Plantas medicinais utilizadas na região Amazônica: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.19965

Palavras-chave:

Amazonia; Medicina tradicional; Conhecimento popular; Etnofarmacologia.

Resumo

A região amazônica possui uma grande biodiversidade, esta que é explorada pela população local, comumente, com a finalidade terapêutica. Diante dessas informações, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre as plantas medicinais utilizadas nessa região, listando os nomes das espécies, o local encontrado e a sua importância para a medicina tradicional e para a população local. Para isso, realizou-se uma busca nos bancos de dados PubMed/Medline e Lilacs, utilizando os descritores plantas medicinais, Amazônia ou região amazônica, nos idiomas português, inglês e espanhol. Os principais achados demonstram que diferentes espécies de variadas famílias botânicas são utilizadas pela população local. Os principais desfechos terapêuticos buscados se referem à busca do alívio ou tratamento de alterações gastrointestinais, hepáticas, febre, cálculos renais, dor, infecções e parasitoses. Diante disso, conclui-se que a prática da medicina tradicional é muito usual na região amazônica e transmitida de forma oral de geração para geração. Nessa prática, destaca-se o uso de plantas medicinais na forma de chá, estando as espécies na forma de pó, plantas secas ou naturais. Logo, recomenda-se o fortalecimento dos estudos farmacológicos envolvendo as plantas medicinais locais pode fornecer respaldo científico para o conhecimento popular.

Biografia do Autor

João Galdino de Pascoa Júnior, Universidade Estadual de Roraima

Universidade Estadual de Roraima, Curso de graduação em Medicina, Rua 7 de Setembro, 231, Canarinho, Boa Vista, RR, Brazil. 69306-530.

ConfiguraçõesIara Leão Luna de Souza, Universidade Estadual de Roraima

Universidade Estadual de Roraima, Departamento de Ciências Biológicas e Saúde, Curso de graduação em Medicina, Rua 7 de Setembro, 231, Canarinho, Boa Vista, RR, Brazil. 69306-530.

Centro Universitário Estácio da Amazônia. Boa Vista, RR, Brazil.

Referências

Alexiades, M. N. & Sheldon, J. W. (1996). Selected guidelines for ethnobotanical research: a field manual.

Badke, M. R., Budó, M. D., Silva, F. M. & Ressel, L. B. (2011). Plantas medicinais: o saber sustentado na prática do cotidiano popular. Escola Anna Nery. 15, 132-139.

Braga, P. I. (1979). Subdivisão fitogeográfica, tipos de vegetação, conservação e inventário florístico da floresta amazônica. Acta Amazonica. 9, 53-80.

Brasil (2020). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 17 de 24 de fevereiro de 2000. Aprova o Regulamento técnico visando normatizar o registro de medicamentos fitoterápicos junto ao sistema de vigilância sanitária. Diário Oficial da União 25 Fev 2000; Seção 1: 25.

Carniello, M. A., Silva, R. D., Cruz, M. A. & Guarim-Neto, G. (2010). Quintais urbanos de Mirassol D'Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazonica. 40, 451-70.

Castillo, C. (2015). Plantas Medicinales Utilizadas En El Tratamiento De Enfermedades Ginecológicas En Leticia Y Puerto Nariño (Amazonas, Colombia). Etnobiologia.

Fonseca-Kruel, V. S. D. & Peixoto, A. L. (2004). Etnobotânica na reserva extrativista marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica. 18, 177-190.

Frausin, G., Hidalgo, A. F., Lima, R. B. S., Kinupp, V. F., Ming, L. C., Pohlit, A. M. & Milliken, W. (2015). An ethnobotanical study of anti-malarial plants among indigenous people on the upper Negro River in the Brazilian Amazon. Journal of Ethnopharmacology. 174, 238-252.

Freitas, C. L. (2014). Uso terapêutico e religioso das ervas. Revista Caminhos-Revista de Ciências da Religião. 12, 79-92.

Giovannini, P. (2015). Medicinal plants of the Achuar (Jivaro) of Amazonian Ecuador: ethnobotanical survey and comparison with other Amazonian pharmacopoeias. Journal of Ethnopharmacology. 164, 78-88.

Gois, M. A. F., Lucas, F. C. A., Costa, J. C. M., Moura, P. H. B. & Lobato, G. J. M. (2016). Etnobotânica de espécies vegetais medicinais no tratamento de transtornos do sistema gastrointestinal. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 18, 547-557.

Hajdu, Z. & Hohmann, J. (2012). An ethnopharmacological survey of the traditional medicine utilized in the community of Porvenir, Bajo Paraguá Indian Reservation, Bolivia. Journal of Ethnopharmacology. 139, 838-57.

