Mortalidade por causas externas no estado de São Paulo: Uma análise epidemiológica do período de 2000 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18627Palavras-chave:
Mortalidade; Causas externas; Estudos de séries temporais ; Epidemiologia.Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar a tendência e o perfil epidemiológico da mortalidade por causas externas no estado de São Paulo, no período de 2000-2018. Estudo ecológico de série temporal, sendo os dados de óbitos por causas externas (capítulo XX - CID 10) extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade, sendo investigados: idade, sexo, raça, escolaridade, categoria do óbito e local de ocorrência. As variações da mortalidade por causas externas foram verificadas por meio das taxas de mortalidade padronizadas por sexo/faixa etária, estimou-se modelos de regressão linear simples para as taxas em função do ano. Para analisar se as proporções de óbitos diferiam entre estas variáveis investigadas foi utilizado o teste qui-quadrado, nível significância de 5%. No período de estudo, ocorreram no estado 506.374 óbitos por causas externas, com diminuição significativa ao longo dos anos, taxa geral de 90,61/100.000 hab. (2000) para 50,21/100.000 hab. (2018). A queda foi observada em todos os grupos etários, em ambos os sexos, exceção aos idosos, sendo mais expressiva no sexo masculino de 15 a 29 anos (258,82/100.000 hab. 2000 para 83,65/100.000 hab. 2018). Brancos concentraram a maioria dos óbitos (81,1%-total), notou-se aumento na proporção de óbitos em pessoas com 8 anos ou mais de escolaridade e em viúvos/separados. Quedas, acidentes de transporte terrestre, riscos acidentais à respiração e suicídio aumentaram proporcionalmente e homicídios decaíram ao longo dos anos. A maioria dos óbitos ocorreu em hospitais. Faz-se necessário conhecer a tendência e distribuição da mortalidade por causas externas para melhor direcionamento das Políticas Públicas.
Referências
Andrial, L. H. (2017). Epidemiología de los casos trabajados en el Centro de Investigación de Ciencias Forenses de Sucumbíos (Ecuador), año 2016. Cuad Med Forense, 23(1-2),24-34. https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1135-76062017000100024&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Calazans, J. A. & Queiroz B. L. (2020). The adult mortality profile by cause of death in 10 Latin American countries (2000–2016). Rev Panam Salud Publica, 44. doi.org/10.26633/RPSP.2020.1
Cardoso S., Gaertner M. H. C. N., Haritsch L., Henning E., Kropiwiec M. V., & Franco S. C. (2020). Perfil e evolução da mortalidade por causas externas em Joinville (SC), 2003 a 2016. Cad. Saúde Colet., 28(2),189-200. doi.10.1590/1414-462X202028020115.
Carmo E. A., Souza T. S., Nery A. A., Vilela A. B. A., & Martins Filho I. E. (2017). Tendência da mortalidade por causas externas em idosos. J Nurs UFPE, 11(Suppl. 1), 374-82. 10.5205/1981-8963-v11i1a11918p374-382-2017
Core Team (2018). R: A language and environment for statistical computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing. https://www.R-project.org/.
Da Silva R. A., Vieira C. X., Nery A. A., Abreu F. S., Silva N. A., & de Jesus L. R. (2018). Mortality due to external causes in youth in state of Bahia. Rev Fun Care Online, 10(1), 46-51. 10.9789/2175-53612018.v10i1.46-51.
De Moura E. C., Gomes R., Falcão M. T. C., Schwarz E., das Neves A. C. M., & Santos W. (2015). Gender inequalities in external cause mortality in Brazil, 2010. Ciência & Saúde Coletiva, 20(3),779-788. 10.1590/1413-81232015203.11172014.
Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados -SEADE (2010). Retratos de São Paulo: População. http://produtos.seade.gov.br/produtos/retratosdesp/view/index.php?indId=5&temaId=1&locId=1000
Gelaye K., Tessema F., Tariku B., Abera S. F., Gebru A. A., Assefa N. & Lakew Y. (2018). Injury-related gaining momentum as external causes of deaths in Ethiopian health and demographic surveillance sites: evidence from verbal autopsy study. Global Health Action,11, 1430669. 10.1080/16549716.2018.1430669.
Lima- Costa, M. F. & Barreto, S. M. (2003). Tipos de estudos epidemiológicos: Conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 12 (4). 49742003000400003.
