Extrato de alga no manejo do bolor verde em pós-colheita de citros
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17939Palavras-chave:
Citricultura; Penicillium digitatum; Ascophyllum nodosum; Fitopatologia; Controle alternativo.Resumo
Objetivou-se com o presente trabalho avaliar a eficácia de diferentes dosagens de um produto à base de extrato da alga Ascophyllum nodosum no manejo do bolor verde em pós-colheita de citros. Utilizou-se as dosagens de 0; 25; 50; 75 e 100 mL L-1 do produto comercial à base do extrato da alga, como comparativo, um fungicida sistêmico do grupo dos benzimidazóis. Foram realizados experimentos in vitro para verificar o efeito do produto à base do extrato da alga e seus possíveis mecanismos de ação, por meio das seguintes análises: crescimento micelial, esporulação, perda de eletrólitos e atividade fungicida e/ou fungistática. Em seguida, realizou-se experimento in vivo a fim de se avaliar a incidência e severidade do bolor verde nos frutos de laranjeira ‘Valencia’ tratados com o produto. Foi observado que as dosagens de 75 e 100 mL L-1 foram as mais eficazes na redução do crescimento micelial e da produção de conídios do patógeno, sendo constatado um efeito fungistático do produto. Verificou-se que o produto altera a permeabilidade da membrana plasmática do fungo na dosagem de 100 mL L-1, podendo ser um possível mecanismo de ação sobre o patógeno, além de ser capaz de reduzir a incidência e a severidade do bolor verde em pós-colheita nos frutos de laranjeira na dosagem de 75 mL L-1. Portanto, conclui-se que o produto à base de extrato da alga A. nodosum pode ser incluído ao manejo integrado de doenças em pós-colheita de citros.
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