Composição florística de duas áreas de Caatinga da Chapada do Araripe
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21398Palavras-chave:
Diversidade; Endemismo; Fabaceae; Fabaceae.Resumo
A Caatinga é a principal formação vegetal do nordeste brasileiro ocupando maior parte da sua área sendo de total importância para a região, possui muitas espécies endêmicas, porém uma pequena porcentagem da sua extensão é protegida por leis ambientais. É nela que se insere a Chapada do Araripe, presente nos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará, sendo essa de uma enorme diversidade vegetal, possui diversas fitofisionomias como: Cerrado, Cerradão, Carrasco, Mata Úmida e Caatinga. Objetivou-se com este trabalho, descrever a flora de duas áreas de Caatinga da Chapada do Araripe. As coletas das plantas foram realizadas entre os meses de setembro de 2015 a maio de 2017. O material foi prensado em campo, desidratado e herborizado. Posteriormente foi encaminhado ao Herbário Caririense Dárdano de Andrade-Lima (HCDAL), da Universidade Regional do Cariri – URCA, para depósito e identificação. Foram registradas 126 espécies pertencentes a 78 gêneros e 35 famílias. As famílias mais representativas em números de espécies foram: Fabaceae (23 spp.); Malvaceae (15 spp.) e Euphorbiaceae (10 spp.) e os gêneros mais representativos foram: Sida (10 spp.); Croton (9 spp.); Solanum (5 spp.) e Mimosa (4 spp.). Os resultados obtidos revelam uma grande diversidade para a Chapada do Araripe, comparado com outros estudos realizados na região. Pode-se perceber ainda que Fabaceae e Euphorbiaceae sempre estão em posição de destaque em estudos florísticos desenvolvidos na Caatinga. O presente estudo pode contribuir de forma significativa para futuros projetos de conservação, fornecendo dados sobre a diversidade vegetal do município.
Referências
Agra, M. F. (2009). Solanaceae. In: Alves, M., Araújo, M. F., Maciel, J. R., & Martins, S. (Orgs.). Flora de Mirandiba. Recife: Associação Plantas do Nordeste, p. 339 - 344, 2009.
Alencar, A. L., Silva, M. A. P., & Barros, L. M. (2007). Florística e Fitossociologia de uma Área de Cerradão na Chapada do Araripe – Crato – CE. Revista Brasileira de Biociências, 5, 18- 20, 2007.
Alencar, S. R., Silva, M. A. P., Macêdo, D. G., & Oliveira, A. S. (2012). Composição Florística do Estrato Arbóreo de um Fragmento Florestal da Chapada do Araripe: Subsídio Para Construção de um Banco de Germoplasma. Caderno de Cultura e Ciência, 11(1), 21–24.
Alves, I. M., Dantas, I. C., Melo, J. I. M., & Felismino, D. C. A. (2011). Família Malvaceae sensu lato em uma Área do Agreste Paraibano, Nordeste do Brasil. BIOFAR (Revista de Biologia e Farmácia), 6(1), 1-20.
Barneby, C. R. (1991). Sensitivae Censitae. A description of the genus Mimosa L. (Mimosaceae) in the New World. Mem. New York Botanic Gardens, 65, 1 – 835.
Berry, P. E., Hipp, A. L., Wurdack, K. J., Vanee, B., & Riina, R. (2005). Molecular Phylogenetics of the giant genus Croton and tribe Crotoneae (Euphorbiaceaesensustricto) using ITS and trnL-trnF DNA sequence data. American Journal of Botanic, 92(9), 1520 – 1534.
Bovini, M. G. (2013). Sida. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br /jabot/floradobrasil/FB9203.
Bovini, M. G., Carvalho-Okano, R. M., & Vieira, M. F. (2001). Malvaceae A. Juss. No Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, 52(81), 17-47.
Brasil. (2005). Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do semi-árido brasileiro.
Burger, W., & Huft, M. (1995). Euphorbiaceae. In: Flora Costaricensi. Fieldiana, 2(36), 1-169.
Calixto Júnior, J. T., & Drumond, M. A. (2014). Estudo comparativo da estrutura fitossociológica de dois fragmentos de Caatinga em níveis diferentes de conservação. Pesquisa Florestal Brasileira, 34(80), 345-355.
