Sistema prático de manejo de colmeias com duas entradas para abelhas melíferas para polinização em casa de vegetação que incrementa produção de frutos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.20029Palavras-chave:
Abelhas melíferas; Cucurbitaceae; Custo de produção; Frutificação; Margens de lucro.Resumo
Um sistema alternativo de colmeia com duas entradas demonstrado aqui é menos estressante para as colônias de abelhas melíferas. As abelhas são direcionadas para forragear dentro da estufa agrícola quando a cultura está com as flores abertas e são direcionadas diariamente ao exterior após a antese. Consequentemente, não há abelhas na estufa no período da tarde, facilitando o manejo da cultura. Este sistema permite que o agricultor controle o acesso das abelhas à cultura sem a necessidade de um fumegador ou vestimenta apícola. Utilizando esse sistema, comparamos a polinização por abelhas melíferas (Apis mellifera) com a polinização manual da abobrinha (Cucurbita pepo) em estufas, durante duas safras. Nós verificamos o número de visitas das abelhas às flores, a produção de frutos e o tempo e os custos de mão-de-obra necessários para controlar a direção do voo das abelhas em comparação aos custos da polinização manual. Nas estufas com abelhas, cada flor feminina recebeu em média mais de 40 visitas de abelhas. Quando oito ou mais abelhas visitaram uma flor, os frutos foram significativamente mais pesados do que com a polinização manual (313 x 232 g, respectivamente). A produção total aumentou 41% com a polinização por abelhas. O uso da polinização por abelhas aumentou o lucro em mais de 12%, levando em consideração o aluguel da colmeia e os custos de mão-de-obra para a polinização manual em comparação com a manipulação das entradas da colmeia.
Referências
Adams C. R., Bamford, K. M. & Early M. P. (2008). Principles of Horticulture. Butterworth-Heinemann.
Alexander, M. P. (1969). Differential staining of aborted and non-aborted pollen. Stain Technology 44:117–122.
Allsopp, M. H., Lange, W.J., & Veldtman, R. (2008). Valuing insect pollination services with cost of replacement. PLoS One 3:e3128.
Bomfim, I. G. A., Cruz, D. O., Freitas, B. M., & Aragão, F. A. Z. (2013). Polinização em melancia com e sem semente. Embrapa.
Cardoso, A. I. I. (2005). Polinização manual em abobrinha: efeitos nas produções de frutos e de sementes. Horticultura Brasileira 23:731-734. https://doi.org/10.1590/S0102-05362005000300008
Couto, M. R. M., Lucio, A. D., Lopes, S. J., & Carpes, R. H. (2009). Transformações de dados em experimentos com abobrinha italiana em ambiente protegido. Ciência Rural 39:1701-1707. https://doi.org/10.1590/S0103-84782009005000110
Couto, R. H. N., Pereira, J. M. S., & Couto, L.A. (1990). Estudo da polinização entomófila em Cucurbita pepo (abóbora italiana). Científica 18:21-27.
Cruz, D. O., & Campos, L. A. O. (2009). Polinização por abelhas em cultivos protegidos. Revista Brasileira de Agrociência 15:5-10.
D’avila, M. D., & Marchini, L. C. (2005). Polinização realizada por abelhas em culturas de importância econômica no Brasil. Boletim de Indústria Animal 62:79-90.
Decker, D. S. (1988). Origin(s), evolution, and systematics of Cucurbita pepo (Cucurbitaceae). Economic Botany 42:4-15.
Delaplane, K. S., Dag, A., Danka, R. G., Freitas, B. M., Garibaldi, L. A., Goodwin, R. M., & Hormaza, J. I. (2013). Standard methods for pollination research with Apis mellifera. Journal of Apicultural Research 52:1-28. 10.3896/IBRA.1.52.4.12.
Emater (2019). Custo de produção da abóbora italiana. <http://www.emater.df.gov.br/wp-content/uploads/2019/07/Ab%C3%B3bora-it%C3%A1liana-1.pdf>
Fischer, S. Z., Barbieri, R. L., Stumpf, E. R. T., Peil, R. M. N., & Schwenger, J. E. (2012). Cultivo e uso de abóboras ornamentais. Embrapa, Pelotas.
Free, J. B. (1993). Insect pollination of crops. Academic Press, London.
Giannini, T. C., Cordeiro, G. D., Freitas, B. M., Saraiva, A. M., & Imperatriz-Fonseca, V. L. (2015). The dependence of crops for pollinators and the economic value of pollination in Brazil. Journal of Economic Entomology 108:849-857.
Hill, R., Nates-Parra, G., Quezada-Euán, J. J. G., Buchori, D., LeBuhn, G., Maués, M. M., Pert, P. L., Kwapong, P. K., Saeed, S., Breslow, S. J., Cunha, M. C., Dicks, L. V., Galetto, L., Gikungu, M., Howlett, B. G., Imperatriz-Fonseca, V. L., Lyver, P. B., Martín-López, B., Oteros-Rozas, E., Potts, S. G., & Roué, M. (2019). Biocultural approaches to pollinator conservation. Nature Sustainability 2: 214–222.
Jafry, T., & O'Neill, D. H. (2000). The application of ergonomics in rural development: a review. Applied ergonomics 31:263-268.
Kevan, P. G., Clark, E. A., & Thomas, V. G. (1990). Insect pollinators and sustainable agriculture. American Journal of Alternative Agriculture 5:13-22.
King, J. R. (1960). The peroxidase reaction as an indicator of pollen viability. Stain Technology 36:225-227.
Lattaro, L. H., & Malerbo-Souza, D. T. (2006). Polinização entomófila em abóbora caipira, Cucurbita mixta (Curcubitaceae). Acta Scientiarum Agronomy 28:563-568.
Lau, T. C., Lu, X., & Koide, R. T. (1995). Step effects of soil fertility and mycorrhizal infection on pollen production and pollen grain size of Cucurbita pepo (Cucurbitaceae). Plant Cell Environment 18:169-177.
Martin, N. B., Serra, R., Oliveira, M. D. M., Ângelo, J. A., & Okawa, H. L. (1997). Sistema “CUSTAGRI”: sistema integrado de custos agropecuários. Instituto de Economia Agrícola, São Paulo.
Matsunaga, M., Bemelmans, P. F., Toledo, P. E. N., Dulley, R. D., Okawa, H., & Pedroso, I. A. (1976). Metodologia de custo utilizada pelo IEA. Agric São Paulo 23:23-39.
McGregor, S. E. (1976). Insect Pollination of Cultivated Crop Plants. US Department of Agriculture, Washington.
Mélo, D. B. M., Mendonça, A. B. M., Paulino, A. S., Santos, M. H., Souza, N. C. M., & Freitas, B. M. (2010). Polinização da abóbora (Curcubita moschata D.): um estudo sobre a biologia floral e visitantes florais no município de Satuba-AL. Revista Científica do Ifal 1:47-57.
Nepi, M., & Pacini, E. (1993). Pollination, pollen viability and pistil receptivity in Cucurbita pepo. Annals of Botany 72:527-536.
Nerson, H. (2015) Effects of pollen-load on fruit yield, seed production and germination in melons, cucumbers and squash. Journal of Horticultural Science and Biotechnology 84:560-566.
Nicodemo. D., Couto, R. H. N., Malheiros, E. B., & De Jong, D. (2007). Biologia floral em moranga (Cucurbita maxima Duch. var. “Exposição”). Acta Scientiarum Agronomy 29: 611-616.
Nicodemo, D., Couto, R. H. N., Malheiros, E. B., & De Jong, D. (2009). Honey bee as an effective pollinating agent of pumpkin. Scientia Agricola 66:476-480.
Nicodemo, D., Malheiros, E. B., De Jong D, & Couto, R. H. N. (2018). Improved pollination efficiency and reduced honey bee colony decline in greenhouses by allowing access to the outside during part of the day. Sociobiology 65:714-721. https://doi.org/10.13102/sociobiology.v65i4.3455.
