Aplicabilidade do látex de Euphorbia milii var splendens no controle de Biomphalaria tenagophila
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20189Palavras-chave:
Biomphalaria; Toxicidade; Euphorbia milii; Euphorbiaceae.Resumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar in vitro a atividade moluscicida e a toxicidade do látex de Euphorbia milii var. splendens (Bojer ex Hook) Ursch & Leandri para o controle de moluscos da espécie Biomphalaria tenagophila. Foram selecionados espécimes de E. milii cultivados na região rural de Pindamonhangaba, dos quais o látex foi obtido por incisão transversal da parte aérea. Para o teste do moluscicida, moluscos adultos da espécie B. tenagophila foram separados em grupos de 10 e submetidos à imersão em látex nas concentrações de 2,5 ppm, 1,25 ppm, 0,625 ppm e 0,3125 ppm por 24 horas. Paralelamente, a toxicidade do látex na concentração de 0,3125 ppm foi determinada com Artemia salina (avaliação da mortalidade) e usando o teste Allium cepa (determinação da inibição do crescimento, quantidade e peso das raízes). Foi observada importante atividade moluscicida de látex de E. milii nas várias concentrações avaliadas. Além disso, também foi possível observar toxicidade moderada contra náuplios de A. salina e no teste de toxicidade com A. cepa. Isso demonstra o potencial do uso de látex de E. milii var. splendens para controle de populações de espécies de B. tenagophila, não só pela atividade moluscicida observada, mas também pela mortalidade moderada de náuplios de A. salina, enquanto no teste de A. cepa nenhuma alteração foi observada nos parâmetros avaliados em relação ao grupo controle, demonstrando segurança para uso no meio ambiente.
Referências
Affeldt, P. E. S. et al. (2016). Avaliação da atividade inseticida de látex e extratos vegetais frente a culicídeos. Rev Biociências UNITAU, 22(1): 61-67.
Afonso-Neto, I. S., Bessa, E. A & Soares, G. L. G. (2010). Avaliação da atividade moluscicida do látex de três espécies de Euphorbia (Euphorbiaceae) sobre Leptinaria unilamellata D’Orbigny, 1835 (Gastropoda: Subulinidae). Rev Bras Plantas Med, 12: 90-95.
BRASIL. (2014). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Vigilância da Esquistossomose Mansoni. Diretrizes técnicas 4ed. Brasília –DF.
BRASIL. (2018). Secretaria de vigilância em saúde. Ministério da saúde. Situação epidemiológica e estratégias de prevenção, controle e eliminação das doenças tropicais negligenciadas no Brasil, 1995 a 2016. Boletim Epidemiológico, 49(49).
Coêlho, M. D. G. et al. (2018). Evaluation of toxicological and molluscicidal activities of lactiferous plants against Biomphalaria glabrata (Say, 1818). Sci Parasitol, 19(1-2): 1-6.
Everton, G. O. et al. (2020). Essential oils of the leaves of Syzygium cumini (L.) Skeels and fruit peels of Hymenaea courbaril (L.) var. courbaril as molluscides against Biomphalaria glabrata. Research, Society and Development, 9(10): e1239108215.
Fenwick, A. & Jourdan, P. (2016). Schistosomiasis elimination by 2020 or 2030? International Journal for Parasitology, 46(7): 385-388.
Gomes, P. R. B., Reis, J. B., da Silva, J. C., de Oliveira, R. W. S., de Paula, M. D. L., Louzeiro, H. C., & Fontenele, M. A. (2019). Avaliação da toxicidade e atividade moluscicida do óleo essencial Cinnamomum zeylanicum Blume contra o caramujo Biomphalaria glabrata (Say, 1818). Revista Colombiana de Ciencias Químico-Farmacéuticas, 48(1), 122-127.
Holanda, E. C. et al. (2020). Epidemiological characterization and prevalence of schistosomiasis in State of Maranhão, Brazil. Research, Society and Development, 9(8): e735986622.
Lopes, T. A. et al. (2017). Distribution and identification of the genus Biomphalaria Preston (1910): Important insights into the epidemiology of Schistosomiasis in the Amazon region. Revista da Biologia, 17: 31-37.
Martins, T. G. T. et al. (2021). Molluscicidal activity in front of the Biomphalaria glabrata snail of the essential oil of Origanum vulgare L. Research, Society and Development, 10(10): e480101018964
Michelson, E. H. (1988). Application of biotechnology to the study of molluscan hosts of animal parasites. Southeast Asian J Trop Med Public Health, 19(1): 47-53.
Oliveira-Filho, E. C. & Paumgartten, F. J. R. (2000). Toxicity of Euphorbia milii latex and niclosamide to snails and nontarget aquatic species. Ecotox Environ Safe, 46: 342-350.
Pinto, T. S. Coêlho, M. D. G. Maciel, L. T. R & Akisue, G. (2017). Avaliação da toxicidade de Euphorbia heterophylla L. Rev Ciên Saúde, 2(2): 25-29.
Rocha, T. J. M. et al. (2016). Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, 7(2): 27-32.
Santos, I. G. A. et al. (2020). New epidemiological profile of schistosomiasis from an area of low prevalence in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop, 53: e20200335.
Silveira, E. P. Marçal, O. J. & Machado, M. I. (1997). Ocorrência de Biomphalaria straminea (Pulmonata: Planorbidae) na Estação de aqüicultura do IBAMA em Uberlândia, MG. Rev Soc Bras Med Trop, 30(5): 401-403.
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Esquistossomose ainda é problema de saúde pública nas cidades. Publicação: 13 de fevereiro de 2013. Diponível em: https://www.sbmt.org.br/portal/noticias-774/. Acesso em 18 de Nov. de 2020.
Toor, J. et al. (2018). Are we on our way to achieving the 2020 goals for schistosomiasis morbidity control using current Health World Organization Guidelines. Clin Infect Dis, 66(4): S245-S252.
Vasconcellos, M. C. & Amorim, A. (2003). Activity of Euphorbia splendens var. hislopii N.E.B. (Euphorbiaceae) latex against Lymnaea columella (Say, 1817) (Pulmonata: Lymnaeidae). intermediate host of Fasciola hepatica, Linnaeus, 1758 (Trematoda: Fasciolidae). 2: Limited Field-testing. Mem Inst Oswaldo Cruz, 98(7): 981-985.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Matheus Diniz Gonçalves Coêlho; Cristiane de Carvalho Esteves; Carolina Aparecida Bastos; Aline Fátima de Melo; Lucas Tobias Rodrigues Maciel
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