Carneiro-Torres, D. S. (2009). Diversidade de Croton L. (Euphorbiaceae) no Bioma Caatinga (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil.
Costa, I. R., Araújo, F. S., & Lima-Verde, L. W. (2004). Flora e aspectos auto ecológicos de um encrave de cerrado na Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil. Acta Botânica Brasilica, 18(4), 759-770.
Dutra, V. F., & Morim, M. P. (2010). Mimosa. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB023084>
Ferraz, R. C., Mello, A. A., Ferreira, R. A., & Prata, A. P. N. (2013). Levantamento fitossociológico em área de caatinga no monumento natural Grota do Angico, Sergipe, Brasil. Revista Caatinga, 26(3), 89-98.
Fernandes, A. G. et al. Lonchocarpus araripensis Bentham. (1964). Boletim da Sociedade Cearence de Agronomia, 53(5), 184-189.
Fernandes, A. G., & Bezerra, P. (1990). Estudo fitogeográfico do Brasil. Fortaleza: Stylus Comunicações.
Gardner, G. (1849). Travels in the interior of Brazil, principally through the northern Provinces and the Gold and Diamond Districts, during the years 1836-1841. London: Reeve, Bros.
Giulietti, A. M., Harley R. M., Queiroz, L. P. M., Barbos, A, R. V., Bocage Neta, A. L., & Figueiredo, M. A. (2002). Plantas endêmicas da caatinga. In: Sampaio, E. V. S. B.,Giulietti,A. M., Virgínio,J., Gamarra-Rojas C. F. L. (Orgs.). Vegetação e flora das caatingas. Recife, PE: APNE / CNIP.
Govaerts, R., Frodin, D.G., & Radcliffe-Smith, A. (2000). World Checklist and Bibliography of Euphorbiaceae and Pandaceae. The Royal Botanic Gardens, Kew, 2, 417-536.
Hunziker, A. T. (2001). The Genera of Solanaceae. Ruggell: A. R. G. Gantner.
IBGE. (2016). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. <http://www.cidades.ibge.gov.br/.>
Knapp, S. A. (2008). Revision of the Solanumhavanensespecies group and New taxonomic additions to the Geminata Clade (Solanum, Solanaceae). Annalsofthe Missouri Botanical Garden, 95, 405-458.
Leitão, A. C., Vasconcelos, W. A., Cavalcante, A. M. B., Tinôco, L. B. M., & Fraga, V. S. (2014). Florística e Estrutura de um Ambiente Transicional Caatinga-Mata Atlântica. Revista Caatinga, 27(3), 200-210.
Lima, I. B., & Barbosa, M. R. V. (2014). Composição Florística da RPPN Fazenda Almas, no Cariri Paraibano, Paraíba, Brasil. Revista Nordestina de Biologia, 1, 49-67.
Mendonça, L. A. R., Frischkorn, H., Santiago, M. M. F., & Filho, J. M. (2000). Qualidade da Água na Chapada do Araripe e sua Vulnerabilidade, 1st Joint World Congresson Groundwater, 1-16.
Moro, M. F., Lughadha, E. N., Filer, D. L., Araujo, F. S., & Martins, F. R. (2014). A catalogue of the vascular plants of the Caatinga Phytogeographical Domain: a synthesis of floristic and phytosociological surveys. Phytotaxa, 160, 1- 118, 2014.
Nascimento, R. R. G., Pimenta, A. T. A., Neto, P. L., Junior, J. R. C., Costa-Lotufo, L. V., Ferreira, E. G., Tinoco, L. W., Braz-Filho, R., Silveira, E. R., & Lima, M. A. S. (2015). New Alkaloids from Margaritopsis carrascoana (Rubiaceae). Journal of the Brazilian Chemical Society, 26(6), 1152-1159.
Nee, M. (1999). Synopsis of Solanum in the world. In: M. Nee, D. E. Symon, R. N. Lester, J. P. Jessop (Orgs.). Solanaceae IV: Advances in Biology & Utilization. Kew: Royal Botanic Gardens.
