Representações sociais do trabalho para assistidos do sistema penitenciário cearense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18313

Palavras-chave:

Assistidos do sistema penitenciário; Representações sociais; Mercado de trabalho.

Resumo

Conhecer as representações sociais do trabalho para assistidos do sistema penitenciário cearense, suas formas de inserção e expectativas em relação aos contextos de trabalho foi o objetivo dessa pesquisa. Participaram 23 assistidos, residentes em Fortaleza, que participam de um programa de inserção profissional para egressos do sistema prisional em um órgão público do Ceará. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e submetidos à análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram o trabalho como condição necessária para a liberdade (material, pessoal/afetiva e social), bem como para a construção de uma nova sociabilidade. Também foram observados aspectos que dificultam o processo de participação dos assistidos do sistema penitenciário no mercado de trabalho, tais como barreiras pessoais e sociais. Conclui-se que as representações sociais orientam práticas e estratégias sociais, refletindo as normas das instituições sociais ou as ideologias relacionadas ao lugar que os assistidos ocupam na sociedade.

Referências

Abric, J.-C. (1994). Pratiques sociales et représentations. Paris: Presses Universitaires de France.

Barbalho, L. A., & Barros, V. A. (2010). O lugar do trabalho na vida do egresso do sistema prisional: Um estudo de caso. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 3(2), 198-212.

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. (Trabalho original publicado em 1977).

Barros, V. B. (2009). O trabalho na contemporaneidade: delimitações em um mundo de exclusão. In F. K. Neto, R. T. Oliveira, & R. O. Silva (Orgs.), Subjetividade (s) e sociedade: contribuições da Psicologia (pp. 143-160). Belo Horizonte: Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.

Bauer, M. W., & Gaskell, G. (2017). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Editora Vozes Limitada.

Bernal, A. O. (2010). Psicologia do trabalho em um mundo globalizado: como enfrentar o assédio psicológico e o estresse no trabalho. Porto Alegre: Artmed.

Bussinguer, M. D. A. (2013). Política pública e inclusão social: o papel do direito do trabalho. São Paulo: LTr.

Cardoso, M. C. V. (2006). A cidadania no contexto da Lei de Execução Penal: o (des) caminho da inclusão social do apenado no Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Dissertação de Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil. Recuperado de http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4990/1/2006_Maria%20Cristina%20Vidal%20Cardoso.pdf

Coimbra, C. M. B. (2001, janeiro/junho). Psicologia, direitos humanos e neoliberalismo. Revista Psicologia Política, 1(1), 139-148.

Conselho Nacional de Justiça (CNJ). (2014). Falhas na gestão dos processos contribuem para a superpopulação carcerária, diz conselheiro do CNJ. Recuperado de http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/61364-falhas-na-gestao-dos-processos-contribuem-para-a-superpopulacao-carceraria-diz-conselheiro-do-cnj

Esteban, F., Alós, R., Jódar, P., & Miguélez, F. (2014). La inserción laboral de ex reclusos. Una Aproximación cualitativa. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, 145, 181-204. https://doi.org/10.5477/cis/reis.145.181

Jacques, M. G. (1997). Identidade e trabalho. In A. D. Cattani (Org.), Trabalho e tecnologia: dicionário crítico (pp. 127-131). Petrópolis, RJ: Vozes.

Julião, E. F. (2010). O impacto da educação e do trabalho como programas de reinserção social na política de execução penal do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Educação, 15(45), 529-543. https://doi.org/10.1590/S1413-24782010000300010

Lemos, A. M., Mazzilli, C., & Klering, L. R. (1998, setembro/dezembro). Análise do Trabalho Prisional: Um Estudo Exploratório. Rev. Adm. Contemp., Curitiba, 2(3), 129-149. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65551998000300008

Lopes, P. L., Gregorio, M. F. P., & Accioly, T. C. O. (2016). A inserção de egressos no mercado de trabalho. Revista Conbrad, Maringá, 1(1), 47-70.

Madeira, L. M. (2008). Trajetórias de Homens Infames: Políticas Públicas Penais e Programas de Apoio a Egressos do Sistema Penitenciário no Brasil (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Recuperado de http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15656

Medeiros, L. F. R., & Macêdo, K. B. (2006, maio/agosto). Catador de material reciclável: uma profissão para além da sobrevivência? Psicologia & Sociedade, 18(2), 62-71.

Medina, C. A. (1977). Participação e trabalho social: um manual de promoção humana. Rio de Janeiro: Vozes.

Moki, M. P. (2005). Representações Sociais do Trabalho Carcerário Feminino (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.

Navarro, V. L., & Padilha, V. (2007). Dilemas do trabalho no capitalismo contemporâneo. Revista Psicologia & Sociedade, 19(1), 14-20.

Moscovici, S. (2010). Representações Sociais: investigações em Psicologia Social. Petrópolis: Vozes.

Salanova, M., Gracia, F., & Peiró, J. M. (1996). Significado del Trabajo y valores laborales. In J. M. Peiró, & F. Prieto (Eds.), Tratado de Psicología del Trabajo (Vol. II: Aspectos psicosociales del trabajo, pp. 35-63). Madrid: Síntesis.

Sampaio, J. H. (2008). Os direitos fundamentais e garantias individuais como pressupostos para a eficácia dos direitos humanos do presidiário (Dissertação de Mestrado). Universidade de Fortaleza, Fortaleza, Ceará, Brasil. Recuperado de http://bdtd.ibict.br/ vufind/Record/UFOR_237db5ecdb1f7f078a487dbd5c442591

Rocha, V. F. T., Lima, T. C. B., Ferraz, S. F. S., & Ferraz, S. B. (2013). A inserção do egresso prisional no mercado de trabalho cearense. Pensamentos Contemporâneo em Administração, Rio de Janeiro, 7(4), 185-207.

Santos, T. M., & Rosenburg, E. G. (2014). Representações sociais sobre a violência em egressos do sistema prisional. Segurança Pública, 8(1), 94-110.

Seron, P. C. (2009). Nos difíceis caminhos da liberdade: estudo sobre o papel do trabalho na vida de egressos do sistema prisional (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil.

Souza, C. (2007). Estado da arte da pesquisa em políticas públicas. In G. Hochman, M. Arretche, & E. Marques (Orgs.), Políticas públicas no Brasil (pp. 65-86). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Souza, S. A. (2009). Coletivos de Trabalhos e o Prazer e o Sofrimento em sua Construção: um estudo de caso (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

Toledo, I. d´A., Kemp, V. H., Machado, M. N. M. (2014). Os sentidos do trabalho para egressos do sistema prisional inseridos no mercado formal de trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17(1), 85-99. DOI: 10.11606/issn.1981-.0490.v17n1p85-99

Tomé, S. M. G. (2011). O Processo de Reinserção Social de Apenados: Uma Análise Comparativa de Trajetórias de Vida (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

Vala, J. (2002). Representações sociais e psicologia social do conhecimento cotidiano. In J. Vala, & J. M. B. Monteiro (Coords.), Psicologia Social (pp. 457–502). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Downloads

Publicado

05/08/2021

Como Citar

ARAÚJO, A. P. B. .; VIANA, L. M. M. . Representações sociais do trabalho para assistidos do sistema penitenciário cearense. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e67101018313, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.18313. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18313. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais