Perfil bacteriano das superfícies e equipamentos da Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18342Palavras-chave:
Controle de Infecções; Unidade de Terapia Intensiva; Contaminação de equipamentos.Resumo
Existem evidências que superfícies e objetos agem como reservatórios, facilitando, assim, infecções cruzadas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o perfil bacteriano em superfícies e equipamentos da UTI de um Hospital Universitário no sertão do Vale do São Francisco. Trata-se de um estudo transversal e descritivo. O trabalho foi realizado na UTI, onde foram amostrados as seguintes superfícies e equipamentos: ventilador mecânico; botões de comando do monitor cardíaco; diafragma do estetoscópio; mesa de cabeceira; dispensador de soro/alimento; cortinas ao redor do leito; parede ao redor do leito e bomba de infusão contínua. As amostras foram coletadas, utilizando-se swabs embebidos em solução salina. Após a passagem, eles foram armazenados em tubo e transportados para o Laboratório onde foram realizadas as análises microbiológicas. O total de bactérias encontradas, independente dos leitos, equipamentos e superfícies amostradas foi de 134, destas, 20 (15%) são consideradas possíveis bactérias causadoras de infecções hospitalares. No que se refere ao perfil de resistência das bactérias aos principais antibióticos, os Staphylococcus aureus, foram 100% resistentes à oxacilina e os isolados de Enterococcus sp. apresentaram 20% de resistência intermediária à vancomicina e 20% de resistência à ampicilina. Foi observado que todos os isolados de Klebsiella pneumoniae foram resistentes à ampicilina + sulbactam e 100% sensíveis ao restante dos antibióticos testados. Para Acinetobacter baumannii foi observado 43% de resistência intermediária à ceftriaxona e 57% de resistência ao meropenem. O presente estudo mostra que nas superfícies e equipamentos da UTI estão presentes bactérias multirresistentes que podem causar infecções hospitalares.
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