Hanseníase e determinantes sociais em saúde no Sul do Brasil: Análise geograficamente ponderada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17823Palavras-chave:
Hanseníase; Saúde Pública; Análise Espacial; Atenção Primária à Saúde; Determinantes sociais da saúde.Resumo
Objetivo: verificar a relação entre hanseníase e espaço geográfico, levando em consideração determinantes sociais em saúde e utilizando ferramenta que permita a análise dessas relações localmente. Metodologia: Estudo ecológico, realizado em município endêmico do Sul do Brasil. Foi conduzida a geocodificação dos casos e selecionadas variáveis socioeconômicas de interesse. Após análise descritiva, seguiu-se com a correlação espacial por meio do Índice de Moran Bivariado, seguido de Regressão Linear. Para as variáveis presentes no modelo selecionado, aplicou-se a Geographically Weighted Regression por meio do software ArcGis versão 10.5.1. Na sequência, os resultados foram especializados por meio de mapas temáticos. Resultados: Em relação às características socioeconômicas e clinico-operacionais, houve maior quantidade de casos do sexo masculino (55,3%), faixa etária de 16 a 60 anos (69,3%), raça branca (67,8%), casos multibacilares (80,9%), forma clínica dimorfa (45,2%) e grau de incapacidade I (62,6%). A análise espacial demonstrou incidência média de 1,19 casos/10.000 habitantes, em cada setor censitário. Em relação aos determinantes sociais, as características se apresentam de forma heterogênea no espaço, sendo que aglomeração de habitantes apresentou associação direta com a hanseníase, bem como raça/cor parda, caracterizando-se como fatores de risco nas regiões de maior evidência. Em contrapartida, alfabetização apresentou relação inversa, associando o aumento dela com a redução na ocorrência da doença. Conclusão: Os determinantes sociais em saúde auxiliam na explicação da heterogeneidade da distribuição da doença. Compreender essa relação é fundamental para direcionar ações de profilaxia e controle.
Referências
Assis, I. S., Arcoverde, M. A. M., Ramos, A. C. V., Alves, L. S., Berra, T. Z., Arroyo, L. H. et al. (2018). Social determinants, their relationship with leprosy risk and temporal trends in a triborder region in Latin America. PLoS Negl Trop Dis, 14 (4).
Barreto, J. G., Bisanzio, D., Frade, M. A. C., Moraes, T. M. P, Gobbo, A. R., Guimarães, L. S., Silva, M. B., Prokopec, G. M. V., Spencer, J. S., Kitron, U., Salgado, C. G. (2015). Spatial epidemiology and serologic cohorts increase the early detection of leprosy. BMC Infectious Diseases, (15).
Barros, M. V. F., Archela, R. S., Barros, O. N. F., Gratão, L. H., Thery, H., Mello, N. A. (2008). Atlas Ambiental da Cidade de Londrina. http://www.uel.br/revistas/atlasambiental/
Braker, W. H., Sihombing, B. Djarir, H., Beise, K., Kusumawardhani, L., Yulihane, R. et al. (2012). Disability in people affected by leprosy: the role of impairment, activity, social participation, stigma and discrimination. Global Health Action (5).
Brasil. Ministério da Saúde. Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE). (2016). Relatório Gerencial. http://sage.saude.gov.br/?link=sistemas/relatorio
Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS, Portal da Saúde. http://tabnet.datasus. gov.br
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2018). Boletim Epidemiológico, 49(4). Ministério da Saúde. http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/31/2018-004-Hanseniase-publicacao.pdf
Brook, C. E., Beauclair, R., Ngwenya, O., Worden, L., Ndeffombah, M., Lietman, T. M., Satpathys, S. K., Galvani, A. P., & Porco, T. C. (2015). Spatial heterogeneity in projected leprosy trends in India. Parasites & Vectors (8).
Chaptini, C., Marshman, G. (2015). Leprosy: a review on elimination, reducing the disease burden and future research. Lepr. Rev., 86(4).
