Tripla natureza das cooperativas do setor mineral: desvelando as características da gestão social, econômica e ambiental
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.19024Palavras-chave:
Cooperativismo; Mineração; Gestão social; Gestão econômica; Gestão ambiental.Resumo
Com a determinação do Estado, por meio da Constituição Federal e do Estatuto do Garimpeiro, de que a concessão de lavra garimpeira seria concedida prioritariamente para trabalhadores organizados em Cooperativas, o Brasil viu crescer em mais de 500% o número de requisições de lavras feitas por cooperativas. No entanto, o cooperativismo mineral ainda e pouco conhecido tanto pelos órgãos de controle e apoio ao cooperativismo como pelos órgãos de regulamentação do setor mineral. As pesquisas científicas sobre o tema também são escassas. Nesta direção é que este trabalho se propõe a investigar o funcionamento das cooperativas minerais do estado de Minerais, com especial atenção a tripla natureza destas organizações: social, econômica e ambiental. Foram analisadas 14 cooperativas. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com dirigentes e representantes do poder publico local. Foi possível evidenciar que as cooperativas minerais não possuem um modelo de funcionamento homogêneo, embora os estatutos e atas de constituição sigam um padrão específico, cumprindo a obrigação legal do processo de formalização. No âmbito social percebeu-se que as cooperativas possuem quadro social diverso e sistemas de hierarquia entre os cooperados. A maioria das cooperativas não atuam na comercialização dos produtos minerais extraídos, ficando a cargo do cooperado. E no âmbito ambiental a pesquisa mostrou que as cooperativas enfrentam grandes dificuldades para lidar com as questões burocráticas da legislação ambiental que é inerente a sua atividade econômica.
Referências
Amade, P. & Lima, H. M. (2009). Desenvolvimento sustentável e garimpo – O caso do Garimpo do Engenho Podre em Mariana. Minas Gerais.
Alves, W., Ferreira, P. & Araújo, M. (2017). Mining cooperatives in Brazil: an overview. Procedia Manufacturing, 13, 1026-1033.
ANM. (2020). Agência Nacional de Mineração. http://www.anm.gov.br
Bitencourt, M. A. (2009). Cooperativismo e atividade garimpeira: o caso da cooperativa garimpeira do vale do rio da bagagem ltda. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
BRASIL. (2019). Lei nº 5764 de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Brasília, 1967. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l5764.htm .
BRASIL. Lei nº 11.685, de 2 de junho de 2008. Institui o Estatuto do Garimpeiro e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano CXLV, n. 104, Seção 01, terça-feira, 3 jun. 2008. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11685.htm.
BRASIL. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado.
Byemba, G. K. (2020). Formalization of artisanal and small-scale mining in eastern Democratic Republic of the Congo: An opportunity for women in the new tin, tantalum, tungsten and gold (3TG) supply chain?. The Extractive Industries and Society, https://doi.org/10.1016/j.exis.2020.03.001. Elsevier.
Calvimontes et al., (2020). M. Small-scale gold mining and the COVID 19 pandemic: Conflict and cooperation in the Brazilian Amazon. The Extractive Industries and Society, 7: 1347-1350. Elsevier.
Cançado & Gontijo. (2004). Princípios Cooperativistas: origens, evolução e influência na legislação brasileira.
Coelho, M. C., Wanderley, I. J. & Costa, R. (2017). Garimpeiros de Ouro e Cooperativismo no século XXI. Exemplos nos rios Tapajós, Juma e Madeira no Sudoeste da Amazônia Brasileira. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 33.
Freitas, A. F; Freitas, A. F & Macedo, A. S. (2016). O Estado e o cooperativismo mineral: da indução de uma forma organizacional aos desafios de uma organização sustentável. Revista brasileira de gestão e desenvolvimento regional, v. 12, n. 1.
Geenen, S. A. & Claessens, K. (2016). Diferentes faces do controle de acesso em uma mina de ouro da RDC,. Third World Thematicsp. 01-16.
Gil, A. C. (2007). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Godoy, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr.
Macedo et al., (2019). De Usurpadores do Bem Público a ‘Mineradores’ Legalizados: uma Análise da Formalização de Cooperativas Minerais. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas, v. 6, n. 11, p. 239-256, 2019.
Marston, A. Vertical farming: tin mining and agro-mineros in Bolivia The Journal of Peasant Studies, doi:10.1080/03066150.2019.1604511. Routledge.
OCB. (2019). Relatório anual da ocb. https://www.ocb.org.br/publicacao/53/anuario-do-cooperativismo-brasileiro-2019.
Ribeiro, C. V., Freitas, A. F., Silva, S. S. (2021). Educação empreendedora no ensino de Administração: umasimulação realista como instrumento de ensino. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento. 10(3), e9610313066, 2021. DOI: 10.33448 / rsd-v10i3.13066. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13066
Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.
Valadares, J. H. (2020). Moderna administração de cooperativas. (Apostila FORMACOOP – Mód.I - SESCOOP/GO).
Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Samuel Soares da Silva; Alan Ferreira de Freitas; Alair Ferreira de Freitas; Almiro Alves Júnior
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.