Perfil epidemiológico de pacientes com Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico em um hospital de atenção terciária do Oeste do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18879Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico; Hemorragia Cerebral; Hemorragia Cerebral Parenquimatosa.Resumo
O Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (AVCh) consiste no extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos para o parênquima, espaço subaracnoide ou ventrículo cerebral. Apresenta uma grande relação com patologias pregressas como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e possui alta taxa de morbi-mortalidade. O objetivo deste estudo foi traçar o perfil epidemiológico de pacientes que se apresentam com AVCh, ratificar dados sobre a patologia, verificando tempo de internação, taxa de mortalidade, fatores de agravo e desfechos. Foi realizado um estudo retrospectivo através de coleta de dados obtidos de prontuários médicos de pacientes que sofreram AVCh entre os anos de 2018 e 2019 e que foram assistidos em um hospital terciário de referência em tratamento a pacientes neurológicos. Foram excluídos os pacientes pediátricos e os com história prévia da doença, as etiologias traumáticas e as hemorragias secundárias (transformação hemorrágica de isquemia cerebral, aneurisma intracraniano, neoplasias intracranianas, trombose venosa cerebral, malformação arteriovenosa, cavernoma, coagulopatia, vasculite ou outras), sendo elegíveis 26 pacientes. Verificou-se que a maioria dos pacientes eram do sexo masculino (57,69%), com idade média de 61 anos. A maioria apresentou Escore de AVCh (ICH) de 1 (26,92%), permaneceu até 10 dias hospitalizada (57,69%) e não necessitou de evacuação cirúrgica do hematoma (57,69%). Houve predominância na localização lobar (80,79%) e a mortalidade foi maior no sexo feminino (63,63%). O desvio de linha média foi significativamente correlacionado com a mortalidade (p=0,04). Pacientes com núcleos da base acometidos permaneceram mais de 20 dias hospitalizados (p=0,052). Apresentar ICH 4-5 representou 100% de mortalidade (p=0,039) e ICH 2-3 configurou permanência hospitalar maior que 10 dias (p=0,001). O estudo identificou o perfil geral dos pacientes de AVCh. Também avaliou e ratificou o ICH elevado como um fator associado a um pior desfecho em pacientes de AVCh.
Referências
Associação Brasileira de AVC (ABAVC). (2021). O que é AVC?
Brouwers, H. B., & Greenberg, S. M. (2013). Hematoma Expansion following Acute Intracerebral Hemorrhage. Cerebrovascular Diseases, 35(3), 195–201. https://doi.org/10.1159/000346599
Carlotti Jr., C. G., Colli, B. O., & Dias, L. A. A. (1998). HIPERTENSÃO INTRACRANIANA. Medicina (Ribeirao Preto. Online), 31(4), 552. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v31i4p552-562
Gagliardi, R. J. (2009). Hipertensão Arterial e AVC. ComCiência.