Júnior, H. R. & Neves, S. S. (2013). As práticas de benzimento em Parintins: uma abordagem folkcomunicacional. Revista Eletrônica Mutações. 4, 1-12.

Levin, J. S. & Jonas, W. B. (2001). Tratado de medicina complementar e alternativa. São Paulo: Manole, 1-120.

Martins, A. G., Rosário, D. L. D., Barros, M. N. D. & Jardim, M. A. G. (2005). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais, alimentares e tóxicas da Ilha do Combu, Município de Belém, Estado do Pará, Brasil. Revista Brasileira de Farmácia. 86, 21-30.

Mesquita, U. O. & Tavares-Martins, A. C. (2018). Etnobotánica de plantas medicinales en la comunidad de Caruarú, Isla del Mosqueiro, Belém-PA, Brasil. Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas. 17, 130-159.

Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J. & Altman, D. G. (2009). Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLOS Medicine. 6, e1000097.

Nogales-Gaete, J. (2004). Medicina alternativa y complementaria. Revista Chilena de Neuropsiquiatria. 42, 243-250.

Odonne, G., Valadeau, C., Alban-Castillo, J., Stien, D., Sauvain, M. & Bourdy, G. (2013). Medical ethnobotany of the Chayahuita of the Paranapura basin (Peruvian Amazon). Journal of Ethnopharmacology. 146, 127-153.

Oliveira, D. R., Krettli, A. U., Aguiar, A. C., Leitão, G. G., Vieira, M. N., Martins, K. S., Leitão, S. G. (2015). Ethnopharmacological evaluation of medicinal plants used against malaria by quilombola communities from Oriximiná, Brazil. Journal of Ethnopharmacology. 173, 424-434.

Penna Filho, P. (2013). Reflexões sobre o Brasil e os desafios Pan-Amazônicos. Revista Brasileira de Política Internacional. 56, 94-111.

Polesna, L., Polesny, Z., Clavo, M. Z., Hansson, A. & Kokoska, L. (2011). Ethnopharmacological inventory of plants used in Coronel Portillo Province of Ucayali Department, Peru. Pharmaceutical Biology. 49, 125-136.

Rengifo-Salgado, E., Rios-Torres, S., Fachín, M. L. & Vargas-Arana, G. (2017). Saberes ancestrales sobre el uso de flora y fauna en la comunidad indígena Tikuna de Cushillo Cocha, zona fronteriza Perú-Colombia-Brasil. Revista Peruana de Biologia. 24, 67-78.

Rocha, T. T. (2014). Levantamento etnobotânico de plantas utilizadas pelas comunidades da Reserva Extrativista Marinha de Soure, Pará, Brasil. Doctoral dissertation, Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais, UEPA, Belém.

Rodrigues, A. G., Santos, M. G. & Amaral, A. C. F. (2006). Políticas públicas em plantas medicinais e fitoterápicos. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o programa de pesquisas de plantas medicinais da central de medicamentos, 9-28.

Santos, J. F., Pagani, E., Ramos, J. & Rodrigues, E. (2012). Observations on the therapeutic practices of riverine communities of the Unini River, AM, Brazil. Journal of Ethnopharmacology. 142, 503-515.

Santos, M. C. & Tesser, C. D. (2012). Um método para a implantação e promoção de acesso às Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva. 17, 3011-3024.

Santos, M. R. A., Lima, M. R. & Oliveira, C. L. L. G. (2014). Medicinal plants used in Rondônia, Western Amazon, Brazil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 16, 707-720.

Telesi-Júnior, E. (2016). Práticas integrativas e complementares em saúde, uma nova eficácia para o SUS. Estudos Avançados. 30, 99-112.

Vale, N. B. (2002). A farmacobotânica, ainda tem lugar na moderna anestesiologia? Revista Brasileira de Anestesiologia. 52, 368-80.

Vásquez, S. P., Mendonça, M. S. & Noda, S. D. (2014). Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica. 44, 457-472.

Veiga, J. B. & Scudeller, V. V. (2015). Etnobotânica e medicina popular no tratamento de malária e males associados na comunidade ribeirinha Julião – baixo Rio Negro (Amazônia Central). Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 17, 737-747.

Who. (2018). Guidelines on Good Herbal Processing Practices for Herbal Medicines. WHO Technical Report Series, No. 1010, Annex 1.

Downloads

Publicado

29/10/2021

Como Citar

PASCOA JÚNIOR, J. G. de; SOUZA, C. L. L. de. Plantas medicinais utilizadas na região Amazônica: uma revisão sistemática. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 14, p. e163101419965, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i14.19965. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19965. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão