Diabetes autoimune latente do adulto (LADA): fisiopatologia, critérios diagnósticos e associação com doenças autoimunes
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19532Palavras-chave:
diabetes autoimune latente do adulto; autoimunidade; células beta pancreáticas; diagnóstico; Fisiopatologia.Resumo
Introdução: trata-se de uma forma de diabetes em que a autoimunidade contra as células beta pancreáticas se desenvolve de maneira mais arrastada e a obrigatoriedade do uso da insulina pode se dar após vários de diagnóstico. No LADA, a disfunção da célula β tem sido reportada como intermediária entre os dois principais tipos de diabetes mellitus. Objetivo: evidenciar responder a fisiopatologia, critérios diagnósticos do LADA e sua associação com doenças autoimunes. Metodologia: trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa da literatura. A pesquisa foi realizada através do acesso online nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e EBSCO Information Services. Resultados e discussão: por ser latente e de lenta progressividade, os critérios de diagnóstico de LADA ainda são muito confusos, levando a uma alta taxa de diagnósticos incorretos. Há evidências em diabetes autoimune para um continuum de suscetibilidade genética, que se estende de um efeito marcante no diabetes tipo 1 de início na infância até o efeito relativamente limitado detectado em LADA. O diagnóstico de LADA é atualmente baseado em três critérios: idade adulta no início do diabetes, a presença de autoanticorpos de ilhotas circulantes; e falta de necessidade de insulina por pelo menos 6 meses após o diagnóstico. Conclusão: Diagnosticar o diabetes autoimune em indivíduos erroneamente classificados como tipo 2 é importante, pois alerta para provável deficiência de insulina, evitando o atraso na insulinoterapia.
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