Oliveira, N. L. C., Puiatti, M., Cecon, P. R., & Bhering, A. S. (2010). Comportamento floral da abobrinha italiana em função da temperatura do ar. Horticultura Brasileira 28:827-834.
Öpik, H., & Rolfe, S. (2005). The physiology of flowering plants. Cambridge University Press Cambridge.
Pacini, E., Franchi, G. G., Lisci, M., & Nepi. M. (1997). Pollen viability related to type of pollination in six angiosperm species. Annals of Botany 80:83–87.
https://doi.org/10.1006/anbo.1997.0421
Pfister, S. C., Eckerter, P.W., Schirmel, J., Cresswell, J. E., & Entling, M. H. (2017). Sensitivity of commercial pumpkin yield to potential decline among different groups of pollinating bees. Royal Society Open Science 4:170102.
Raij, B. V., Canterella, H., Quaggio, J. A., & Furlani, A. M. C. (1996). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Instituto Agronômico, Campinas.
Romano, C. M., Stumpf, E. R. T., Barbieri, R.L., Bevilaqua, G. A. P., & Rodrigues, W. F. (2008). Polinização manual em abóboras. Embrapa, Pelotas.
Rosmiati, M., Putra, R. E., & Ruswandi, A. (2015). Insects pollination of zucchini farming in Indonesia and their economic importance. Asian Journal of Plant Science 14:84-88.
Rouphael, Y., Colla, G., Battistelli, A., Moscatello, S., Proietti, S., & Rea, E. (2004). Yield, water requirement, nutrient uptake and fruit quality of zucchini squash grown in soil and closed soilless culture. Journal of Horticultural Science and Biotechnology 79:423-430.
SAS Institute (2020) SAS® OnDemand. Version 9.4. SAS Inst Inc, Cary.
Serra, B. D. V., & Campos, L. A. O. (2010). Polinização entomófila de abobrinha, Cucurbita moschata (Cucurbitaceae). Neotropical Entomology 39:153-159.
Stone, J. L., Thomson, J. D., & Dent‐Acosta, S. J. (1995). Assessment of pollen viability in hand‐pollination experiments: a review. American Journal of Botany 82:1186-1197.
van Straten, G., van Henten, E. J., van Willigenburg, L. G., & van Ooteghem, R. J. C. (2010). Optimal control of greenhouse cultivation. CRC Press, Boca Raton.
Vidal, M. G., De Jong, D., Wien, H. C., & Morse, R. A. (2006). Produção de néctar e pólen em abóbora (Cucurbita pepo L.). Revista Brasileira de Botânica 29:267-273.
Vidal, M. G., De Jong, D., Wien, H. C., & Morse, R. A. (2010). Pollination and fruit set in pumpkin (Cucurbita pepo) by honey bees. Revista Brasileira de Botânica 33:106-113.
Vieira, P. F. S. P., Cruz, D. O., Gomes, M. F.M., Campos, L. A. O., & Lima, J. E. (2010). Valor econômico da polinização por abelhas mamangavas no cultivo do maracujá-amarelo. Revista Iberoamericana de Economia Ecológica 15:43-53.
Vyas, N. B., & Plunkett, A. D. (2019). Description of disparate responses of two indoor feral bee colonies. Bee World 96:12-15.
Whitaker, T. W., & Bemis, W. P. (1975). Origin and evolution of the cultivated Cucurbita. Bulletin of the Torrey Botanical Club 102:362-368.
Yamamoto, M., Silva, C. I., Augusto, S. C., Barbosa, A. A. A., & Oliveira, P. E. (2012). The role of bee diversity in pollination and fruit set of yellow passion fruit (Passiflora edulis forma flavicarpa, Passifloraceae) crop in Central Brazil. Apidologie 43:515-526.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Beatriz de Jesus Rodrigues; Omar Jorge Sabbag; Gustavo do Valle Polycarpo; David De Jong; Daniel Nicodemo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
