Chlamydia spp. em pombos de vida livre
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17747Palavras-chave:
Saúde animal; Clamidiose; Columbidae.Resumo
Columbídeos de vida livre são o segundo maior reservatório de Chlamydia psittaci, transmitindo o agente para humanos e animais. Este estudo teve como objetivo identificar a presença de Chlamydia spp. em amostras de pulmão e fezes de pombos domésticos de vida livre (Columba livia domestica), capturados no Parque Naturalístico Mangal das Garças em Belém, Pará, Brazil, utilizando a reação em cadeia pela polimerase semi-nested e correlacionando os achados clínicos e post-mortem dos animais positivos para Chlamydia spp. Dentre os 45 animais avaliados, 10 (22.2%) foram positivos para Chlamydia spp.; os achados positivos foram de 5 (50%) amostras de pulmão e 5 (50%) de amostras de fezes, sem sobreposição entre animais e amostra. Nenhum dos animais avaliados nesse estudo manifestaram sinais clínicos de clamidiose; em vez disso os achados dos animais positivos só foram encontrados durante a necropsia, principalmente com alterações pulmonares, hepáticas, esplênicas e intestinais. Esses achados demonstraram que os pombos de vida livre podem ser reservatórios de Chlamydia spp. e transmitir o agente silenciosamente para humanos e animais, o que seria preocupante para a saúde pública e animal, uma vez que essas aves são facilmente encontradas coabitando em áreas urbanas com humanos, outras espécies de aves e outros animais.
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