Estudo epidemiológico de idosos acometidos por intoxicação medicamentosa no estado da Paraíba: o retrato de uma década
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18563Palavras-chave:
Toxicidade de Drogas; Eventos adversos dos Fármacos; Senilidade.Resumo
Este trabalho objetivou investigar o perfil epidemiológico de idosos acometidos por intoxicação medicamentosa na Paraíba, entre os anos de 2007 a 2017. Tratou-se de um estudo epidemiológico, observacional, retrospectivo, analítico e documental, do tipo quantitativo, em que os dados foram coletados a partir de consultas à base de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as variáveis como ano, cidade de notificação, sexo, faixa etária, escolaridade, circunstâncias do tipo de intoxicação e evolução dos casos. Para a análise das associações entre as variáveis aplicou-se o teste Qui-Quadrado de Independência, em que p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo para as hipóteses de nulidade. Detectou-se que foram notificados 219 casos de intoxicação medicamentosa, sendo o ano de 2014 o mais prevalente (21,46%) e João Pessoa foi a cidade com mais casos. Ao associar sexo e as outras variáveis não se observou significância estatística. O perfil epidemiológico de acometidos foi majoritariamente de indivíduos do sexo feminino (63,0%), com 60 a 69 anos de Idade (55,0%), sendo que a maioria dos casos relatados foram curados sem sequela (72,6%). Destaca-se que os dados desta pesquisa podem ser utilizados para a criação de políticas públicas ou indicadores com o intuito de atender a população mais acometida.
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