Avaliação da modulação autonômica mediante estímulo musical em indivíduos musicalizados e não musicalizados
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17874Palavras-chave:
Modulação autonômica; Variabilidade da Frequência cardíaca; Música.Resumo
O objetivo foi avaliar a modulação autonômica da frequência cardíaca em estímulos musicais em indivíduos musicalizados (GM) e não musicalizados (GNM). Foram avaliados 96 voluntários. Quatro músicas diferentes (M1, M2, M3 e M4) foram executadas. A análise dos dados foi feita no domínio do tempo pelos índices de RMSSD (raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos da variabilidade da frequência cardíaca consecutivos. Este parâmetro fornece uma quantificação das variações abruptas da variabilidade) e pNN50 (NN50: quantidade absoluta (contagem) de intervalos NN que diferem mais de 50ms em relação ao intervalo anterior - pNN50: porcentagem de NN50 em relação à quantidade total de intervalos NN), e no domínio da frequência pelos índices de baixa frequência - LF (atividade simpática), alta frequência - HF (atividade parassimpática) e LF/HF (balanço simpático-vagal). Resultados: O GM apresentou menor atividade parassimpática durante a exposição a diferentes tipos de música, independente do sexo (p<0,05). Porém, durante a execução da M3, foram observados valores maiores de BF no grupo feminino (p<0,05). No grupo masculino foram encontrados aumento na banda BF e na relação BF/AF durante a execução de música excitatória e sedativa (p<0,05). No GNM, os resultados foram semelhantes entre os diferentes tipos de música, confirmados por comparação específica entre grupos onde houve diferenças significativas entre eles (p<0,05), exceto no BF durante o M3, com valores menores para o GNM. Conclui-se que o estímulo músical provocou alteração da VFC nos individuos avaliados.
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