Neto, J. L. S. B. (2014). O gênero Sida L. (Malvaceae) no Estado de Pernambuco, Brasil (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal Rural de Pernambuco - Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, PE, Brasil.
Pereira Júnior, L. R., Andrade, A. P., & Araújo, K. D. (2013). Composição Florística e Fitossociológica de um Fragmento de Caatinga em Monteiro, PB. HOLOS, 6(28), 73-87.
Queiroz, L. P. (2009). Leguminosas da Caatinga. Feira de Santana: Universidade estadual de Feira de Santana.
Radambrasil. (1981). Levantamento de Recursos Naturais. Folhas S.B., 23, 24-25.
Ribeiro-Silva, S., Medeiros, M. B., Gomes, B. M., Seixas, E. N. C., & Silva, M. A. P. (2012). Angiosperms from the Araripe National Forest, Ceará, Brazil. CheckList, 8(4), 744–751.
Rodal, M. J. N., Costa, K. C. C., & Silva, A. C. B. L. (2008). Estrutura da vegetação caducifólia espinhosa (Caatinga) de uma área do sertão central de Pernambuco. Hoehnea, 35(2), 209-217.
Sampaio, E. V. S., Andrade-Lima, D., & Gomes, M. A. F. (1981). O Gradiente Vegetacional das Caatingas e Áreas Anexas. Revista Brasileira de Botânica, 4(1), 27-30.
Sanquetta, M. N. I., Corte, A. P. D., Sanquetta, C. R., Rodrigues, A. L., & Mongon, F. (2014). Diversidade e Estrutura Fitossociológica da Caatinga na Regiãode Brumado – BA. Enciclopédia Biosfera, 10(17), 1-2157.
Santos, J. C., Leal, I. R., Almeida-Cortez, J. S., Fernandes, G. W., & Tabarelli, M. (2009). Caatinga: The scientific negligence experienced by a dry tropical forest. Tropical Conservation Science, 4, 276-286.
Santos, W. S., Henriques, I. G. N., Santos, W. S., Ramos, G. G., Vasconcelos, G. S., & Vasconcelos, A. D. M. (2017). Análise florística-fitossociológica e potencial madeireiro em área de caatinga submetida a manejo florestal. ACSA, 13(3), 203-211.
Silva, J. W. S., Dantas, I. C., Chaves, T. P., & Felismino, D. C. (2010). Estudo Florístico do Sítio Arqueológico Pedra-do-Touro no município de Queimadas, PB. Revista de Biologia e Fármacia – BIOFAR, 4(2), 47-57.
Simon, M. F., Grether, R., de Queiroz, L. P., Särkinen, T. E., Dutra, V. F., & Hughes, C. E. (2011). The evolutionary history of Mimosa (Leguminosae): toward a phylogeny of the sensitive plants. American Journal of Botany, 98(7), 1201-1221.
Siqueira Filho, J. A., Santos, A. P. B., Nascimento, M. F. S., & Santo, F. S. E. (2009). Guia de Campo de Árvores da Caatinga. Petrolina: Editora e Gráfica Franciscana Ltda.
Tavares, F. M., Schulz, K., Pereira, R. C. A., Cierjacks, A., & Almeida -Cortez, J. S. (2016). Floristic survey of the Caatinga in areas with different grazing intensities, Pernambuco, Northeast Brazil. Journalof Environmental AnalysisandProgress, 1(1), 43- 51.
Viana, M. S., & Neumann, V. H. L. (2006). O Membro Crato da Formação Santana, CE. In: Schobbenhaus, C., Campos, D. A., Queiroz, E. T., Winge, M., Berbert-Born, M. (Orgs.). Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 José Fábio de Oliveira Sousa ; Arycelle Alves de Oliveira ; Natália Barbosa Campos ; José Weverton Almeida-Bezerra; Viviane Bezerra da Silva; Marcio Pereira do Nascimento; Priscilla Augusta de Sousa Fernandes; Allyson Francisco dos Santos; Jamile Maria Pereira Bastos Lira de Vasconcelos; Maria Renata Furtado de Sousa; Maria Arlene Pessoa da Silva; Ana Cleide Alcântara Morais Mendonça
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
