Uso de agrotóxicos e os riscos à saúde humana: panorama da área rural do município de Independência - RS
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21161Palavras-chave:
Agrotóxicos ; Trabalhadores rurais; Risco á saúde.Resumo
O Objetivo geral estudo foi descrever os distúrbios de saúde e os aspectos relativos ao uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais do município de Independência-RS. Para tal, desenvolveu-se uma pesquisa de caráter quantitativo do tipo descritivo exploratória, que foi realizada no município de Independência - Rio Grande do Sul, em uma amostra de 63 agricultores. Os dados foram coletados por meio de um formulário com questões objetivas, no período de novembro de 2019 a fevereiro de 2020. As análises dos resultados basearam-se na análise estatística descritiva. Os agricultores possuem conhecimento dos riscos associados ao uso de agrotóxicos, e já apresentaram distúrbios na saúde associados à exposição a tais produtos como, náusea, diarreia, irritação na pele, ardência nos olhos, porém não tiveram diagnóstico de intoxicação. Os fatores de risco associados a ocorrência de distúrbios na saúde por exposição aos agrotóxicos no município de Independência-RS são a baixa escolaridade, o não uso adequado dos equipamentos de proteção individual, uso de princípios ativos com grau variado de toxicidade, incluindo alguns classificados como cancerígenos, e a inexistência de depósito adequado para armazenamento dos agrotóxicos. Pesquisas como essas podem auxiliar na promoção de saúde dos trabalhadores rurais, prevenindo assim o número de intoxicações e agravos a saúde humana.
Referências
Alves, D. Ações de saúde a produtores de tabaco expostos a agrotóxicos: estudo em um município de atividade econômica predominantemente agrícola. (2017). [Trabalho de conclusão de curso]. Santa Cruz do Sul (RS). Curso Bacharelado em Enfermagem. Universidade de Santa Cruz do Sul – USCS.
Araújo, I. M. M., & Oliveira, A. G. R. C. (2017). Agronegócio e agrotóxicos: impactos à saúde dos trabalhadores agrícolas no nordeste brasileiro. Trabalho, Educação e Saúde, 15(1):117-129. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00043.
Barbosa, R. S., Silveira, H. F., Cerqueira, G. S., Júnior, H. L. R., Carvalho, S. S., & Alves, G. C. S. (2014). Exposição Ocupacional aos Agrotóxicos: Um Estudo Bibliográfico. Revi Inter. Toxic. Risco Ambiental. Soc., 7(1): 50-61. https://doi.org/10.22280/revintervol7ed1.166
Brasil. Lei nº. 9.974, de 6 de junho de 2000. (2000). Dispõe sobre a produção, destino, embalagens, transporte e armazenamento de agrotóxicos. Brasil. Diário Oficial da União, República Federativa do Brasil. Seção 1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9974.htm
Cabral, E. R. M., & Alonzo, H. G. A. (2019). Aumento das exposições aos agrotóxicos: contribuição da enfermagem. Rev. Enfer. Atual. Inder, 87(2):87-8. https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87-n.25-art.207
Cargnin, M. C. S., Echer, I. C & Silva, D. R. (2017). Fumicultura: uso de equipamento de proteção individual e intoxicação por agrotóxico. Rev. cuidado é fundamental, 9(2): 466-472. http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.466-472
Carneiro, F. F., Augusto, L. G. S., Rigotto, R. M., Friedrich K., & Campos A. (0215). Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Fiocruz, 1(1): 1-616. https://www.abrasco.org.br/site/outras-noticias/institucional/dossie-abrasco-um-alerta-sobre-os-impactos-dos-agrotoxicos-na-saude/9898/.
Cezar-Vaz, M. R., Bonow, C. A., Mello, M. C. V. A., & Silva, M. R. S. (2016). Abordagem socioambiental na enfermagem: focalizando o trabalho rural e uso de agrotóxicos. Rev. Bras. Enferm, 69(6): 1114-21. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0364
Costa E. T., Soares I. C., Michel R. S & Garibotti V. (2016). Cenário da Intoxicação por Agrotóxicos no Rio Grande do Sul. Bol. Epidemiológico, 18(2):1-16. https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201706/12111248-be-v18-n12-2016-internet.pdf
Costa L. F & Pires G. L. P. (2016). Análise histórica sobre a agricultura e o advento do uso de agrotóxicos no brasil. Rev. Ciênc, 12(12):1-17. http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/view/5433
Cunha, N. A. (2017). Acidentes de trabalho com exposição a material biológico: análise epidemiológica e percepção das vítimas, em Uberlândia - MG. [Dissertação]. Ubelândia (SP). Curso de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Instituto de Geografia.
Dutra R. M.S & Suza M. M. O. (2017). Impactos negativos do uso de agrotóxicos à saúde humana. Rev. Bras. de Geografia Médica e da Saúde, 13(24): 127-140. http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/34540
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2018). Soja em números. https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos .
Guyton K., Loomis D., Grosse Y., Ghissassi F., Tallaa L. B & Guha N. (2015). Carcinogenicity of tetrachlorvinphos, parathion, malathion, diazinon, and glyphosate. Rev. The Lancet Oncology, 16(5): 490-491. https://doi.org/10.1016/S1470-2045(15)70134-8
Hass P., Hoehne L & Kuhn D. (2018). Revisão: avaliação dos efeitos do glifosato no ecossistema agrícola e sua toxicidade para a saúde humana. Rev. Destaques Acadêmicos, 10(4): 82-90. http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/2014/1447
Inouyea L. A., Fernandez L. M., Carneiro L. F. S., Germano J. J & Criscib A. R. (2014). Avaliação Morfologica do Fígado e do Pulmão Pós Intoxicação por Organofosforado, em Ratos Wistar. Rev. Uniciências, 18(2): 103-109. https://doi.org/10.17921/1415-5141.2014v18n2p%25p
Leão R. S., Marques R. C., Buralli R. J., Silva, D. S & Guimarães, G. R. D. Avaliação da saúde pública exposição a agroquímicos: uma experiência com a agricultura familiar o noroeste do Rio de Janeiro. Rev. Susten. em debate, 9(1):81-94. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v9n1.2018.26956
Loomis D., Guyton K., Grosse Y., Ghissasi F., Bouvard, V., & Tallaa L. B. (2015). Carcinogenicity of lindane, DDT, and 2,4-dichlorophenoxyacetic acid. Rev. The Lancet Oncology, 16(8): 891-892. //doi.org/10.1016/S1470-2045(15)00081-9
Lopes C. V. A & Albuquerque G. S. C. (2018). Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde em debate, 42(117): 518-534. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811714.
Lopes F. G. (2016). Avaliação do conhecimento dos agricultores (as) quanto aos riscos dos agrotóxicos e os cuidados com o seu uso. Cadernos de Agroecologia, 10(3):1-5. http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/17757
Menegat B., Reolon-Costa A & Caramão G. S. Conhecimento dos agricultores sobre riscos de intoxicação pelo uso de agrotóxicos. Ciência, Cuidado e Saúde, 18(2): 2-7]. https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v18i2.39659
Ministério da Saúde. Intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho no Brasil, 2007-2016. (2020). Bol. Epidemiológico, 49(58): 1-45. http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/dezembro/26/2018-027.pdf
Oliveira F. M., Silva G. M. N., Lima A. S., Santos K. P. P., Batista W. F. M., & Barros R. F. M. (2018). Agrotóxicos: impactos sobre o meio ambiente e saúde dos agricultores na comunidade Graciosa / José de Freitas / PI / Brasil. Anais do VI Congresso Latino-americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia, V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno. Brasília/DF. 2018 18(1).
Pereira R. A., Costa R. A & Lima E. M. (2019). O impacto dos agrotóxicos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Extensão, 3(1):29-37. https://revista.unitins.br/index.php/extensao/article/view/1684/1122.
Petarli G. B., Cattafesta M., Luz T. C., Zandonade E, Bezerra O. M. P. A., & Salaroli L. B. (2019). Exposição ocupacional a agrotóxicos, riscos e práticas de segurança na agricultura familiar no município do Espírito Santo. Brasil. Rev. Bras. Saúde Ocupacional, 44(15): 1-13. https://doi.org/10.1590/2317-6369000030418
Pignati W. A., Lima F. A. N. S., Lara S. S., Correa M. L. M., Barbosa J. R., Leão L. H. C., & Pignatti, M. G. (2017). Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Rev. Ciênc. Saúde Coletiva, 22(10): 3281-3293. https://doi.org/10.1590/1413-812320172210.17742017.
Rocha T. A. L. C. G., & Oliveira F. N (2016). Occupational Safety and Health: Vulnerability and perception of risks related to the use of agrochemicals in an irrigated horticulture center of Rio Grande do Norte. Rev. Gestão, Produção e Transformação, 23(3): 600-611. http://dx.doi.org/10.1590/0104-530x1219-14
Santana C. M., Costa A. R., Nunes R. M. P., Peron A. P., Cavalcante A. A.C. M & Ferreira P. M. P. (2016). Exposição ocupacional de trabalhadores rurais a agrotóxicos. Cad. Saúde colet, 24(3): 301-307. https://doi.org/10.1590/1414-462x201600030199.
Santana V. T. P., Duarte P. M., & Dalmas A. D. (2019). Perfil das vítimas intoxicadas por agrotóxicos no estado do Rio Grande do Sul entre o período de 2007 a 2017. Rev. Ciênc. Biol. e da saúde, 25(1): 147-163. https://www.researchgate.net/deref/http%3A%2F%2Fdx.doi.org%2F10.18312%2F1980-7341.n21.2019.1404
Santos, V. C. F., Trevilato, G. C., Mesquita, M. O., Ruiz, E. M. F., Riquinho, D. L & Meneget, R. P. (2018). O uso de agrotóxicos e suas implicações para a saúde humana e ambiental: enfrentamento local. Rev. Lume, 1(1):181-195. https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1 84491/001079419.pdf?sequence=
Silva J. V., Vilela L. P., Moraes, M. S., & Silveira, C. A. (2017). A percepção dos trabalhadores rurais sobre a autoexposição aos agrotóxicos. Rev. Saúde, 43(1): 199-205. https://doi.org/10.5902/2236583422163
Souza M. M. T., Vargas F. R., Costa P. S., Tosoli A. M. G., Balbino C. M., &Passos, J. P. (2017). A trabalhadora rural e a exposição ocupacional no cultivo do tomate. Rev. Enfer. Atual, 88(26): 1-10. https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.88-n.26-art.2
Taveira, B. L. S & Albuquerque, G. S. C. (2018). Análise das notificações de intoxicações agudas, por agrotóxicos, em 38 municípios do estado do Paraná. Rev. Saúde em Debate, 42(4): 211-222. https://doi.org/10.1590/0103-11042018s417
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Fernanda Meller; Angélica Reolon-Costa; Silvana Ceolin
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.