CNDSS. (2008). As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. Relatório final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/causas_sociais_iniquidades.pdf
CSDH. (2008). Closing the gap in a generation: health equity through action on the social determinants of health. Final Report of the Commission on Social Determinants of Health. Geneva, World Health Organization.
Cunha, M. D., Almeida, A. S., Cunha, G. M., Santos, R. S. (2016). Geographic weighted regression: applicability to epidemiological studies of leprosy. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., 49(1).
Freitas, L. R. S., Duarte, E. C., Garcia, L. P. (2017). Análise da situação epidemiológica da hanseníase em uma área endêmica no Brasil: distribuição espacial dos períodos 2001 – 2003 e 2010 – 2012. Rev bras epidemiol, 20(4).
Freitas, L. R. S., Duarte, E. C., Garcia, L. P. (2014). Leprosy in Brazil and its association with characteristics of municipalities: ecological study, 2009–2011. Trop Med Int Health, 19(10).
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017) Censo demográfico 2010: resultados do universo por setor censitário.
Jannuzzi, P. M. (2012) Indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas. Flacso, 2012.
Londrina. Londrina em dados 2017. http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=543&Itemid=558&limitstart=4.
Lopes, V. A. S, Rangel, E. M. (2014) Hanseníase e vulnerabilidade social: uma análise do perfil socioeconômico de usuários em tratamento irregular. Saúde Debate, 38(103).
Marmot, M. (2017). The health gap: Doctors and the social determinants of health. Scandinavian Journal of Public Health (45).
Montgomery, D. C., Peck, E. A., Vining, G. G. (2013). Intoduction to linear regression analysis. (4a ed.), John Wiley & Sons.
Mongenstern, H. (2008). Ecologic Studies. In: Rothman KJ, Greenland S, Lash TL, editors. Modern Epidemiology. (3a ed.), Lippincot Williams & Wilkins.
Nery, J. D., Pereira, S. M., Rasella, D., Penna, M. L. F., Aquino, R., Rodrigues, L. C. et al. (2014). Effect of the Brazilian conditional cash transfer and primary health care programs on the new case detection rate of leprosy. Plos Negl Trop Dis, 8(11).
Organização Mundial da Saúde. Comissão de Determinantes Sociais em Saúde. Relatório Final. http://determinantes.saude.bvs.br/docs/Relatorio_Final_CDSS_OMS.pdf
Organização Mundial da Saúde. (2016). Estratégia global para Hanseníase 2016-2020. Aceleração rumo a um mundo sem Hanseníase. http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/208824/9789290225201-pt.pdf,jsessionid=725AAE77B5BA16C6B74396590EBE847B?sequence=17
Organização Mundial da Saúde. (2016). Global leprosy update: time for action, accountability and inclusion. Wkly Epidemiol Rec, 91(36).
Ramos, A.C. V., Yamamura, M., Arroyo, L. H., Popolin, M. P., Chiaravalloti, N. F., Palha, P. F. et al. (2017). Spatial clustering and local risk of leprosy in São Paulo, Brazil. PLoS Negl Trop Dis, 11(2).
Silva, C. L. M., Fonseca, S. C., Kawa, H., Palmer, D. O. Q. (2017). Spatial distribution of leprosy in Brazil: a literature review. Rev Soc Bras Med Trop, 50(4).
Santos, S. D., Penna, G. O., Costa, M. C. N., Natividade, M. S., Teixeira, M. G. (2016). Leprosy in children and adolescents under 15 years old in an urban centre in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz, 111(6).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Natalia Marciano de Araujo Ferreira; Luiz Henrique Arroyo; Thamy Barbara Gioia; Marcos Augusto Moraes Arcoverde; Ivaneliza Simionato de Assis; Marcelino Santos Neto; Mellina Yamamura; Alessandro Rolim Scholze; Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues; Franciely Midori Bueno de Freitas; Natacha Bolorino; Laís Cristina Gonçalves Ribeiro; Jessica Maia Storer; Ricardo Alexandre Arcêncio; Flavia Meneguetti Pieri
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.