Diminuição dos casos notificados de coqueluche em crianças brasileiras: reflexo do distanciamento social e suspensão das aulas devido pandemia de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19631Palavras-chave:
Coqueluche; Infecção; Crianças; Bordetella pertussis; Epidemiologia.Resumo
Introdução: a coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade e uma importante causa de morbimortalidade infantil. É causada pelas bactérias Bordetella pertussis e B. parapertussis, sendo o homem seu único reservatório natural, acometendo o aparelho respiratório, principalmente a traqueia e os brônquios. É transmitida, principalmente, pelo contato direto da pessoa doente com uma pessoa suscetível, não vacinada, através de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou saliva, bem como pelo contato com objetos contaminados com secreções do doente. Objetivo: atestar, por meio de dados públicos de notificações de casos de incidência desta doença, a queda desses números no Brasil. em 2020, em comparação ao ano anterior. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo. Foi realizada a busca por casos de coqueluche nos anos de 2019 e 2020, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) – DATASUS. Resultados e discussão: o fechamento de escolas e creches levou a uma redução imediata e dramática dos contatos entre as crianças e, consequentemente, das infecções transmissíveis, que são a causa de grande parte das consultas de saúde pediátrica Conclusão: a redução dramática das doenças infecciosas transmissíveis leva a uma oportunidade de estudar a incidência de diagnósticos que são presumidos, mas não provados definitivamente como sendo causados por infecções. Embora a base de evidências circunstanciais para esse efeito seja ampla, a análise atual adiciona ainda mais a isso, haja vista que redução relativa nos diagnósticos presumidos de infecção pode ser tão grande quanto a redução nas infecções transmissíveis.
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