Malta D. C., Minayo M. C. S., Soares Filho A. M., da Silva M. M. A., Montenegro M. M. S., Ladeira R. M. & Naghavi M. (2017). Mortalidade e anos de vida perdidos por violências interpessoais e autoprovocadas no Brasil e Estados: análise das estimativas do Estudo Carga Global de Doença, 1990 e 2015. Rev. bras. epidemiol.,20(Suppl 1),142-156. 10.1590/1980-5497201700050012.
Marques S. H. B., de Souza A. C., Vaz A., Pelegrini A. H. W., & Linch G. F. C. (2017). Mortalidade por causas externas no Brasil de 2004 a 2013.Revista Baiana de Saúde Pública, 41(2), 394-409. 10.22278/2318-26602017v41.n2a2368.
Mendes J. D. V. (2019). Mortalidade por causas externas no Estado de São Paulo de 2000 a 2016. Bol. Epidemiol. Paul. (BEPA),16(185),11-24. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1023367
Messias M. M., Bandeira J. R., Lopes A. B., Silva L. L. D., Curado P. F. (2018). Mortalidade por causas externas: revisão dos dados do Sistema de Informação de Mortalidade. Rev Soc Bras Clin Med.,16(4),218-21. http://www.sbcm.org.br/ojs3/index.php/rsbcm/article/view/374/336
Minayo M. C. S., de Souza E. R., da Silva M. M. A., & de Assis S. G. (2018). Institucionalização do tema da violência no SUS: avanços e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6),2007-2016. 10.1590/1413-81232018236.04962018.
Ministério da Saúde (2003). Política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16 de maio de 2001. Brasília: Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_reducao_morbimortalidade.pdf
Ministério da Saúde (2019). Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Sistema de informação sobre mortalidade. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/ext10br.def.
Organização Mundial da Saúde. (2000). CID 10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. Décima Revisão. (8ª ed.). São Paulo: Edusp.
Pereira P. P. S., de Araújo L. X., Moreira K. F. A., & Figueiredo A. C. M. G. (2020). Mortalidade por causas externas no estado de Rondônia: análise de série temporal de 1999 a 2015. Rev Fun Care Online, 12,270-275. 10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.8501.
Preis L. C. C., Lessa G., Tourinho F., & Dos Santos J. L. G. (2018). Epidemiologia da mortalidade por causas externas no período de 2004 a 2013. Revista de Enfermagem UFPE, 12(13),716-728. 10.5205/1981-8963-v12i3a230886p716-728-2018.
Reichenheim M. E., de Souza E. R., Moraes C., de Mello Jorge M. H. P., da Silva C. M. F. P., & Minayo M. C. S. (2011). Violência e lesões no Brasil: efeitos, avanços alcançados e desafios futuros. The Lancet, 4,377(9781),1962-75. 10.1016/S0140-6736(11)60053-6.
Rede Interagencial de Informação para a Saúde (2008). Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. http://www.ripsa.org.br/2014/10/30/indicadores-basicos-para-a-saude-no-brasil-conceitos-e-aplicacoes-livro-2a-edicao-2008-2
Ribeiro A. P. & Njaine K. (2020). A gestão em saúde na prevenção e atenção às situações de violência. In: Njaine K, de Assis SG, Constantino P, Avanci, JQ. (orgs). Impactos da Violência na Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ (pp. 367- 385). 10.7476/9786557080948.
San Martín Campos C., Ponce Castro J., Proboste Naranjo A., & Yohannessen-Vásquez K. (2019). Evolución temporal de la mortalidad prematura por causas externas en Chile entre 1997-2014. Rev Esp Salud Pública, 93:20, e201905028. https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1135-57272019000100064
Secretaria de Estado de Saúde São Paulo (2021). Informações de Saúde -TABNET https://www.saude.sp.gov.br/links/informacoes-de-saude-tabnet.
Segura-Cardona A. & Cardona-Arango D. (2018). Mortalidad y años potenciales de vida perdidos por causas externas: Colombia 1998-2015. Univ. Salud., 20(2),149-159. dx.doi.org/10.22267/rus.182002.119
Wingerter D. G., Barbosa I. R., Moura L. K. B., Maciel R. F., & Alves M. S. C. F. (2020). Mortalidade por queda em idosos: uma revisão integrativa. Revista Ciência Plural, 6(1), 119-136. 10.21680/2446-7286.2020v6n1ID18366.
World Health Organization. (2014). Injuries and violence: the facts 2014. Geneva: WHO. https://apps.who.int/iris/bitstream/handl e/10665/149798/9789241508018_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Isabella Longhini Paiva; Márcia Regina Campos Costa Fonseca
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.