Tratamento de sequelas do Acidente Vascular Encefálico (AVE) com toxina botulínica: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.17880Palavras-chave:
Toxina botulínica; Paralisia; Acidente vascular cerebral; Reabilitação; Espasticidade muscular.Resumo
Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é um evento bastante prevalente na população mundial, e dentre suas sequelas, destaca-se a espasticidade muscular e paralisias. A toxina botulínica é uma técnica farmacológica que traz efeitos benéficos ao paciente com espasticidade, como o ganho de amplitude de movimento e melhora da função dos membros afetados. Objetivo: identificar as evidências acerca do uso dessa toxina a esses pacientes, principalmente perante a espasticidade muscular, evento fortemente relacionado após AVE. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa da literatura, que busca evidências sobre o uso da toxina botulínica para tratamento de sequelas do AVE. A pesquisa foi realizada por meio de bases de dados PubMed, MEDLINE, Scielo, CDSR, Google Scholar, BVS e EBSCO, no período de 2003 a 2021. Dessa maneira, totalizaram-se 26 produções científicas para a revisão integrativa da literatura. Resultados: o tratamento da espasticidade com a toxina botulínica tem maior êxito quando a administração segue alguns critérios como: o ajuste da dose de acordo com a idade, com o peso, grau de espasticidade e musculatura administrada. Conclusão: a aplicação dessa toxina, aliado à fisioterapia continuada, é o tratamento de primeira escolha para a espasticidade muscular, particularmente em pacientes que apresentam sequelas pós acidente vascular cerebral, com o intuito de aumentar a mobilidade, amplitude de movimento, facilitar a realização da higiene e de outras atividades funcionais, melhorar o desgaste da imobilização e a dor, e, dessa maneira, promover a melhoria da qualidade de vida desses pacientes.
Referências
Almeida, S. R. M. (2012). Análise epidemiológica do acidente vascular no Brasil. Revista Neurociências, 20 (4), 481-482. https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.8219
Anjos, A. A., Moura, B. A., Lima, J. M. C. S. R & Lima, P. C. S. R. (2020). Toxina botulínica para correção de assimetria facial pós AVE: relato de caso clínico. Research, Society and Development, 9 (10), 1-17. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9214
Barbosa, A. C., Ribeiro, I. M & Medeiros, L. (2020). Paresia do membro superior contralateral após infiltração de toxina botulínica A para espasticidade pós-AVE. Revista Científica da Ordem dos Médicos, 33 (11), 761-764. https://doi.org/10.20344/amp.11503
Barbosa, C. M. R. & Barbosa, J. R. A. (2017). Toxina botulínica em Odontologia. Elsevier.
Calil, A. M. & Paranhos, W. Y. (2007). O enfermeiro e as situações de emergência. Atheneu.
Cardoso, E., Pedreira, G., Prazeres, A., Nildo, R. & Melo, A. (2007). Does Botulinum Toxin improve the function of the patient with spasticity after stroke? Arq Neuropsiquiatr, 63(3), 592-595. https://doi.org/10.1016/j.rehab.2018.05.1320
Casaca, I. (2006). Fisioterapia e Toxina Botulínica do Tipo A. Arq Fisioter, 1(2), 46-53.
