Análise da realização dos exames laboratoriais no diagnóstico da Dengue no Piauí
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20776Palavras-chave:
Arbovirose; Dengue; Diagnóstico laboratorial; Levantamento epidemiológico.Resumo
O agente etiológico da dengue é um arbovírus, com quatro diferentes sorotipos (DENV 1, 2, 3 e 4), transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Todos os sorotipos podem ocasionar diversas manifestações clínicas, que variam de sintomas leves até sintomas mais graves, conduzindo até mesmo ao óbito. O presente estudo teve como objetivo analisar os casos de dengue no Piauí, notificados entre os anos de 2014 e 2020, e avaliar a frequência de realização de exames laboratoriais essenciais ao diagnóstico desta arbovirose no estado. Nesse contexto, o estudo trata-se de uma pesquisa epidemiológica descritiva, de caráter retrospectivo e transversal, com abordagem quantitativa, com coleta de dados na plataforma digital de Doenças e Agravos de Notificação do Sistema Nacional de Informação de Agravos e Notificação (SINAN/DATASUS). Verificou-se que 38.093 casos de dengue foram registrados no estado. Foi observado que do total de casos, a maior parte (57,49%) aconteceu em mulheres, e que a população mais acometida foi a de adultos jovens (20-39 anos). Ao se analisar parâmetros relacionados ao diagnóstico da dengue, verificou-se o registro de dados como “não realizados” ou “ignorados/em branco” sobrepondo-se aos exames realizados (positivo/negativo/inconclusivo), como na detecção de anticorpos IgM, exames sorológicos de ELISA e isolamento viral. Os sorotipos DENV-1 e DENV-2 foram os mais detectados no Piauí. Portanto, observa-se que o diagnóstico clínico-epidemiológico tem se sobreposto frente à realização de exames diagnósticos. Contudo, vale salientar que a realização de testes laboratoriais permite um acompanhamento preciso e específico da evolução e disseminação da infecção no estado.
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