Avaliação do Índice de Qualidade das águas e da contaminação por tóxicos do Ribeirão do Carmo em Monsenhor Horta, distrito de Mariana – MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18680

Palavras-chave:

IQA; Coliformes termotolerantes; Fósforo total; Arsênio total; Garimpos de ouro

Resumo

O presente trabalho avaliou o Índice de Qualidade das Águas (IQA) e a Contaminação por Tóxicos do Ribeirão do Carmo com base nos resultados obtidos pelo programa de monitoramento de qualidade das águas realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) entre os anos de 2010 e 2019 na estação amostral denominada “RD009”, localizada em Monsenhor Horta, distrito do município de Mariana, no estado de Minas Gerais. Foram adotados nove parâmetros mais representativos para a caracterização da qualidade de água e seus respectivos pesos de acordo com sua importância relativa no cálculo do IQA. A contaminação por tóxicos foi classificada em “Baixa”, “Média” ou “Alta” a partir das concentrações observadas de quatorze parâmetros tóxicos. Foi realizada a análise temporal para acompanhamento da evolução do IQA e contaminação por tóxicos além de comparativo com os critérios preconizados na Deliberação Normativa COPAM-CERH nº 01/2008 para classe 2. Os resultados apontam que o IQA ao longo da série histórica considerada é “médio” enquanto a contaminação por tóxicos foi classificada como “alta”. As variáveis coliformes termotolerantes, fósforo total e arsênio total, que apresentaram resultados acima do máximo permitido pela legislação, ao longo de praticamente todo período avaliado, correlacionam-se com as características do uso e ocupação da terra na região. Neste sentido, faz-se necessário que os organismos públicos de gestão e governança de recursos hídricos formulem diretrizes e estratégias de melhoria da qualidade das águas do Ribeirão do Carmo tendo em vista os riscos à saúde da população do distrito de Monsenhor Horta.

Biografia do Autor

Marcelo Henrique Fernandes de Faria Rocha, Universidade Vale do Rio Verde

Gestor Ambiental. Mestrando em Sustentabilidade em Recursos Hídricos.

Rosângela Francisca de Paula Vitor Marques, Universidade Vale do Rio Verde

Biografia: Engenheira Florestal, Doutora em Recursos Hídricos, professora em tempo integral no Mestrado Sustentabilidade em recursos hídricos na Universidade Vale do Rio Verde.

Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior, Universidade Vale do Rio Verde

Bacharel em Direito, Mestrando em Sustentabilidade em Recursos Hídricos

Karina de Jesus Soares, Universidade Estadual do Norte Fluminense

Engenheira Agrônoma, Mestre e Doutora em Produção Vegetal.

Alisson Souza de Oliveira, Universidade Vale do Rio Verde

Engenheiro Agrônomo. Doutor em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas

Claudiomir da Silva dos Santos, Instituto Federal do Sul de Minas

Engenheiro Agrônomo. Doutor em Promoção da Saúde.

Referências

Amade, P. & Lima, H. M. (2009). de. Desenvolvimento sustentável e garimpo – O caso do Garimpo do Engenho Podre em Mariana, Minas Gerais. Ouro Preto: Revista Escola de Minas, 62(2), 237-242.

ANA – Agência Nacional das Águas. (2021). HidroWeb. Disponível em: . Acesso em: 20 mai. 2021.

Araújo, P. L.; Hamburger, D. S.; Jesus, T. A. de.; Benassi, R. F. & Cicco, V. de. (2018). Relação entre a qualidade da água e o uso do solo em microbacias do reservatório Billings, na Região Metropolitana de São Paulo – SP. Porto Alegre: Revista de Gestão de Água da América Latina, 15(2).

Basta, P. C. & Hacon, S. S. (2020). Impacto do mercúrio na saúde do povo indígena Munduruku, na Bacia do Tapajós. Nota Técnica, WWF / FIOCRUZ. 7p.

Blann, K., Anderson, J., Sands, G. & Vondracek, B. (2009). Potential implications of expanded agricultural sub-surface tile drainage for aquatic ecosystems in the Red River Basin. Cushing, USA.

Borba, R. P.; Figueiredi, B. R. & Cavalcanti, J. A. (2004). Arsênio na água subterrânea em Ouro Preto e Mariana, Quadrilátero Ferrífero (MG). Ouro Preto: Revista Escola de Minas, 57(1), 45-51.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento – 4. ed. – Brasília : Funasa, 2015. 642 p. il.