Demetrios, M., Khan F., Stokes, L. T. M., Brand, C. & McSweeney, S. (2013). Multidisciplinary rehabilitation following botulinum toxin and other focal intramuscular treatment for post-stroke spasticity. Cochrane Database of Systematic Reviews, 5 (6). https://doi.org/10.1002/14651858.CD009689
Elovic, E. P., Brashear, A., Kaelin D., Liu, J., Millis, R. S., Barron, R. & Turkel, C. (2008). Repeated Treatments With Botulinum Toxin Type A Produce Sustained Decreases in the Limitations Associated With Focal Upper-Limb Poststroke Spasticity for Caregivers and Patients. Arch Phys Med Rehabil, 89 (1), 799-806. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2008.01.007
Ênia, J. R. N., Fernandes, J. G. A, Nascimento, F., Silva, L. A. M., Reis, T. & Dietrich, L. (2021). Toxina botulínica no tratamento da paralisia facial: um tratamento reabilitador minimamente invasivo. Research, Society and Development, 10 (5), 1-11. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i5.15204
Figallo, M. A. S., Hernández, G. R. L., Lagares, D. T., Araya, A. C., Ferrerosa, O. T., Pacheco, E. H. & Perez, J. L. G. (2020). Use of Botulinum Toxin in Orofacial Clinical Practice. Toxins, 12(2), 1-16. https://doi.org/10.3390/toxins12020112
Foley, N., Pereira S., Salter, K., Fernandez, M. M., Speechley, M., Sequeira, K., Miller, T. & Teasell, R. (2013). Treatment with botulinum toxin improves upper-extremity function post stroke: a systematic review and meta-analysis. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 94 (5), 977-989. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2012.12.006
Fujimura, O. T. R. K. (2017). Improvement in Disability Assessment Scale after Botulinum toxin A treatment for upper limb spasticity. Japanese Journal of Comprehensive Rehabilitation Science, 8 (1), 4-9. https://doi.org/10.11336/jjcrs.8.4
Gouvêa, D., Gomes, C. S. P., Melo, S. C., Abrahão, P. N. & Barbieri, G. (2015). Acidente Vascular Encefálico: uma revisão da literatura. Ciência Atual: Revista Científica Multidisciplinar da Universidade São José, 6 (2), 2-6.
Kaji, R., Osako, Y., Suyama, K., Maeda, T., Uechi, Y. & Iwasaki, M. (2010). Botulinum toxin type A in post-stroke upper limb spasticity. Current Medical Research & Opinion, 36 (8), 1983-1992. https://doi.org/10.1185/03007995.2010.497103
Lauaté, J., Landrault, E., Courtois, S. J., Mertens, P. & Boisson, D. G. (2004). Traitement de la spasticité focale du membre supérieur par toxine botulinique après accident vasculaire cérébral (AVE). Intérêt d’une approche au cas par cas. Annales de Réadaptation et de Médecine Physique, 47 (1), 555-562. https://doi.org/0.1016/j.annrmp.2004.02.01
Lima, L. S. R. & Guedes, J. L. S. (2020). Botulinum toxin in dentistry: a literature. Review. Rev. Brá, 77 (1), 1-8. tp://dx.doi.org/10.18363/rbo.v77.2020.e1798
Lundstrom, E., Terént, A. & Borg, L. (2008). Prevalence of disabling spasticity 1 year after first-ever stroke. European Journal of Neurology, 15 (6), 533-539. https://doi.org/10.1111/j.1468-1331.2008.02114.x
Mukai, Y. & Kaji, R. (2011). Use of botulinum neurotoxin therapy. Brain and Nerve 63 (7), 775-784. https://doi.org/10.11477/mf.1416100959
Oliveira, D. R. N, Paiva, I. M. B. & Anomal, R. F (2017). O uso da toxina botulínica no tratamento da espasticidade após acidente vascular encefálico: uma revisão de literatura. Journals Bahiana School of Medicine and Public Health, 7 (12), 289-297. http://dx.doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v7i2.1242
Piassaroli, C. A. P, Almeida, G. C., Luvizotto, C. & Suzan, A. B. B. M. (2012). Physical Therapy Rehabilitation Models in Adult Patients with Ischemic Stroke Sequel. Revista Neurociências, 20 (1), 128-137. https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.10341
Pierson, S. H., Katz, D. L. & Tarsy, D. (1996). Botulinum toxin A in the treatment of spasticity: functional implications and patient selection. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 77 (7), 717-721. https://doi.org/10.1016 / s0003-9993 (96) 90015-5.