Gupta, R., Jamjoom, A., Nikkar-Esfahani, A., & Jamjoom, D. (2010). Spontaneous intracerebral haemorrhage: a clinical review. British Journal of Hospital Medicine, 71(9), 499–504. https://doi.org/10.12968/hmed.2010.71.9.78160
Hallevi, H., Albright, K. C., Aronowski, J., Barreto, A. D., Martin-Schild, S., Khaja, A. M., Gonzales, N. R., Illoh, K., Noser, E. A., & Grotta, J. C. (2008). Intraventricular hemorrhage: Anatomic relationships and clinical implications. Neurology, 70(11), 848–852. https://doi.org/10.1212/01.wnl.0000304930.47751.75
Hankey, G. J. (2017). Stroke. The Lancet, 389(10069), 641–654. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30962-X
Hartanto, A. S., Basuki, A., & Juli, C. (2019). Correlation of Glasgow Coma Scale Score at Hospital Admission with Stroke Hemorrhagic Patient Mortality at Hasan Sadikin Hospital. Journal of Medicine and Health, 2(4). https://doi.org/10.28932/jmh.v2i4.1139
Hemphill, J. C., Bonovich, D. C., Besmertis, L., Manley, G. T., & Johnston, S. C. (2001). The ICH Score. Stroke, 32(4), 891–897. https://doi.org/10.1161/01.STR.32.4.891
Hemphill, J. C., Greenberg, S. M., Anderson, C. S., Becker, K., Bendok, B. R., Cushman, M., Fung, G. L., Goldstein, J. N., Macdonald, R. L., Mitchell, P. H., Scott, P. A., Selim, M. H., & Woo, D. (2015). Guidelines for the Management of Spontaneous Intracerebral Hemorrhage. Stroke, 46(7), 2032–2060. https://doi.org/10.1161/STR.0000000000000069
Hilbig, A., Britto, A., & Coutinho, L. M. B. (1988). Acidente vascular cerebral: análise de 190 casos autopsiados. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 46(3), 272–277. https://doi.org/10.1590/S0004-282X1988000300007
Hospital Sírio-Libanês. (2021). Protocolo Gerenciado de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Knudsen, K. A., Rosand, J., Karluk, D., & Greenberg, S. M. (2001). Clinical diagnosis of cerebral amyloid angiopathy: Validation of the Boston Criteria. Neurology, 56(4), 537–539. https://doi.org/10.1212/WNL.56.4.537
Komotar, R. J., & Connolly, E. S. (2004). Surgical Trial in Intracerebral Hemorrhage (STICH). Neurosurgery, 54(5), N8–N8. https://doi.org/10.1227/01.NEU.0000309631.16101.2F
McGurgan, I. J., Ziai, W. C., Werring, D. J., Al-Shahi Salman, R., & Parry-Jones, A. R. (2021). Acute intracerebral haemorrhage: diagnosis and management. Practical Neurology, 21(2), 128–136. https://doi.org/10.1136/practneurol-2020-002763
Ministério da Saúde. (2013). Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral.
Pereira, W. C., Godoy, R., & Ferreira, C. (1977). Tratamento cirurgico da hemorragia cerebral. Arq Neuro-Psiquiat, 35(1).
Pontes-Neto, O. M., Oliveira-Filho, J., Valiente, R., Friedrich, M., Pedreira, B., Rodrigues, B. C. B., Liberato, B., & Freitas, G. R. de. (2009). Diretrizes para o manejo de pacientes com hemorragia intraparenquimatosa cerebral espontânea. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 67(3b), 940–950. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2009000500034
Rosa, T., Moraes, A., & Trevisan, M. E. (2015). Clinical and demographic characteristics of hospitalized stroke patients. Revista Neurociências, 23(03), 405–412. https://doi.org/10.4181/RNC.2015.23.03.1086.08p
Rowland, L. P., & Pedley, T. A. (2011). Merrit - Tratado de Neurologia. Guanabara Koogan.
Shoamanesh, A., Patrice Lindsay, M., Castellucci, L. A., Cayley, A., Crowther, M., de Wit, K., English, S. W., Hoosein, S., Huynh, T., Kelly, M., O’Kelly, C. J., Teitelbaum, J., Yip, S., Dowlatshahi, D., Smith, E. E., Foley, N., Pikula, A., Mountain, A., Gubitz, G., & Gioia, L. C. (2021). Canadian stroke best practice recommendations: Management of Spontaneous Intracerebral Hemorrhage , 7th Edition Update 2020. International Journal of Stroke, 16(3), 321–341. https://doi.org/10.1177/1747493020968424
Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. (2021). Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDC).
Wallis, C. J., Ravi, B., Coburn, N., Nam, R. K., Detsky, A. S., & Satkunasivam, R. (2017). Comparison of postoperative outcomes among patients treated by male and female surgeons: a population based matched cohort study. BMJ, j4366. https://doi.org/10.1136/bmj.j4366
Zullo, J. F. D. (2014). Hemorragia intracerebral supratentorial espontânea: aspectos determinantes para melhor prognóstico funcional.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Felipe Kochhann Ledur; Mirela Sehn; Luiza Molinari Bottega; Rafael Rauber; Leandro Pelegrini de Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