Câmara, V. M.; Freitas Filhote, M. A. de; Lima, M. I. M.; Alheira, F. V.; Martins, M. S.; Dantas, T. O. & Raggio Luiz, R. (1996). Metodologia para prevenir exposição ao mercúrio em adolescentes de garimpos de ouro em Mariana, Minas Gerais, Brasil. Rio de Janeiro: Caderno de Saúde Pública, 12(2), 149-158.

Castilhos, C. C.; Capitani, E. M.; Jesus, I. M.; Bidone, E. D.; Mello, W. Z.; Lima, M. O.; Faial, K. R. F.; Mataveli, L. R. V.; Arauz, L. J.; Silva, L. I. D.; Ferreira, A. P.; Távora, R. S. (2020). Avaliação da Contaminação Ambiental por Arsênio e Estudo Epidemiológico da Exposição Humana em Paracatu-MG – Brasil. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science. V.9, n.1, jan.-abr. 2020. P. 186-12.

Costa, A. T.; Nalini Jr, H. A.; Castro, P. T. A. & Tatumi, S. H. (2010). Análise estratigráfica e distribuição do arsênio em depósitos sedimentares quaternários da porção sudeste do Quadrilátero Ferrífero, bacia do Ribeirão do Carmo, MG. Ouro Preto: Revista Escola de Minas, 63(4), 703-714.

EPA - Environmental Protection Agency - United State. (2021). Disponível em: < https://www.epa.gov/>. Acessado em: 13 de junho de 2021.

FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2018). More people, more food, worse water? A global review of water pollution from agriculture. Rome, 2018.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). IBGE: Cidades. Censo Demográfico. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/mariana>. Acessado em: 11 de junho de 2021.

IARC - International Agency for Research on Cancer. (2021). Disponível em: < https://www.iarc.who.int/> Acessado em: 20 de junho de 2021.

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas. (2018a). Contaminação por Tóxicos – CT. Disponível em: < http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/sem-categoria/320-contaminacao-por-toxicos-ct> Acessado em: 15 de junho de 2021

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas. (2018b). Índice de Qualidade Das Águas – IQA. Disponível em: < http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/sem-categoria/319-indice-de-qualidade-das-aguas-iqa> Acessado em: 15 de junho de 2021

Johann, A. S. T. (2010). Desenvolvimento de tecnologia alternativa para tratamento de efluente da limpeza dos currais de gado leiteiro. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química): Unioeste, Toledo. 109 f.

Kemerich, P. D. C.; Martins, S. R.; Kobiyama, M.; Flores, C. E. B.; Borba, F.; Fernandes, G. D.; Santi, A. L.; Cherubin, M. R. (2014). Infiltração e Escoamento Superficial Sob Diferentes Usos e Ocupação em uma Bacia Hidrográfica. Anuário do Instituto de Geociências, Vol. 37 - 2, p. 75-88.

Mariana. (2014). Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB ) do Município de Mariana. Engecorps Engenharia S.A.. 358p. Disponível em: < https://www.mariana.mg.gov.br/uploads/prefeitura_mariana_2018/arquivos_veja_tambem/produto-8-relatorio-final-do-pmsb-de-mariana.pdf> Acessado em: 10 de junho de 2021.

Minas Gerais. (2008). Conselho Estadual de Política Ambiental / Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais - COPAM/CERH-MG. Deliberação Normativa Conjunta COPAM / CERH-MG nº 01, de 05 de maio de 2008. Disponível em: < http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8151> Acessado em: 10 de junho de 2021.

Minas Gerais. (2010). Plano de Ação de Recursos Hídricos da Unidade de Planejamento e Gestão DO1: PARH Piranga. Disponível em: < http://repositorioigam.meioambiente.mg.gov.br/handle/123456789/974 > Acessado em: 10 de junho de 2021.

Minas Gerais. (2021a). Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM. Séries Históricas de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais do Estado de Minas Gerais. Disponível em: < http://www.repositorioigam.meioambiente.mg.gov.br/handle/123456789/405> Acessado em: 10 de junho de 2021.

Minas Gerais. (2018). Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Zoneamento Ambiental Produtivo do Conjunto de Sub-Bacias Hidrográficas do Alto e Médio Baixo Rio do Carmo. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1Oo-3ZMwhZdJPxzEgElectNDaArFqVYW6/view> Acessado em: 10 de junho de 2021.

