Estigma associado a gestante/puérpera usuária de crack: ameaça que representa a instituição
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2083Palavras-chave:
Preconceito; Gravidez. Usuários de Drogas; Serviços de Saúde; Enfermagem.Resumo
Refletir acerca da relação entre as gestantes/puérperas usuárias de crack e os profissionais que trabalham em instituições de saúde, a partir do qual se procura compreender por que essas instituições representam uma ameaça para estas mulheres. Trata-se de um ensaio teórico originário das reflexões e questionamentos em torno da maneira como são tratadas algumas gestantes/puérperas usuárias de crack que participaram de um estudo desenvolvido em 2015, sobre a relação destas com os profissionais que trabalham em instituições de saúde. Essas gestantes/puérperas estavam internadas em duas maternidades de dois municípios, um no extremo Sul e outro na região nordeste do Brasil, os aspectos éticos foram observados e respeitas as autorias de todos os autores dos artigos selecionados na BVS. Foi respeitada a Lei do Direito Autoral realizando-se as devidas referências. Obteve-se como resultado três seções, primeira seção descreve as razões que levam os profissionais a se relacionar com as gestantes/ puérperas de maneira. Em seguida é apresentada a fundamentação teórica do estudo. Por fim, as reflexões a respeito das amaças que representam as instituições para estas mulheres. As gestantes usuárias de crack ao serem atendidas nos serviços de saúde, sofrem estigmatizações/rotulações, que se refletem diretamente em sua autoimagem, podendo acarretar graves consequências, inclusive afastando-as dos serviços de saúde, em decorrência das atitudes discriminatórias. Além disso, gera baixa autoestima sentimento de incapacidade e descrença nos objetivos de vida e de recuperação.
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