Manejo cirúrgico de fratura mandibular decorrente de exodontia de primeiro molar: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.20915Palavras-chave:
Cirurgia Bucal; Complicações intraoperatórias; Fixação de Fratura; Mandible.Resumo
A exodontia é um dos procedimentos mais realizados por cirurgiões dentistas em sua prática clínica cotidiana. Dentre as complicações trans e pós-operatórias associadas a esse procedimento pode-se mencionar a ocorrência de trismo, infecções, edema, alveolites, paretesia ou fraturas. Objetivou-se com o presente trabalho relatar um caso clínico de uma fratura mandibular associada à exodontia de primeiro molar, abordando seus principais fatores de risco e tratamento. Paciente J.S.S, 24 anos, sexo feminino, foi encaminhada ao serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial devido a complicações decorrentes da exodontia do elemento 36. Ao exame físico, observou-se a presença de mobilidade de fragmento, comunicação de tecido ósseo com o meio bucal e queixa álgica relatada pela paciente. A tomografia computadorizada evidenciou a presença de fratura na região de corpo mandibular do lado esquerdo. A proposta cirúrgica planejada foi a debridamento intrabucal de fragmentos ósseos, acesso extrabucal na região de base da mandíbula, fixação da fratura com placa 2.4 e sutura intrabucal e extrabucal do acesso. Durante o procedimento cirúrgico, é de grande importância que o cirurgião dentista esteja atento aos sinais emitidos pelo paciente, como estalidos associados à dor intensa, sangramento abundante ou crepitação pois esses sintomas podem ser resultado de fratura mandibular. Quando algum desses sinais é encontrado durante o ato operatório, o profissional deve investigar a ocorrência de uma possível fratura. Conclui-se que além da realização de uma boa avaliação pré-operatória, o cirurgião dentista deve realizar um correto planejamento do ato cirúrgico fundamentando-se nos princípios básicos da técnica cirúrgica.
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