Minas Gerais. (2021b). Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública – SEJUSP/ Polícia Militar de Minas Gerais. Ofício n° 036/2021 – 3°GPMAMB PM MAmb, de 01 de junho de 2021.

Oliveira, H. S. P.; França, S. C. A. & Rocha, E. J. P. (2015). Atividades de mineração e avaliação de metais em água superficial, sedimento de fundo e peixes no Rio Tapajós. Amazônia em tempo, pp. 195-221. Em: VIEIRA, I. C. G.; JARDIM, M. A. G.; & ROCHA, E. J. P. Amazônia em tempo: estudos climáticos e socioambientais. Belém: UFPA, Embrapa Amazônia Oriental. 462 p.

Rhodes, V. P. (2010). Distribuição de mercúrio e arsênio nos sedimentos da área afetada por garimpo de ouro – Rio Gualaxo do Norte, Mariana, Minas Gerais, MG. Dissertação Mestrado, UFOP. 93p.

Roberto, M. C.; Guimarães, A. P. M.; Ribeiro, J. L.; Carvalho, A. V. de; Neres, J. C. I. & Cerqueira, F. B. (2017). Avaliação do ph, turbidez e análise microbiológica da água do Córrego Guará Velho em Guaraí, Estado do Tocantins. Revista Desafios, 4(4).

Rodrigues, R. S. S.; Bittencourt, G. M.; Fernandes, L. L. (2017). Escoamento Superficial em uma Pequena Bacia Hidrográfica Rural da Amazônia. Revista Brasileira de Cartografia, Vol. 79, n. 2, abril/junho, p. 605-628.

Rubel, F.; Kottek, M. (2010) Observed and projected climate shifts 1901–2100 depicted by world maps of the Köppen-Geiger climate classification. Meteorologische Zeitschrift, v.19, n.2, p.135-141.

Santolin, C. V. A. (2016). Quantificação e avaliação ambiental da contaminação por metais e arsênio em sedimentos da Bacia do Rio Doce – MG.Tese de Doutorado, UFMG. 157p.

Santos, M. C. B. (2015). Avaliação da contaminação por arsênio em solos, sedimentos e águas fluviais na região da mina de ouro “Morro do Ouro”, Paracatu-MG. Niterói: UFF, Dissertação de Mestrado. 160 p.

Silva, E. M. (2013). Sistemas naturais para tratamento de resíduos líquidos de bovinocultura de leite. Campinas: UNICAMP, Tese de doutorado. 168 p.

Siqueira, G. W.; Aprile, F. & Miguéis, A. M. (2012). Diagnóstico da qualidade da água do rio Parauapebas (Pará – Brasil). ACTA Amazônica, 42(3),413-422.

Sobreira, F. (2014). Mineração do ouro no período colonial: alterações paisagísticas antrópicas na serra de Ouro Preto, Minas Gerais. Quaternary and Environmental Geosciences, 05(1), 55-65.

Souza, L. A. (2004). Diagnóstico do meio físico como contribuição ao ordenamento territorial do município de Mariana (MG). Dissertação de Mestrado: UFOP. 182p.

Souza, Q. S.; Machado, C. M. S.; Moura, L. O. G. & Lima, F. S. (2017) Análise de coliformes totais e termotolerantes-fecais em diferentes pontos da Sub-Bacia do Rio Poxim-Sergipe, Brasil. Agroforestalis News, 2(2).

Souza, L. A. & Sobreira, F. G. (2018). Atlas Geoambiental: Bacia do Ribeirão do Carmo. Viçosa, MG: Asa Pequena. 84p.

WHO – World Health Organization. (2018). Arsenic. Disponível em: < https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/arsenic> Acessado em: 9 de junho de 2021.

Downloads

Publicado

06/08/2021

Como Citar

ROCHA, M. H. F. de F. .; MARQUES, R. F. de P. V. .; GONÇALVES JÚNIOR, D. E. .; SOARES, K. de J. .; OLIVEIRA, A. S. de .; SANTOS, C. da S. dos . Avaliação do Índice de Qualidade das águas e da contaminação por tóxicos do Ribeirão do Carmo em Monsenhor Horta, distrito de Mariana – MG. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e110101018680, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.18680. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18680. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Engenharias