As maloclusões concedem aos indivíduos um perfil de suspeito a um crime?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.18984Palavras-chave:
Percepção social; Odontologia legal; Comportamento criminoso; Maloclusão.Resumo
O objetivo desse estudo foi avaliar a influência das maloclusões classe I (diastema e apinhamento) em conceder aos indivíduos, um perfil de caráter suspeito a um crime, por agentes de segurança pública. Foi realizado um estudo transversal com agentes de segurança de ambos os sexos (n=100). Utilizou-se para o estudo imagens de retratos falados de um mesmo indivíduo com diferentes tipos de maloclusão: classe I com diastema e apinhamento e sorriso ideal. De posse dessas imagens criou-se um questionário dividido em duas partes. A primeira onde as imagens foram apresentadas todas juntas onde permitia a comparação entre elas; e a segunda onde cada imagem foi avaliada separadamente, seguida de perguntas e de uma escala visual analógica que apresentava uma barra com marcações que iam de 0 a 100, onde 0 representava o indivíduo não confiável, 50 confiável e 100 muito confiável. Através dos dados obtidos, seguiu-se a realização das análises estatísticas utilizando-se os testes qui-quadradro e de Friedman. O nível de significância adotado foi de 5% (α=0,05). O indivíduo com sorriso ideal foi associado pelos agentes de segurança como o mais propenso a cometer crimes, quando comparado aos indivíduos com diastema e apinhamento (p<0,001). O indivíduo com sorriso ideal foi associado pelos agentes de segurança como os mais propensos a cometer crimes, devido a exibir traços mais maduros, quando comparados a indivíduos com maloclusões classe I, que atribui-lhe característica morfológica infantil.
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