Implicações do gênero na educação sexual, conhecimento e vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveis de acadêmicos de saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18354Palavras-chave:
Educação Sexual; Conhecimento; Saúde sexual; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Universidade.Resumo
Os desafios impostos na implementação da educação sexual nos ambientes sociais, incluindo os escolares e parentais, são impasses que comprometem a saúde sexual dos adolescentes e adultos jovens, implicando nos comportamentos de risco. Este estudo avaliou os meios de educação sexual, o conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis e a vulnerabilidade de universitários pertencentes à Amazônia Legal brasileira. Cento e quarenta e nove estudantes da área de saúde reportaram seus dados sociodemográficos e os meios de informação sobre sexo seguro e sua prática. O conhecimento foi avaliado por meio do questionário Conhecimento sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ). Análises bivariadas e correlação de Pearson foram realizadas. Professores, livros especializados, mídia e amigos foram as fontes de informação sexual mais acessadas por estudantes em fase de conclusão de curso e mulheres em finalização da graduação. Homens apresentaram maior grau de conhecimento sobre IST. Mulheres reportaram uma menor possibilidade de proteção sexual. O tempo na universidade e conhecimento dos homens não interfere positivamente no comportamento de risco. Esse estudo transversal demonstra que as intervenções no combate à desinformação em face dos comportamentos sexuais de risco e suas consequências devem ser priorizadas considerando os gêneros dos indivíduos, tendo em vista as diferenças nas percepções e ações de homens e mulheres estudantes da área de saúde.
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