Subjetividades do trabalho de enfermeiros no processo de doação de órgãos: sociopoética como método
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.19850Palavras-chave:
Enfermagem; Doação de Órgãos e Tecidos; TransplantesResumo
O objetivo deste artigo foi desvelar as subjetividades do trabalho de enfermeiros no processo de doação de órgãos com a utilização da sociopoética como método. Pesquisa qualitativa, desenvolvida com 8 enfermeiros, atuantes em município do extremo sul do estado da Bahia, Brasil. A produção de dados considerou o grupo-pesquisador como dispositivo e o estímulo dos sentidos, para expressão das subjetividades. As atividades desenvolvidas na dinâmica do grupo-pesquisador foram gravadas e os áudios transcritos, textualizados e categorizados, segundo análise de conteúdo de Bardin. O estudo cumpriu as exigências éticas da pesquisa com seres humanos. Os resultados estão apresentados em quadro, a partir dos seguintes temas transversais das subjetividades expressas pelo estímulo do sentido: imprevisibilidade do cotidiano, importância do trabalho em equipe, humanização e acolhimento e esperança como elemento motivador para o trabalho. A discussão expressou que o uso da sociopoética como método possibilitou desvelar a dimensão imaginativa dos profissionais de enfermagem sobre suas atividades, analisando diversos aspectos, como o desvelar das subjetividades do trabalho de enfermeiros no processo de doação de órgãos, nos depoimentos de enfermeiros e das dimensões presentes no processo de trabalho de doação de órgão e tecidos no âmbito hospitalar, dentre outros aspectos dos conteúdos emergentes do Grupo Pesquisador. Assim, percebeu-se a imprevisibilidade do cotidiano, a importância do trabalho em equipe, a humanização e acolhimento e a esperança, como elementos motivadores para o trabalho e fatores que influenciam na doação e no transplante de órgãos.
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