Conduta dos Nutricionistas.
Fórum Nacional de Pró- Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (2019). V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) Graduandos (as) das IFES - 2018. Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. https://www.andifes.org.br/wp-content/uploads/2019/05/V-Pesquisa-Nacional-de-Perfil-Socioeconomico-e-Cultural-dos-as-Graduandos-as-das-IFES-2018.pdf
Gundim, V. A., Encarnação, J. P. da, Santos, F. C., Santos, J. E. dos, Vasconcellos, E. A., & Souza, R. C. de. (2021). Saúde mental de estudantes universitários durante a pandemia de COVID-19. Revista Baiana de Enfermagem, 35, e37293. http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v35.37293
Hair, J. F. Jr., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2002). Multivariate data analysis (5a ed.) Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.
Joaquin, J. J. B., Biana, H. T., & Dacela, M. A. (2020). The Philippine Higher Education Sector in the Time of COVID-19. Frontiers in Education, 5, 1-6. https://doi.org/10.3389/feduc.2020.576371
Lopes, P. C. A. B. (2020). A Covid-19, o retorno às aulas e o custo social do fechamento das escolas - o que pode ser feito? Revista Educação Pública, 20(29), 1-8.
Menezes, V. (2021, abril 26). Brasil está entre os cinco países do mundo que mais usam internet. Entrevista no evento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Recuperado de https://www.gov.br/pt-br/noticias/transito-e-transportes/2021/04/brasil-esta-entre-os-cinco-paises-do-mundo-que-mais-usam-internet#:~:text=Com%2078%2C3%25%20de%20brasileiros,fibras%20%C3%B3pticas%20%C3%A0s%20redes%20nacionais.
Moehlecke, S. (2002). Ação afirmativa: história e debates no Brasil. Cadernos de Pesquisa, 117, 197-217.
Nunes, E. B. L. de L. P., Pereira, I. C. A. & Brasileiro, T. S. A. (2018). A interação como indicador de qualidade na avaliação da educação a distância: um estudo de caso com docentes, tutores e discentes. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 23(3), 869-887. https://doi.org/10.1590/S1414-40772018000300017
Pérez-López, E., Atochero, A. V., & Rivero, S. C. (2021). Educación a distancia en tiempos de COVID-19: Análisis desde la perspectiva de los estudiantes universitários. RIED. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, 24(1), 331-350. http://dx.doi.org/10.5944/ried.24.1.27855
Petretto, D. R., Masala, I., & Masala, C. (2020). Special educational needs, distance learning, inclusion and COVID-19. Education Sciences, 10(6), 154. https://doi.org/10.3390/educsci10060154
Rajab, M. H., Gazal, A. M., & Alkattan, K. (2020). Challenges to Online Medical Education During the COVID-19 Pandemic. Cureus, 12(7), e8966. https://doi.org/10.7759/cureus.8966
Rondini, C. A., Pedro, K. M., & Duarte, C. dos S. (2020). Pandemia do covid-19 e o ensino remoto emergencial: mudanças na práxis docente. Educação, 10(1), 41–57. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2020v10n1p41-57
Sandhu, P., & de Wolf, M. (2020). The impact of COVID-19 on the undergraduate medical curriculum. Medical Education Online, 25(1), 1764740. https://doi.org/101080/10872981.2020.1764740
Silva, I. Jr., & Oliveira, A. C. D. C. (2019). Igualdade de oportunidades no ensino superior brasileiro: ações afirmativas e indicadores de avaliação de políticas como mediadores do sucesso escolar. Cadernos de Pesquisa: Pensamento Educacional, 14(36), 186-201.
Sindiani, A. M., Obeidat, N., Alshdaifat, E., Elsalem, L., Alwani, M. M., Rawashdeh, H., Fares, A. S., Alalawne, T., & Tawalbeh, L. I. (2020). Distance education during the COVID-19 outbreak: A cross-sectional study among medical students in North of Jordan. Annals of Medicine and Surgery, 59, 186-194. https://doi.org/10.1016/j.amsu.2020.09.036
Souza, D. G., & Miranda, J. C. (2020). Desafios da implementação do ensino remoto. Boletim da Conjuntura, 4(11). http://doi.org/10.5281/zenodo.4252805
Torres, F. J. R., Correa, A. C de S., Freitas, C. A. S. L., Santos, R. L. dos, Rodrigues, A. R. M., & Dias, M. S. de A. (2021). Programa de Educação pelo Trabalho e Saúde (PET - Saúde) Interprofissionalidade: aproximações e distanciamentos com as definições de Educação Interprofissional. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento,10(1), e40610111862. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/11862
Universidade Federal de Goiás. (2020a). Resolução CONSUNI nº 34/2020. Aprova a Instrução Normativa CONSUNI Nº 01/2020 que dispõe sobre procedimentos relativos a todas as atividades escolares da educação básica e acadêmicas da graduação no modo de ensino remoto.
Universidade Federal de Goiás. (2020b). Resolução CONSUNI no 33/2020. Franqueia regras do Regulamento Geral dos Cursos de Graduação - RGCG, aprovado pela Resolução CEPEC Nº 1557, de 1º/12/2017, enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus e até nova deliberação.
Universidade Federal de Goiás (2020c). Resolução CONSUNI no 35/2020. Aprova o novo Calendário Acadêmico da Universidade Federal de Goiás, Regional Goiânia e Regional Goiás, para o ano letivo de 2020, revogando as resoluções CEPEC Nº 1663 e 1664, de 29 de novembro de 2019.
Universidade Federal de Goiás (2020d). Portaria SEI no 26/2020. Dispõe sobre o atendimento de estudantes com dificuldades advindas ou agravadas no contexto de crise provocada pela COVID-19, a serem atendidos com repasse financeiro único, em caráter emergencial, destinado a contribuir com a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI), como parte de procedimentos de segurança para a retomada presencial das turmas, parcialmente ou integralmente suspensas, na forma de Atividades Práticas Emergenciais.
Universidade Federal de Goiás (2020e). Resolução CONSUNI no 61/2020. Aprova a Instrução Normativa CONSUNI Nº 02/2020, que dispõe sobre os procedimentos relativos à retomada presencial das turmas parcialmente ou integralmente suspensas na forma de Atividades Práticas Emergenciais (APEs) e dá outras providências.
Valente, G. S. C., Moraes, É. B., Sanchez, M. C. O., Souza, D. F., & Pacheco, M. C. M. D. (2020). O ensino remoto frente às exigências do contexto de pandemia: Reflexões sobre a prática docente. Research, Society and Development, 9(9), e843998153. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8153
Tanik-Önal, N., & Önal, N. (2020). Teaching Science through Distance Education during the COVID-19 Pandemic. International Online Journal of Education and Teaching, 7(4), 1898–1911.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maria Luiza Ferreira Stringhini; Ida Helena Carvalho Francescantonio Menezes; Débora Danielle Alves Moraes Priebe; Rodrigo Barbosa Monteiro Cavalcante; Ana Tereza Vaz de Souza Freitas; Marília Mendonça Guimarães; Thaísa Anders Carvalho Souza; Tânia Aparecida Pinto de Castro Ferreira; Karine Anusca Martins; Andrea Sugai Mortoza

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.