Pimentel, L. H. C., Alencar, F. J., Rodrigues, L. R. S., Sousa, F. C. F. & Teles, J. B. M. (2014). Effects of botulinum toxin type A for spastic foot in post-stroke patients enrolled in a rehabilitation program. Arq Neuropsiquiatr, 22 (1), 28-32. https://doi.org/10.1590/0004-282x20130189
Portella, L. V., Santiago, F. L. D., Maia, P. A. & Mancini, M. C. (2004). Os efeitos da toxina botulínica no tratamento da espasticidade: uma revisão da literatura. Revista da Fisioterapia da Universidade de São Paulo, 11 (1), 47-55. https://doi.org/10.1590/fpusp.v11i1.76883
Schuster, R. C., Sant, C. R. & Dalbosco, V. (2007). Efeitos da estimulação elétrica funcional (FES) sobre o padrão de marcha de um paciente hemiparético. Acta Fisiátrica, 14 (2), 82-86. https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v14i2a102794
Serrano S., Constantino, J., Januário, F. & Amaral, C. (2014). Espasticidade do Membro Superior: Avaliação da Eficácia e Segurança da Toxina Botulínica e Utilidade da Escala GAS - Estudo Retrospetivo. Rev Soc Port Med Fis Reabil, 25 (1), 11-19. http://dx.doi.org/10.25759/spmfr.127
Slawek J., Bogucki, U. & Reclawowicz, D. (2005). Botulinum toxin type A for upper limb spasticity following stroke: an open-label study with individualised, flexible injection regimens. Neurol Sci, 26 (1), 32-39. https://doi.org/ 10.1007 / s10072-005-0379-8.
Souza, A. O. & Cavalcanti, D. S. P. (2016). Toxina Botulínica Tipo A: aplicação e particularidades no tratamento da espasticidade, do estrabismo, do blefaroespasmo e de rugas faciais. Saúde & Ciência em Ação, 3 (1), 58-70.
Sposito, M. M. M. (2004). Toxina botulínica tipo A: propriedades farmacológicas e uso clínico. Acta Fisiátrica, 11 (1), 7-44. https://doi.org/ 10.11606/issn.2317-0190.v11isupl.1a102495
Sposito, M. M. M. (2009). Botulinic Toxin Type A: action mechanism. Acta Fisiátrica, 16 (1), 25-37.
Teles, M. S. & Gusmão, C. (2012). Fugl-Meyer Functional Evaluation of Patients patients with Stroke using the protocol of Fugl-Meyer. Revista Neurociências, 20 (1), 42-49.
Thompson, A. J., Jarrett, L., Lockley, J., Marsden, J. & Stevenson VL (2005). Clinical Management of spasticity. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, 76 (4), 459-463. https://doi.org/10.1136 / jnnp.2004.035972
Veverka, T., Hluštík, P., Hok, P., Otruba, P., Zapletalová, J., Zapletalová, J., Tüdös, Z., Alois, K. A. & Kaňovský, P. (2016). Sensorimotor modulation by botulinum toxin A in post -stroke arm spasticity: Passive hand movement. J Neurol Sci, Czech Republic, 362 (3), 14-20.
Ward, A. B., Wissel, J., Borg, J., Ertzgaard, P., Herrmann, C., Kulkarni, J., Lindgren, K., Reuter, I., Sakel, M., Satero, P., Sharma, S., Wein, T., Wright, N. & Smith, A. F. (2014). Functional goal achievement in post-stroke spasticity patients: the BOTOX Economic Spasticity Trial (BEST). J Rehabil Med. 46 (6), 504–513. https://doi.org/ 10.2340 / 16501977-1817
Wolfgang, J. H., Hefter, H., Reissig, A., Kollewe, K. & Wissel, J. (2014). Efficacy and safety of botulinum toxin type A (Dysport) for the treatment of post-stroke armspasticity: Results of the German–Austrian open-label post-marketing surveillance prospective study. J Neurol Sci, 337 (1), 86-90. https://doi.org/10.1016 / j.jns.2013.11.022
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Bárbara Queiroz de Figueiredo; Antônio Ricardo Neto; Caio Flávio Reis Nogueira; Rafaela Alves Fernandes; Marcelo Gomes Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
